Cientistas chineses demonstraram como o arsênico atua no cancer do sangue ao atacar proteínas específicas que alimentam o tumor.
O investigador Zhang Xiaowei do State Key Laboratory of Medical Genomics em Xangai, na China, e a sua equipa, descrevem os resultados num artigo publicado na revista Science, citado pela agência Reuters.
"Ao contrário da quimioterapia, os efeitos adversos do arsênico (no tratamento da leucemia promielocítica aguda) são muito baixos. Não há perda de cabelo ou supressão da medula óssea (função). Estamos interessados em descobrir como o arsênico pode ser usado em outros cânceres", afirmou o cientista.
"Embora muitos países já estejam usando o arsênico para tratar a LPA, alguns países são resistentes à idéia. Depende muito se os médicos recomendam e se os pacientes aceitam”, explicou.
Conhecido pela sua toxicidade, o arsênico foi considerado no passado como o “rei” dos venenos, pois os seus sintomas são semelhantes aos da cólera e muitas vezes podem passar desapercebidos.
Na China, no entanto, serviu durante muito tempo a uma dupla finalidade. Além de envenenamento intencional, tem sido usado, durante pelo menos 2000 anos, na medicina tradicional chinesa.
Em 1992, um grupo de médicos chineses relatou como usava o arsênico no tratamento da leucemia promielocítica aguda (LPA), um câncer do sangue e da medula óssea que tem taxas de cura surpreendentemente altas de mais de 90% na China.
Na LPA, há uma queda na produção normal dos glóbulos vermelhos e plaquetas, resultando em anemia e trombocitopenia. A medula óssea é incapaz de produzir glóbulos vermelhos saudáveis. Até a década de 1970, esta leucemia era 100% fatal e não havia nenhum tratamento eficaz.
Cinco anos de sobrevida
"O resultado clínico do arsênico no tratamento da LPA está bem estabelecido. Mais de 90% dos pacientes com LPA na China têm pelo menos cinco anos de sobrevida livre da doença", realça o investigador.
Kogan Scott, da Universidade da Califórnia, acredita que a seleção adequada dos casos e a terapia combinada com arsênico pode conduzir a melhores resultados no tratamento da leucemia promielocítica, mas também de outras doenças.
=========================
Substância de algas em Taiwan atua contra tumores
Uma substância encontrada em algas de cor marrom, muito comuns em Taiwan, reduz a inflamação dos tumores e controla a proliferação de células cancerosas, informou nesta sexta-feira (26) o Escritório de Indústrias Biotecnológicas e Farmacêuticas da ilha.
A substância, chamada fucoidan, tem um grande potencial médico e deu resultados positivos em testes para combater o câncer de fígado e rim, acrescentou o escritório.
"Além de suas propriedades para combater a inflamação e os tumores, o fucoidan é um componente ativo que fomenta a síntese do colágeno em 24 horas, o que poderá ter aplicações em máscaras de colágeno e tratamento de ferimentos", disse um porta-voz do Instituto de Pesquisa Pesqueira (IIP), Huang Pei-an.
As investigações sobre a nova substância, extraída de algas utilizadas na alimentação animal, foram realizadas pelo IIP e pelo Instituto de Pesquisa de Substâncias Tóxicas e Químicas Agrícolas de Taiwan.
O fucoidan já é utilizado como suplemento dietético em outras partes do mundo por suas supostas propriedades antioxidantes e anticancerígenas.
Comentários:
Postar um comentário