sábado, 31 de julho de 2010

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Vitória do Espírito Santo.

Sempre que fico algum tempo sem escrever, sem postar aqui no blog eu fico nervoso, quando volto. Isso aconteceu pela primeira vez em março, quando pude viajar de férias após todo o período de reclusão da quimio. Acho que é porque, mesmo com todo o prazer que consigo extrair desse contato continuado que tenho tido aqui com gente interessante, com quem me identifico, levo tudo isso muito a sério e me preocupo em trazer sempre o melhor que posso. Mas permanece aquela relutância visceral de falar de mim. 

Minha ausência, desta vez, foi porque tive que me deslocar de “minha base”, Manaus, por duas semanas, à trabalho, e o hotel onde normalmente fico em Vitória-ES, ficou esse tempo quase todo sem os serviços que deveriam ser prestados pela sua provedora de conexão à WWW. Já tive o mesmo transtorno aqui em Manaus, por várias vezes. Mas este é um problema recorrente em todos os cantos de um país onde se paga mais caro por esse tipo de serviço que, por aqui, é um dos piores do mundo. 
Custei a ir à Vitória, única capital da região Sudeste que eu ainda não conhecia. Mas, a vida tem dessas coisas. Nada, até então, me levara até lá. Resultado: gostei tanto que esta já foi minha segunda vez. Sandrinha e eu, já que fica cada vez mais difícil ficar privado de sua companhia. Afinal....bem... . Deixa prá lá. 
Acho belíssimo o conjunto formado por Vitória e Vila Velha, ligadas pela Terceira Ponte, como é chamada pela população, com quase 3,5 km de extensão, a segunda maior ponte do Brasil, cujo nome oficial é Deputado Darcy Castello de Mendonça. As duas cidades, juntas, mal somam o milhão de habitantes, e, talvez por isso mesmo, gozem de uma qualidade de vida de fazer inveja a muita megalópole. Muitíssimo bem abastecida e com uma excelente infra-estrutura urbana, tem o terceiro melhor IDH entre as capitais do Brasil. Uma cidade de muitos superlativos.
O Estado do Espírito Santo faz divisa com os de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. É banhado pelo oceano Atlântico, tem lindas praias e uma região serrana deslumbrante. Talvez pela circunstância de estar ali, ao lado da eterna “Cidade Maravilhosa”, Vitória tenha de certo modo vivido até hoje à sua sombra. Eu, pelo menos, nunca ouvi alguém falar por aqui que iria passar as férias, passear ou fazer compras em Vitória. 
A cidade tem uma topografia bastante acidentada, de rara beleza, pespontada por picos rochosos isolados, “pontões” e “pães-de-açúcar” bordejando as enseadas de águas plácidas do oceano Atlântico, formando um conjunto harmonioso com a soberba arquitetura pós-moderna. Neste contexto, o Convento de Nossa Senhora da Penha, um dos santuários mais antigos do Brasil, construído em 1558 e que abriga em seu acervo a tela mais antiga da América Latina, a imagem de Nossa Senhora das Alegrias, fica isolado no topo de um destes morros de granito, como um eremitério, dominando uma vista deslumbrante da Cidade, de suas praias e de seus arredores. 
No meses de junho e de julho, quando a temperatura fica mais amena, é só subir a serra pra se poder saborear um “friozinho” em pousadas pitorescas, bem transadas e a hospitalidade, o vinho e a boa comida dos descendentes dos cerca de 120 mil imigrantes pomeranos que lá chegaram no fim do século XIX. Pernoitamos numa destas cidadezinhas serranas onde rolava um Festival de Inverno, Domingos Martins, Sandrinha e eu, pra conferir, e saímos de lá repletos de vinho colonial, de queijos artesanais excelentes e de lindas paisagens na retina, na memória da câmera e na memória da gente. Ah!, ia esquecendo dos doces, das tortas e dos crepes...Ufa!! - Assim, prá qualquer gordo pós-químio e sem-vergonha, como eu, se perder prá sempre nas delícias da delicatessen alemã. 
Além disso tudo, não esqueçamos que Vitória é uma ilha atlântica, cercada de praias lindas (a de Camburi tem 6 km de extensão). Mas a verdade é que a maior parte delas está sem condições de banho, poluídas pela incúria babaca e anacrônica do poder público. Mas é só atravessar a ponte que em Vila Velha as praias são também lindas.....e limpas. E tem ainda a badalada Guarapari, que ainda não conheci, ali pertinho, entre tantas outras opções. 
Mas fica prá próxima vez. Afinal, não esqueçamos também que tenho ido ali à trabalho (ufa!). Mas, como ninguém é de ferro.....

terça-feira, 20 de julho de 2010

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Remédio contra câncer de próstata é retirado do mercado.

lectrum (1) De acordo com o comunicado divulgado pela Sandoz, "não há evidências que o problema encontrado possa causar quaisquer riscos imediatos à segurança dos pacientes". A retirada seria, então, uma medida preventiva, "visando diminuir riscos eventuais nos tratamentos".

Foi retirado do mercado, nesta terça-feira, o medicamento Lectrum (acetato de leuprorrelina), de 3,75 mg e 7,5 mg, indicado para o tratamento do câncer de próstata, fibroma uterino e endometriose. Segundo a Sandoz, fabricante do produto, o recolhimento é voluntário, e foi motivado pela possibilidade de haver variações na quantidade de princípio ativo. O problema estaria localizado em todos os lotes produzidos por um fabricante tercerizado.

A empresa orienta os usuários do medicamento a entrar em contato com Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) pelo telefone 0800 400 9192 para obter mais informações.

Paliativo - O Lectrum faz parte de um grupo de medicamentos que diminuem a produção de hormônios masculinos e femininos. "Ele baixa os níveis de testosterona no homem e de estrógeno e progesterona nas mulheres", diz Valdemar Ortiz, professor titular da disciplina de Urologia da Unifesp. "O Lectrum,  assim como os remédios que têm como princípio ativo a triptorelina e o acetato de goserelina (ambos são sais) não curam o câncer, são apenas paliativos. Eles aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida nos pacientes", afirma.

As injeções de Lectrum são tomadas mensalmente (3,75 mg) ou trimestralmente (7,5 mg) e, pelo alto valor, entre R$ 400 e R$ 1.500, dependendo da dose, são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde aos pacientes que precisam de forma regular.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está acompanhando o caso e determinou que a fabricante faça comunicados alertando sobre o problema pelo menos duas vezes por semana na televisão e em jornais de grande circulação.

http://www.abril.com.br

domingo, 18 de julho de 2010

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Frio em Manaus?


O domingo amanheceu frio e chuvoso em Manaus. Poucas pessoas na rua dão a dimensão do que representa um friozinho para o amazonense: basta que a temperatura caia um grauzinho e o povo já começa a se agasalhar e a tiritar. Nunca vi Manaus tão fria e com tanta chuva nesta época do ano.

Esse é um fenômeno bem conhecido dos meteorologistas e geólogos que trabalham aqui na região, devido prncipalmente ao avanço de uma massa de ar frio vinda da Antártica, associada com o efeito La Niña. O fenômeno já era previsto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão responsável pela análise climática. As temperaturas vinham baixando em Manaus desde sexta-feira quando a máxima na capital havia atingido 28,5 graus. 

A temperatura mínima nesta manhã em Manaus é de 21 graus, o que realmente representa um frio considerável para o amazonense, acostumado a médias em torno dos 30 graus.

Segundo o Inmet, quantidade de chuvas que cai nesta época do ano também é atípica. Até o dia 16 de julho já havia chovido todo o esperado para o mês. O fenômeno La Niña  causa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico. As consequências são chuvas acima da média. Em 2009, o Amazonas teve 61 dias de chuva. Segundo o Inmet o número já foi superado em 2010.

A previsão para Manaus nos próximos dias é que a temperatura mínima fique em 24 graus e a máxima em 31. 

Eu prefiro esse clima, em torno dos 20 graus. Acho mais saudavel, mais civilizado. Estou viajando até Vitória, Espírito Santo, à serviço,daqui a pouco, e vou ficar durante 12 dias nesse clima agradável, usufruindo da hospitalidade do capixaba e daquela bela cidade.

sábado, 17 de julho de 2010

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Sexo e o Câncer


Os transtornos físicos e psicológicos induzidos pela ocorrência do câncer na vida das pessoas assumem, na maioria dos casos, contornos dramáticos na vida sexual do enfermo e de seu parceiro. Muitas das vezes, sem auxílio, sem o diálogo franco, relações são desfeitas e a solidão agrava ainda mais o quadro. A maioria destes problemas podem ser passageiros e provocados pela químio e radioterapia, podendo ser superados ao longo do tratamento. Texto de Luciana Parisotto
O surgimento de algum tipo de câncer na vida de uma pessoa é muito traumático, dadas às conseqüências físicas e emocionais desse tipo de doença e as limitações da medicina nesse campo ainda muito desconhecido.
Existem dois aspectos importantes para a compreensão da vida sexual por parte dos que sofrem de qualquer tipo de câncer.
Um primeiro aspecto está na reação frente à descoberta dessa doença, muitas vezes mutilante. Geralmente a pessoa que se descobre portadora de câncer passa por estágios emocionais diversos, entre eles, negação, rebeldia e depressão. É nas fases de rebeldia e de depressão que a atividade sexual vai sofrer maior impacto. O paciente passa a se preocupar mais com a sua saúde, exames, medicações, intervenções cirúrgicas, quimio e radioterapia do que com sua vida sexual. O desejo diminui muito ou desaparece totalmente, prejudicando as demais fases do ciclo da resposta sexual, quais sejam, excitação (ereção no homem e lubrificação na mulher) e orgasmo.
A atividade sexual, para a maioria das pessoas, não se desenvolve com preocupações na cabeça. No caso da pessoa com câncer, a sexualidade fica em segundo plano. A pessoa passa a se ver com menos estima, com tristeza e com um medo intenso de não mais corresponder às demandas sexuais do parceiro. Temores de ser visto como doente, vítima e passível de pena também afetam a auto-estima. Os relacionamentos acabam por se complicar, principalmente quando não há abertura na comunicação da dupla.
O indivíduo sente-se só, pouco compreendido e com muitos constrangimentos em comentar ou perguntar algo sobre a sua vida sexual para o médico. Além disso, nem todos os profissionais lembram ou têm capacidade de lidar com esses aspectos de seus pacientes. Algumas medicações antidepressivas podem ser utilizadas com uma melhora no quadro depressivo e na vida sexual do paciente. Deve-se procurar ajuda com um Psiquiatra.
Um segundo aspecto está na possibilidade de o câncer atingir áreas genitais ou outras regiões que possam afetar de forma direta o desempenho da atividade sexual. Câncer nos genitais – pênis, vulva ou colo de útero – ou em regiões próximas são mais complexos no que tange às recomendações. Existem alguns riscos de infecções em áreas mais lesadas, ou mesmo maior probabilidade de dor. Nesses casos, o médico é a pessoa que pode e deve ser inquirida de forma direta. Especificamente: 
O Câncer de Mama traz muitas complicações na auto-imagem das mulheres, diminuindo muito o desejo de se expor ao parceiro. O implante de silicone tem ajudado muitas delas a recuperar a auto-estima. 
Pacientes que se submeteram a ostomização (pacientes com câncer de colo ou reto que precisam abrir um orifício no abdômen para eliminação de fezes em uma bolsinha plástica, não podendo mais evacuar pelo ânus) sofrem muito para reassumir a atividade sexual, já que a bolsa plástica passa a fazer parte constante de suas vidas. Tanto para os homens, quanto para as mulheres, é uma fonte constante de sentimentos de inferiorização e vergonha. Temem que a bolsa com fezes atrapalhe ou vaze durante o esforço da atividade sexual. No sexo com esse tipo de preocupação, não há como se envolver ou fantasiar: o sexo não se torna satisfatório. A comunicação é essencial e o aconselhamento e reeducação sexual por um sexólogo é de grande utilidade.
Em alguns homens, pode ocorrer a impotência sexual por lesão direta ou indireta ou por conflitos emocionais. Deve-se ter em mente que a sexualidade não existe apenas quando há coito propriamente dito (contato pênis-vagina). Faz parte de nossa sexualidade todo o envolvimento afetivo e todas as sensações subjetivas prazeirosas de todo o corpo. A parceira pode se satisfazer de várias formas que não com o pênis. Existem algumas medicações que podem ser usadas para provocar a ereção, mas o médico deve ser consultado antes. 
O câncer afeta o casal em várias dimensões. A dupla deve procurar formas de adaptação que visem a intimidade e a cumplicidade. Com a estabilidade da doença, o desejo sexual retorna e passa a ser novamente importante. Recomenda-se que a pessoa seja o mais sincera possível com seu parceiro em relação a seus sentimentos e sensações. A dor deve ser identificada e questionada com o médico, tal como técnicas possíveis para se lidar com as dificuldades sexuais. Caso o médico oncologista não possa esclarecer as dúvidas, é aconselhável a busca de um terapeuta sexual, geralmente mais instrumentalizado para a orientação nesse aspecto da vida.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Casca de frutas cítricas pode ajudar no tratamento do câncer.


A pectina cítrica modificada, obtida de frutas cítricas, pode ser uma ferramenta valiosa na luta contra o câncer de próstata, de acordo com os resultados de um estudo recém-publicado, noticiou o PRNewswire.
Cientistas da Columbia University analisaram recentemente os efeitos positivos da pectina cítrica modificada sobre linhagens de células cancerosas em humanos e ratinhos.
Os resultados, divulgados pelo líder do estudo Dr. Aaron Katz, na última edição da Integrative Cancer Therapies, mostram que a pectina cítrica modificada inibe a proliferação celular e induz a apoptose (morte celular programada), tanto em células cancerosas andrógeno-dependentes como nas andrógeno-independentes, de acordo com a dose e o período de tempo utilizados.
"Aliada à dieta, ao exercício e a mudanças no estilo de vida, a pectina cítrica modificada ajuda os pacientes a manter o câncer afastado e a desacelerar o seu crescimento, reduzindo assim o impacto negativo da doença sobre a vida dos pacientes", diz Dr. Geo Espinosa, director do Integrative Urology Center da NYU.
O câncer de próstata é a segunda causa de morte por câncer em homens. Um em cada seis homens desenvolverá este tipo de câncer ao longo da vida.
O Dr. Jun Yan, principal autor do estudo, diz que "as nossas descobertas demonstram que a pectina cítrica modificada possui propriedades contra o câncer de próstata, em células cancerosas andrógeno-dependentes (sensíveis a hormonas) e andrógeno-independentes (resistentes a hormonas) na próstata. Os resultados sugerem que a pectina cítrica modificada pode ser um agente quimiopreventivo e terapêutico contra a doença".
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Sobreviventes de câncer infantil têm risco de morte prematura.

A reaparição de tumores e os problemas circulatórios e respiratórios figuram entre os efeitos secundários de pacientes que superaram um câncer na infância, inclusive 25 anos após o diagnóstico, avança a Prensa Latina. As conclusões são de um estudo recente publicado no Journal of the American Medical Association, que incluiu 18 mil crianças diagnosticadas entre 1940 e 1991.

Os resultados mostram que um sobrevivente de câncer na infância tem uma mortalidade 11 vezes superior à da população geral, explicou Raoul Reulen, da Universidade de Birmingham. Ao longo dos anos, esse risco mantém-se três vezes superior à média.

Neste lapso, as recorrências do câncer só explicam 7% das mortes adicionais, enquanto que os segundos tumores, diferentes do diagnosticado na infância, e os problemas cardiovasculares correspondem a 77%, acrescentou.

Os cientistas de Birmingham aconselham um acompanhamento a longo prazo de quem teve um diagnóstico de câncer nos seus primeiros anos de vida. “Ainda que nem todos os pacientes precisem de um seguimento tão estrito, o importante é haver um controle à medida das suas necessidades” explicou o investigador. “Os nossos dados fornecem informação para reduzir o elevado número de mortes prematuras”, defendeu.

As melhorias nas técnicas de radioterapia e nos fármacos quimioterápicos fazem pensar que estas seqüelas serão menores a cada dia, sublinhou Raul Reulen no seu artigo.

Com uma incidência de 14 doentes a cada 100 mil crianças em países desenvolvidos, o câncer infantil aparece segundo os diferentes grupos de idade. As leucemias, os tumores do sistema nervoso e o linfoma não-Hodgkin encontram-se entre os mais freqüentes.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

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A solidariedade vem de onde menos se espera.



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Câncer infanto-juvenil: de 375 mil casos de câncer registrados na população de um modo geral, cerca de 10 mil atingem a faixa de até 19 anos.

Primeira causa de morte por doença na faixa de 5 a 19 anos, o câncer pode ser curado em até 85% dos casos, mas há 30 anos - quando a oncologia pediátrica não era sequer estudada - essa chance era de apenas 15%. Diagnóstico precoce, encaminhamento adequado e tratamento de qualidade foram apontados nesta quarta-feira pelos participantes de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado como as principais estratégias para se obter sucesso no tratamento do câncer infanto-juvenil.

Rilder Paiva, presidente da Casa Durval Paiva - instituição de apoio à criança com câncer em Natal -, explicou que foi exatamente a sintonia de ações entre as diversas instituições que tornou o tratamento da doença, no segmento infanto-juvenil, um dos maiores exemplos de sucesso nas últimas décadas.

O foco do trabalho dessas instituições, conforme Paiva, não é somente curar a doença, mas evitar que a criança fique com seqüelas. Em 1994, ao descobrir que seu filho de um ano e meio tinha câncer, Paiva buscou no exterior a cura para ele. Mas a criança perdeu a visão - o que poderia ter sido evitado com um simples exame de fundo do olho.

Para evitar problemas como o enfrentado pelo filho de Paiva, a cidade de Campinas (SP) desenvolve um trabalho pioneiro na área: ao fazer a carteira de vacinação, os bebês são submetidos a exame de fundo de olho e de massa abdominal. Projeto idêntico está sendo desenvolvido, "com resultados fantásticos", também na China, nos Estados Unidos e no Canadá.

O superintendente do Instituto Ronald McDonald, Francisco Neves, reforçou o alerta do presidente da instituição potiguar: detecção rápida da doença pode significar também cura rápida e garantida. Ele citou o caso do retinoblastoma, tumor intraocular maligno, detectável por um sinal, a mancha branca no fundo do olho, cuja chance de cura cai de 98% para 15% se não for detectado a tempo.

Em parceria com o Inca, o Instituto Ronald McDonald trabalha em projetos de capacitação de profissionais do programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde. Médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde são capacitados para que possam avaliar, na população, potenciais casos de câncer infanto-juvenil, encaminhando as possíveis vítimas a hospitais de referência na região.

De 375 mil casos de câncer registrado na população de um modo geral, cerca de 10 mil atingem a faixa de até 19 anos. Apesar de representar 2,67% dos casos, o tratamento e o diagnóstico do câncer infanto-juvenil, na avaliação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Cláudio Galvão, devem ser elevados à condição de prioridade em saúde pública. “Considerando a expectativa de vida da população brasileira, de 73 anos, o câncer infanto-juvenil rouba muitos anos de vida de uma pessoa” - justificou.

Como apontaram os especialistas, um dos problemas no enfrentamento do câncer infanto-juvenil é que, ao contrário do modelo usado no Sistema Único de Saúde, o tratamento é centralizado e realizado por equipes multidisciplinares. O diretor-geral do Inca, Luiz Santini, explicou que não é possível fazer o tratamento de forma descentralizado, pela falta de especialistas, de equipamentos e mesmo de qualidade no tratamento.

No Brasil, como informou Santini, há 68 instituições habilitadas ao tratamento do câncer infanto-juvenil. Na região Norte, somente as cidades de Belém e Manaus sediam essas instituições. Ele reconheceu que há carência de tratamento especializado nessa região e no Nordeste.

Outro problema apontado pelo diretor do Inca é o deslocamento dos familiares que acompanham os doentes e a acomodação deles, por tempo prolongado, nos centros de referência no tratamento do câncer infanto-juvenil.

terça-feira, 13 de julho de 2010

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Câncer mata instrumentista Paulo Moura, um dos maiores talentos musicais do Brasil.


Depois de uma internação de nove dias na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, morre, aos 77 anos, em conseqüência de complicações de um câncer no sistema linfático (um linfoma) na noite desta segunda-feira, o músico Paulo Moura, considerado um dos maiores instrumentistas da música brasileira . O Ganhador do Grammy por seu disco “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas” era saxofonista, clarinetista, compositor, maestro e arranjador, tinha mais de 40 discos lançados desde 1956 em mais de 50 anos de carreira.

Filho de um mestre de banda e irmão de outros músicos, começou a tocar piano e clarineta em São José do Rio Preto (SP), onde nasceu. Mudou-se mais tarde para o Rio de Janeiro, onde começou a tocar em cassinos, bailes e festas como integrante de famosas orquestras da época. Concluiu o curso de clarineta na ‘Escola Nacional de Música’, onde aprendeu também teoria musical, harmonia, regência, orquestração e arranjo.

Foi primeiro clarinetista da ‘Orquestra do Teatro Nacional’ por 17 anos. Nesse período, viajou pelo México e Rússia, onde chegou a reger a ‘Orquestra Sinfônica de Moscou’. Excursionou até pelo Japão. Sua ligação com o jazz é muito forte, e formou uma das primeiras ‘jazz bands’ do país, tocando saxofone além de clarineta.

Foi contemporâneo, e tocou com grandes nomes como Tom Jobim, Elis Regina, Ary Barroso, Milton Nascimento e o talentoso violonista Raphael Rabello, morto precocemente aos 32 anos com quem gravou ‘Dois Irmãos’, em 1992, ano em que ganhou o prêmio Sharp de melhor instrumentista popular. Sua música é recebida com grande repercussão na imprensa internacional que o considera embaixador da música instrumental brasileira.

É difícil citar todos, mas é impossível não lembrar de trabalhos antológicos, como os álbuns gravados com a pianista Clara Sverner; Paulo Moura Interpreta Radamés Gnattali, de 1959; Confusão Urbana, Suburbana e Rural, de 1976; Mistura e Manda, de 1984; Dois Irmãos, de 1992, com Raphael Rabello; Wagner Tiso e Paulo Moura, de 1996; K-Ximblues, de 2001, em homenagem à obra do genial e pouco lembrado saxofonista e compositor K-Ximbinho; Dois Panos Pra Manga, de 2006, com João Donato; e El Negro del Branco, de 2004, com Yamandu Costa.

Amigos e familiares do músico disseram que ele tocou seu clarinete pela última vez no sábado passado, dia 10, no hospital”: “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho.

Baixe aqui o belo álbum gravado por Paulinho e Raphael em 1992
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Velho guerreiro luta mais uma batalha.


Segundo Paulo Hossi, oncologista de Alencar, o câncer continua sob controle, com o acompanhamento mais intenso de três tumores em especial. Há mais de dez anos o vice-presidente luta contra o câncer e já passou por 15 cirurgias.
O estado de saúde do vice-presidente da República, José Alencar, permanece estável do ponto de vista clínico, segundo informou o Hospital Sírio Libanês, onde ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Alencar passou por um cateterismo neste domingo para desobstrução da artéria descendente anterior.

O vice-presidente está internado desde a última quarta-feira e deve sair em poucos dias, conforme informou o médico Roberto Kalil Filho, que acompanha o tratamento. Além dele, os médicos Paulo Hoff e Paulo Ayroza Galvão também fazem parte da equipe que trata da saúde do vice-presidente.
De acordo com o oncologista Paulo Hossi, o tratamento contra o câncer será continuado no hospital. "Temos tido muita alegria com o tratamento do vice-presidente. Ele responde muito bem. Isso (o cateterismo) foi uma alteração que não estava prevista, mas que ocorre.
O vice-presidente já havia tido a necessidade anterior de um stent (peça parecida com uma pequena mola, que impede a interrupção do fluxo sanguíneo) e isso não muda o tratamento oncológico daqui para a frente".

domingo, 11 de julho de 2010

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Risco de câncer aumenta em 75% com bronzeamento artificial.

Uma pesquisa, encomendada pela ONG Cancer Research UK, entidade beneficente britânica de fomento a pesquisas sobre câncer, constatou que 82% das pessoas que fazem ou já fizeram bronzeamento artificial, se submeteram ao recurso pela primeira vez quando tinham menos de 35 anos de idade e que a maioria das pessoas que pratica o bronzeamento artificial está em um grupo com alto risco de contrair câncer de pele.cama

Pesquisas anteriores sobre o câncer de pele, revistas em 2007 pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês), tinham revelado que pessoas que começavam a fazer bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumentavam em até 75% as chances de contrair melanoma - uma forma fatal de câncer de pele.

A Cancer Research resolveu tentar descobrir quantas pessoas faziam parte desse grupo de risco. A nova enquete entrevistou 4 mil pessoas. Destas, 40% afirmaram que já haviam feito o bronzeamento artificial - e, desse grupo, 82% revelaram que o fizeram antes dos 35 anos de idade.

"Os danos dos raios UVA nem sempre são percebidos de forma imediata, eles se acumulam com o tempo. Mas cada vez que uma pessoa faz bronzeamento artificial, está prejudicando a pele e aumentando as chances de contrair câncer de pele", disse Rebecca Russell, diretora da campanha.

Segundo a organização, o câncer de pele é a forma mais comum de câncer entre pessoas com 15 e 34 anos e pode ser fatal. Somente na Grã-Bretanha, cerca de 9 mil casos de melanoma são diagnosticados todos os anos e a doença faz 1,8 mil vítimas por ano.

A ONG alerta que a intensidade dos raios UVA pode ser até 15 vezes mais forte do que os raios do sol ao meio-dia. A exposição freqüente a esses raios afeta o DNA das células da pele, o que aumenta as chances de contrair câncer de pele e acelera o envelhecimento.

Por causa destes riscos, a organização está discutindo com o governo uma possível revisão da legislação que regula a indústria do bronzeamento artificial no país.

A ONG quer uma lei para impedir que menores de 18 anos possam usar as cabines de bronzeamento e uma proibição das cabines operadas por moedas.

A Sunbed Association, que representa os empresários do setor, apóia a proibição do procedimento para adolescentes menores de 16 anos. Segundo a diretora da organização, Kathy Banks, não há provas sobre a relação da prática do bronzeamento artificial com o câncer de pele.

"Os usuários das cabines de bronzeamento devem ser adequados ao uso e devem usar as cabines de acordo com a sua habilidade de se bronzear. Por isso, pessoas com pele sensível devem ser mais cuidadosas do que pessoas com pele mais escura e devem ajustar o tempo que passam nas cabines de acordo com esta sensibilidade", disse Banks.

Para a administradora de empresas Justine Sheils, de Liverpool, que contraiu a doença com 32 anos, depois de passar mais de 15 anos fazendo bronzeamento artificial, os jovens não compreendem os riscos deste procedimento.

"Fico tão irritada quando vejo as celebridades dizerem que o bronze faz você ficar sexy. Somente quando ficamos mais velhas entendemos os riscos associados ao bronzeamento artificial. Se a minha história ajudar uma menina a diminuir as chances de contrair melanoma, o meu diagnóstico de câncer serviu para alguma coisa boa", afirmou Sheils.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

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A partir de que idade as mulheres devem começar a fazer mamografia?


A confusão começou quando um painel de especialistas em prevenção que faz recomendações ao governo americano divulgou uma nova diretriz. Segundo o grupo, mulheres que não pertencem ao grupo de risco (sem histórico familiar de câncer de mama, exposição repetida à radiação ou mutação genética específica) devem começar a fazer mamografia a partir dos 50 anos e repeti-la a cada dois anos. A recomendação atual é fazer o exame anualmente a partir dos 40.
A partir de que idade as mulheres devem começar a fazer mamografia? Aos 40 ou aos 50? Essa é uma das grandes controvérsias recentes da medicina. Na última década, foram divulgados vários estudos e recomendações conflitantes. Nos últimos dias, a discussão recomeçou. Os especialistas debateram. E, como sempre, as mulheres ficaram sem saber em quem acreditar.
O painel concluiu que nos Estados Unidos há excesso de exames. Isso significa desperdício de dinheiro e pouco benefício. Os especialistas reconhecem que a mamografia salva vidas de mulheres na faixa dos 40 anos. Mas, nesse grupo etário, o custo-benefício é pouco favorável. Nos Estados Unidos, uma morte é evitada a cada 1.904 mulheres que fazem mamografia dos 40 aos 49 anos. O resultado é um pouco melhor no grupo de 50 a 59 anos: uma morte é evitada a cada 1.339 pacientes. O benefício se torna inequívoco na faixa de 60 a 69 anos: uma morte é evitada a cada 377 pacientes submetidas ao exame.
A mudança proposta nos Estados Unidos visa combater o excesso de exames, biópsias e tratamento desnecessários. A justificativa: quando o exame aponta algum sinal suspeito de tumor maligno, o médico pede uma biópsia. Muitas mulheres sofrem o desconforto e o stress de se submeter ao procedimento quando na verdade não têm câncer.
Em outros casos, o câncer é confirmado. A mulher enfrenta um tratamento agressivo (quimioterapia e radioterapia) para conter a doença. Acontece que alguns tumores crescem tão lentamente que – mesmo sem serem combatidos – não matam. Ou seja: a mulher morre de outra causa antes que o tumor tenha tempo de causar danos.
Tudo isso pode realmente ocorrer. Mas o que você prefere? Fazer mamografia a partir dos 40 anos e correr o risco de enfrentar uma biópsia desnecessária ou deixar para fazer o exame apenas depois dos 50 e perder a chance de descobrir o câncer numa fase inicial?
O hospital recomenda que as mulheres façam a primeira mamografia entre os 35 e os 40 anos, apenas para servir de comparação no futuro. Depois dos 40, o exame deve ser anual. Graças à detecção precoce e ao tratamento adequado, o hospital consegue curar 78% das pacientes.
O acesso à mamografia é muito irregular no país. A cobertura de mamografia (índice de mulheres que conseguem fazer o exame em relação ao universo que deveria ser atendido) nos Estados brasileiros varia de 23% a 60%, segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
Desde 2003, o Instituto Nacional do Câncer recomenda que o exame seja feito a partir dos 50 anos. Mas uma lei sancionada pelo presidente Lula no ano passado garante que toda mulher a partir de 40 anos possa fazer uma mamografia a cada ano pelo SUS.
A verdade é que o Brasil não consegue oferecer o exame a todas as mulheres a partir dos 40 anos. E sequer a todas as mulheres a partir de 50 anos. Não faz sentido, neste momento, importar as restrições americanas ao exame. Até porque a questão está longe de atingir um consenso nos Estados Unidos. A Sociedade Americana de Câncer, por exemplo, informa que vai continuar recomendando que o exame seja feito anualmente a partir dos 40 anos.
Os críticos do painel de especialistas americanos dizem que a decisão pode ter sido influenciada por razões econômicas no momento em que o governo Obama discute a reforma da saúde nos Estados Unidos e gastos precisam ser cortados. Em alguns momentos da história recente, o debate sobre mamografia misturou ciência e política, como lembra o jornal The Washington Post.
A polêmica americana tem pouco a ver com o Brasil. Se você tem acesso a mamografia, faça o exame anualmente a partir dos 40 anos. Encare esse fato como um privilégio porque, infelizmente, muitas brasileiras não têm essa oportunidade. Quando o tumor é descoberto já está tão grande que a mamografia se torna desnecessária. Das cerca de 50 mil brasileiras que receberão o dignóstico de câncer de mama neste ano, 25% não sobreviverão. Qual a razão de tantas mortes? Há várias. Uma delas é que o Brasil tem falta de mamografia – não excesso.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

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Pirarucu e poesia

...Um suspiro de alívio por um momento. Uma pausa pra não pensar - eu prefiro. Tudo em suspenso como se o momento pudesse durar para sempre, ledo e divino engano, como se fóssemos apenas um sopro de poesia espontânea, flamejante, vital, densa e paradoxalmente leve, intensa e fugaz. Como se fóssemos, apenas...quase imateriais, mas embriagados pelo prazer muito humano de compartilhar.


Ôopa! Quase perco o ponto do "pirarucu à moda oriental" que estava preparando, com shoyu e legumes pra deixar de ser bobão. Um momento para ser lembrado.
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Câncer, mente e saúde.

O primeiro estudo consistente da abordagem emocional no tratamento do câncer foi de autoria do oncologista Carl Simonton, da sua mulher, a psicóloga Stephanie Matthews-Simonton, já falecida, e de James Creighton, nos anos 70. Se os resultados obtidos se devessem a qualquer agente da hightech aplicado à medicina, até hoje a notícia estaria reverberando na mídia, e as indústrias produtoras de remédios e de material cirúrgico-hospitalar estariam se digladiando para conseguir o monopólio da sua fabricação. Não obstante estas evidências, os idiotas da objetividade da comunidade médico-científica rejeitaram as conclusões dos autores, desqualificando a metodologia empregada e, inclusive, distorcendo suas afirmações.

Eles verificaram que portadores de câncer do mesmo tipo e no mesmo estadiamento evoluíam de forma diferente. A maioria, de acordo com as previsões dos médicos, piorava e morria. Mas um terço deles continuava a desmoralizar os sombrios prognósticos e se curavam. Ao estudar mais profundamente estes “sobreviventes do câncer”, os pesquisadores observaram que, não obstante se tratasse de um grupo muito heterogêneo quanto à idade, sexo, escolaridade e outras variáveis, todos eles mostravam alguns aspectos em comum. Embora soubessem que tinham uma doença grave, acreditavam que, de algum modo, pudessem controlá-la. E mais: todos tinham a crença inabalável de que não poderiam morrer sem antes cumprirem sua missão, fosse ela pessoal, profissional ou familiar.

Os investigadores trabalharam exclusivamente com doentes terminais, isto é, clinicamente incuráveis, nos quais a sobrevida estimada pelas normas americanas era de até 12 meses. Dividiram-nos randomizadamente em dois grupos, para reduzir as interferências do acaso. O grupo controle recebeu apenas o tratamento convencional indicado, enquanto que o grupo em estudo, além do tratamento médico apropriado, submeteu-se a sessões de relaxamento e visualização dirigida.

A comparação dos resultados entre os dois grupos foi surpreendente. Até a publicação destes dados, os pacientes do grupo em estudo já tinham sobrevivido, em média, o dobro do grupo controle. Mesmo os que morreram, chegaram a viver uma vez e meia a mais do que os pacientes que somente receberam o tratamento convencional! Além disto, a qualidade de vida, expressa pela capacidade física e de trabalho, pela freqüência e intensidade de sintomas como dor, ansiedade/depressão, melhorou na quase totalidade dos pacientes que tiveram as sessões de “abordagem emocional” associadas ao tratamento médico indicado.

Os Simontons e Creighton nunca disseram que o paciente era conscientemente responsável – e muito menos, culpado – pela sua doença, e jamais recomendaram a substituição do tratamento convencional do câncer pela abordagem MenteCorpo. Da mesma forma, nunca afirmaram que tal abordagem era uma garantia para a cura da doença. Quanto à acusação de que levavam “falsas esperanças” aos doentes, pensamos que frente a uma situação de tantas incertezas – principalmente quando a medicina tradicional declara que nada mais resta a fazer –, levar esperança aos pacientes é mais do que uma boa idéia.

O trabalho mais impressionante sobre a influência da mente na evolução do câncer é de David Spiegel, professor associado de psiquiatria da Stanford University. Spiegel admitia que os grupos de apoio sociais contribuíssem para melhorar a qualidade de vida de mulheres com câncer de mama avançado, mas não acreditava que tivessem qualquer influência sobre a evolução da doença. E, para comprovar sua tese, dividiu aleatoriamente em dois grupos mulheres com câncer de mama metastático e/ou recidivante. Todas as participantes da investigação receberam o tratamento convencional apropriado.

As pacientes do grupo em estudo se reuniram, adicionalmente, em sessões de 90 minutos, semanalmente, durante um ano. Nestas sessões, elas expressavam livremente as suas emoções, como o medo da morte, da dor, do sofrimento, da solidão, da tristeza e da raiva. 

Elas sabiam que iam morrer. Para muitas delas estas reuniões eram o único ambiente em que isto era possível, devido às dificuldades para tal no âmbito familiar, social e profissional. Além disto, Spiegel ensinou-lhes a auto-hipnose ericksoniana, que praticavam ao final de cada sessão e em casa.

No fim da pesquisa o autor observou, como esperava, que as mulheres que se reuniam mostraram melhor qualidade de vida do que as do grupo controle: mais otimistas, mais alegres, menos ansiosas/deprimidas, menor uso de drogas para combater a dor.

Dez anos depois, ao rever o material da pesquisa, Spiegel defrontou-se com resultados para os quais não estava preparado, e que mudaram drasticamente a sua vida pessoal e as suas linhas de investigação. É isto mesmo, perspicaz leitor: as mulheres que se reuniram viveram o dobro das que somente receberam o tratamento convencional, o que até hoje não foi possível com o uso de qualquer remédio, cirurgia, radio ou quimioterapia!

Sem acreditar no que vira, Spiegel enviou seu trabalho, pedindo a renomados cientistas que encontrassem qualquer falha. Não conseguiram, apesar de estudarem profundamente o assunto durante quatro anos. E não se tratava de pacientes com câncer de mama em estágio inicial, localizado. Não, eram portadoras de câncer avançado.

Desde 1989, a publicação da pesquisa de David Spiegel motivou outros investigadores a usar abordagem semelhante, não só em portadoras de câncer de mama, como também de melanomas, AIDS, leucemias e linfomas, com resultados comparáveis e muito animadores. No estado atual da arte parece cada vez mais realista a hipótese de que viver melhor pode significar viver mais, como demonstrado em estudos prévios ou subseqüentes ao de Spiegel em praticamente todas as doenças graves, como as cardiovasculares, diabetes, artrites e disfunções sexuais, entre tantas e tantas outras.

Para concluir, referendo as palavras de Daniel Goleman, PhD pela Universidade de Harvard: “mesmo que a abordagem MenteCorpo não prolongasse um só dia a vida dos pacientes com câncer (e de qualquer doença grave, acrescento), seria falta de ética deixar de incluí-los em programas semelhantes”, associados à terapia convencional.

terça-feira, 6 de julho de 2010

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Atriz Drica Moraes recebe medula óssea de doador não aparentado.


Ultimamente o transplante de medula óssea vem recebendo um apóio inesperado em sua divulgação pela mídia. O caso da atriz Drica Moraes, diagnosticada portadora de leucemia mielóide aguda no início do ano, tem contribuído largamente para a divulgação desta prática médica tão importante para salvar vidas. Na semana passada, a atriz passou pelo procedimento, no Hospital Albert Einstein (SP).
Drica recebeu a medula de um doador não aparentado, a partir de busca no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e segundo o boletim médico do Hospital Albert Einstein, divulgado nesta quarta-feira, passa muito bem. Ela permanece no leito para monitoramento da reconstituição da medula óssea, e não há sinais de infecção ou outras complicações. O quadro dela, segundo os médicos, é estável. 
Porém, nem todos têm a mesma sorte. Embora atualmente existam cerca de 1,5 milhão de cadastrados como doadores voluntários, mais de 2.500 pacientes não encontraram um doador compatível na família e estão à espera de um doador 100% compatível.
Inca inaugura banco de sangue de cordão umbilical em Belém. 

O Brasil tem hoje o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos e da Alemanha. O número de doadores voluntários passou de 12 mil para 1,6 milhão nos últimos dez anos. Apesar do grande número de doadores no Brasil, 70% dos pacientes não conseguem encontrar um doador compatível.

 A Rede de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical (Rede BrasilCord), coordenada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), inaugurou no dia 24 de junho sua nona unidade na cidade de Belém (PA). A partir de agora, todas as regiões do país contam com um banco de sangue de cordão umbilical, segundo o Ministério da Saúde.

Os bancos têm o objetivo de aumentar as chances de localização de células-tronco para pacientes que necessitam da cirurgia e não encontram doadores compatíveis. O sangue umbilical é coletado após o parto, com autorização da mãe, e fica armazenado em nitrogênio líquido á baixa temperatura.

A unidade de Belém tem capacidade para receber até 3,6 mil bolsas de sangue de cordão, com custo médio de investimento de R$ 3,5 milhões. Os outros oito bancos em funcionamento estão em São Paulo (com quatro unidades), no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará e em Santa Catarina. A meta do ministério é instalar mais cinco unidades até 2011.

Os bancos de sangue de cordão umbilical representam uma alternativa para as pessoas que necessitam de transplante de medula. Isso porque o sangue de cordão é cada vez mais utilizado como fonte para o transplante de medula.