quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Rapaz com câncer cerebral será cobaia de novo remédio

Britânico de 21 anos ficou desesperado ao receber diagnóstico, há 2 meses, e agora está disposto a testar produto experimental. Calum Elliot, de 21 anos, será medicado com uma droga ainda em fase experimental chamada IMA950 e acredita que o seu tratamento poderá ajudar outros pacientes com câncer, como o garotinho da foto, Alessandro, que conheci no Hemoam, aqui em Manaus.
Ele será o primeiro paciente a testar o este novo medicamento contra o câncer no cérebro. Descobriu a doença há dois meses e receberá a droga, ainda em fase experimental e indicada para pessoas diagnosticadas há pouco tempo com Glioblastoma Multiforme, a forma mais agressiva desse tipo de tumor.
Elliot contou à imprensa que antes de ter o câncer diagnosticado passou um ano e meio tratando epilepsia, imaginem. Devido ao insucesso dos medicamentos, foi submetido a novos exames que diagnosticaram o glioblastoma. O remédio, que será administrado na forma de injeções, ajuda o corpo a se recuperar e treina o sistema imunológico para reconhecer e destruir as células malignas.
Segundo o chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Daniel Herchenhorn, o glioblastoma, embora mais comum em adultos de mais idade, pode atingir jovens e evoluir rápido. “O diagnóstico é quase uma surpresa e o paciente costuma ter quadros de dor de cabeça, paralisia, crise convulsiva e perda de força muscular”.
Para Allan James, oncologista que trata o britânico, a droga não pode ser considerada a cura, mas um avanço no tratamento deste câncer, que envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e ainda assim é de difícil solução. O câncer no cérebro não é muito comum, e o número de óbitos é proporcional à baixa incidência. De acordo com o Inca, no Rio, de 2003 a 2007, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes foi 3,78 mulheres e 4,06 homens.
Edição de ilustração pelo autor. Condensado de http://odia.terra.com.br
Vacina extende sobrevida de pacientes de Gliobastoma Múltiforme em testes clínicos de fase II

Uma vacina que desperta o sistema imunológico para combater as células com a mutação genética que determina a forma mais agressiva de Glioblastoma Multiforme mostrou-se eficaz em ensaio clínico de fase II, aumentando a sobrevida dos pacientes desse tipo de tumor cerebral, segundo pesquisadores da Duke University e da University of Texas MD Anderson Cancer Center.

Dezoito pacientes recém-diagnosticados que foram vacinados após o tratamento padrão - cirurgia seguida de radioterapia e quimioterapia - tiveram sobrevida mediana de 26 meses contra 15 meses para os 17 pacientes que receberam tratamento padrão em um grupo de controle. Atualmente, a sobrevida média para pacientes recentemente diagnosticados com glioblastoma multiforme é de 14,6 meses.

Pacientes vacinados também experimentaram um longo período antes do agravamento da doença, 14,2 meses, comparado com 6,3 meses para o grupo controle. Os efeitos colaterais foram limitados principalmente à irritação no local da injeção.

No entanto, a dimensão limitada da amostra (número de pacientes envolvidos no estudo) requer interpretação cuidadosa destes resultados. O próximo passo para a vacina, chamada de CDX-110, é um grande Ensaio Clínico de Fase III, que está em fase de planejamento.

Os pesquisadores consideram a introdução de vacinas no tratamento do glioblastoma como mais uma maneira de converter os tumores mais letais da doença em doenças crônicas, tratáveis a longo prazo. A evolução do tratamento nos últimos anos, incluindo a aprovação da quimioterapia com temozolomida, têm aumentado a sobrevida esperada de cerca de sete meses a 14 anos.
Traduzido e condensado de cancernews, com editorial e edição de ilustração pelo autor. Leia matéria original aqui. 
A luta do pequeno Alessandro
Ele é um desses garotinhos arredios no primeiro contato. Quase não fala, ainda, mas agita. Depois vai se soltando, soltando, aos poucos, abrindo aquele sorriso inocente que só as crianças sabem e, depois de alguns minutos, já éramos como velhos amigos, apesar dele ter apenas 2 anos de idade. Nós nos conhecemos na semana passada, no Hemoam, enquanto esperávamos nossa vez de fazer a quimioterapia.
Quem o vê de longe, brincando e correndo como qualquer criança custa a acreditar nas dificuldades que ele já superou em tão pouco tempo de vida. Há 8 meses, com pouco mais de 1 ano de idade, Alessandro passou por uma cirurgia para extirpar um tumor cerebral que acabou comprometendo seu olho direito, e agora faz sessões de quimioterapia. Ele estava acompanhado de sua mãe, que nos contou sua incrível história.
Só nos resta torcer para que as novas drogas como estas que estão sendo testadas revelem sua efetividade e venham a ser aprovadas o mais breve possível pelos órgãos de controle, e que os custos não sejam proibitivos.
De qualquer maneira o pequeno Alessandro já é um vencedor!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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Natal na terra do Repente e do Cordel


Não é por acaso que o Estado do Ceará recebe milhões de turistas por ano, de todos os cantos do mundo. Praias ensolaradas e paisagens encantadoras, gastronomia exuberante, povo acolhedor, artesanato interessante, ritmos sensuais...a lista é imensa.
Estamos com as passagens compradas. Este ano Sandrinha e eu decidimos passar o Natal com os pais dela em Crateús, uma cidadezinha tranqüila e ensolarada do Sertão cearense, no Nordeste brasileiro, onde eles nasceram, cresceram, construíram uma bela história de vida e onde quase todo mundo se trata pelo primeiro nome. Andar com os dois pelas ruas é testemunhar um interminável festival de efusivos cumprimentos e saudações. Todos se conhecem.
Ele, hoje aposentado, foi o dentista de metade da população. Dona Djanira e Dr. Antônio vivem praticamente como viviam em meados do século passado, mas com as comodidades do mundo atual. Seguem uma rotina tranqüila, saudável, flexível e eletiva, quebrada apenas pelas efemérides municipais, pelas eventuais visitas dos filhos e netos ou quando simplesmente decidem quebrá-la, prá variar. Desfrutam de uma qualidade de vida muito superior a da maioria daqueles que migram para a capital em busca de “ser alguém na vida”, diplomas, destaque, certificados, cargos públicos e, paradoxalmente, acabam se perdendo no anonimato estressante e massificador das grandes cidades.
Mas cearense é assim mesmo, andarilho. Não se enrola nem perde a parada. Arretado e avesso a formalismos fuleiros traz no consciente coletivo certa mania de grandeza que ele mesmo é o primeiro a satirizar. E ele tem muito do que se orgulhar. Chegam a ser proverbiais o bom-humor e a presença de espírito na cultura riquíssima desse povo alegre e gozador mesmo diante das adversidades.  
Em Crateús até as obrigações as mais banais têm outro brilho. Ir ao barbeiro, por exemplo. Cortar o cabelo nunca foi algo propriamente agradável pra mim. Faz parte da rotina dos tais cuidados estéticos básicos masculinos, coisa que recuperei depois da fase careca do período da quimioterapia. E foi lá em Crateús, em março, que voltei a freqüentar o barbeiro. O incrível, o único, o inimitável, o inigualável, o insuspeitável, ELE, simplesmente - “Deusin”.
Pode até parecer exagero, mas estou deixando o cabelo crescer desde minha última viagem a Rondônia, em setembro. Não vejo a hora, imaginem, de chegar dezembro para poder sentar de novo na velha poltrona de barbeiro do “Deusin”, caba danado de bom e velho profissional da tesoura da cidade (nos dois sentidos:real e figurado) e me entregar ao prazer lúdico de ficar só escutando os causos, a crônica espirituosa dos fatos (que ele “aumenta, mas não inventa”) e dos personagens populares do cotidiano em Crateús, que ele retrata com um entusiasmo quase infantil e no mais genuíno dialeto cearês. Uma verdadeira viagem pelo imaginário nordestino.
 E tudo recheado com aquelas deliciosas expressões burlescas tipo Vaudeville (termo adulterado do francês, “voix de ville”, voz da cidade) que só a despojada alma cearense cria, fabula e pronuncia corretamente, como “mano véi(velho amigo), “vixe!”, “pimbada”, “xoxota”, “gota serena, fuleiro”, “caba”, “macho”, “abestado”, “arretado”, “danado de bom”, “mijar”, “nos trinques”, “baitola”, “botar boneco” (ser inconveniente), “numsivexe” (não se apresse) e por aí vai, prá citar só aquelas que estou lembrando agora.
Confesso que estou ansioso. Da última vez foi tão bom que quase me “mijei” e acabei fazendo cabelo e barba! - Uma “dilícia”! - como diria Marcos, meu cunhado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

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De que forma certos produtos hortícolas combatem o câncer

Desculpem se insisto no assunto, mas a coisa é importante. Embora se saiba há algum tempo que comer vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor e repolho podem ajudar a prevenir câncer de mama, o mecanismo pelo qual as substâncias ativas nestes vegetais inibem a proliferação celular era desconhecida - até agora. Os cientistas nos laboratórios da UC Santa Barbara mostraram como o poder de cura desses vegetais trabalha a nível celular. O princípio ativo, sulforafano,  pode ser um agente eficaz de prevenção do câncer, pois inibe a proliferação e mata as células pré-cancerosas. Também é possível que ele possa ser usado como uma adição ao taxol e a outras drogas similares para aumentar a eficácia do tratamento, sem aumento da toxicidade. A pesquisa está publicada na edição deste mês da revista Carcinogênese.

O câncer de mama, segunda principal causa de morte por câncer em mulheres, pode ser combatido pelo consumo de vegetais crucíferos, como couve e parentes próximos do repolho, como brócolis e couve-flor, afirmam os pesquisadores. Esses vegetais contêm compostos chamados isotiocianatos, que acredita-se serem responsáveis pelas atividades de prevenção do câncer e anti-cancerígenas nesses vegetais. Brócolis e brotos de brócolis têm a maior quantidade de isotiocianatos.

O trabalho enfoca a atividade anti-câncer de um desses compostos, denominado sulforafano, ou SFN.  Sua eficácia foi demonstrada na redução e na taxa de incidência de tumores mamários quimicamente induzidos em animais, inibindo o crescimento de culturas de células humanas de câncer de mama, levando à morte celular.

O SFN, ou sulforafano, impede a proliferação de células tumorais humanas por um mecanismo similar à maneira como as drogas anticâncer taxol e vincristina inibem a divisão celular durante a mitose, processo no qual o DNA duplicado na forma de cromossomos é exatamente distribuído para as duas células-filhas, quando uma célula se divide.

Centenas de minúsculas estruturas semelhantes a tubos, chamados
microtúbulos, compõem a máquina que as células usam para separar os cromossomos. O SFN, como os agentes anticâncer mais potentes, interfere com o funcionamento dos microtúbulos durante a mitose de uma forma similar à das drogas anticâncer mais poderosas. No entanto, o SFN é muito mais fraco do que estas outras drogas à base de plantas e, portanto, muito menos tóxico.
Traduzido e condensado de sciencedaily, com editorial e edição de ilustração pelo autor. Leia o texto original aqui.
Matérias relacionadas:   

Kim Novak diagnosticada com câncer de mama
A veterana atriz de Hollywood foi diagnosticada com câncer de mama, mas os médicos dizem que ela tem boas chances de recuperação, segundo informou seu agente Sue Cameron ao site da revista Hollywood Repórter.
A belíssima e sexy atriz dos anos 60, hoje com 77 anos, que estrelou mais de trinta filmes e protagonizou o clássico do genial diretor Alfred Hitchcock, "Vertigo" (“Um corpo que cai”) ao lado de James Stewart, detectou o câncer no início, durante uma mamografia de rotina, e está fazendo tratamento.
Seus médicos dizem que ela tem uma fantástica forma física e deve se recuperar muito bem.
Kim, que hoje vive com seu marido no Oregon, onde cria cavalos e lhamas, fez uma rara aparição em Hollywood em julho passado para lançar uma coleção de DVDs com seus trabalhos no cinema.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Descoberta pode ajudar cientistas a aumentar o poder do brócolis contra o câncer

Pesquisadores da Universidade de Illinois constataram pela primeira vez que o sulforafano, o poderoso fitoquímico anticâncer presente no brócolis, pode ser liberado a partir do seu composto original por bactérias na parte inferior do intestino e absorvido pelo organismo. Apesar de  os cientistas já terem teorizado sobre a possibilidade de  que a microbiota intestinal poderia executar este truque, ninguém sabia ao certo. A descoberta levanta a possibilidade de que seremos capazes de aumentar a atividade dessas bactérias no cólon, aumentando o poder do brócolis de atuar na prevenção do câncer. Muitas pessoas cozinham demais o brócolis e, sem querer, destroem a enzima vegetal que nos dá o sulforafano.
A descoberta foi feita utilizando ratos na experiência. A análise do sangue após injeções de extrato de brócolis no intestino das cobaias demonstrou que a microbiota presente no trato digestivo dos animais é capaz de produzir o sulforafano, na parte inferior do intestino, e disponibilizá-lo para absorção no organismo. O ceco, parte inferior do intestino do rato em que os cientistas inocularam o extrato, é o local onde ficam as bactérias que ajudam na digestão e no metabolismo, à semelhança do que ocorre no cólon humano.
De acordo com os pesquisadores, o sulforafano é um agente extremamente potente contra o câncer e a quantidade  que você ingere em 3-5 porções por semana é suficiente para produzir um efeito protetor. Como muitos dos outros alimentos bioativos, grandes quantidades são necessárias para um resultado mensurável.
O sulforafano também tem propriedades anti-inflamatórias, que são interessantes para os cientistas por sua capacidade de combater os efeitos de muitas doenças crônicas que acompanham a obesidade e o envelhecimento.
Os pesquisadores sugerem duas formas de manipular as bactérias no cólon para potencializar sua produção de sulforafano. Uma forma seria alimentá-las com prebióticos, aditivos nutricionais como fibras, para incentivar a sua proliferação. Outra forma seria a utilização de uma abordagem probiótica -. combinando, por exemplo, brócolis com molho de iogurte, que contém as bactérias com função funcional benéfica ao organismo e efeito sobre o equilíbrio bacteriano intestinal, aumentando, dessa forma, sua proteção contra o câncer.
Nós, seres humanos, temos uma relação simbiótica com inúmeros micróbios que metabolizam vitaminas e outros componentes bioativos dos alimentos. Agora podemos ver outro exemplo interessante da sua atividade com o papel que desempenham na prestação de sulforafano de brócolis.
O estudo é a reportagem de capa da edição de novembro de 2010 da nova revista Food & Function. A pesquisa foi financiada pelo USDA.
Traduzido e condensado de sciencedaily, com edição de ilustração pelo autor. Leia o texto original aqui. Deliciosa receita de espaguete integral com brócolis e sementes de mostarda.

domingo, 24 de outubro de 2010

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Parabéns Manaus!

Manaus completa hoje 341 anos. Depois de semanas de estiagem, logo cedo começou a chover intensamente, com fortes ventos. O dia ficou agradável, com um ventinho que não costuma dar o ar de sua graça. Parece até que os Deuses das lendas amazônicas, do Jurupari, das cosmogonias fantásticas da cultura dos índios Dessana resolveram marcar esta data banhando a cidade e limpando o véu atmosférico, há meses manchado pela fumaça encardida das queimadas criminosas, ou, no mínimo, inconscientes.
Afinal seu nome, Manaus, significa “Mãe dos Deuses”, em homenagem à nação indígena dos Manaós, que habitavam o sítio onde hoje se localiza a cidade, fundada em 1669 com o Forte de São José do Rio Negro. Ficou mundialmente conhecida no princípio do século XIX, início do ciclo da borracha.
Sexta cidade mais rica do País, segunda maior região metropolitana da região Norte e a 12ª do Brasil, somente após a criação da Zona Franca de Manaus, hoje o maior centro financeiro da região, em 1967, voltou a experimentar o surto de desenvolvimento do início do século passado, o que a habilitou para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.

sábado, 23 de outubro de 2010

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Reposição hormonal: novo estudo confirma que aumenta risco de câncer de mama.

Um tratamento de reposição hormonal já conhecido por aumentar o risco de câncer de mama também está associado com o desenvolvimento de tumores mais agressivos. A pesquisa envolveu o medicamento Prempro, que contém estrogênios equinos conjugados e é parente sintético do hormônio progesterona.
Nos últimos anos, as mulheres têm sido instadas a minimizar o uso de hormônios na menopausa, e os novos dados reforçam essa recomendação, segundo o principal autor da pesquisa, publicada hoje na Revista da Associação Médica Americana.
A nova informação vem do acompanhamento contínuo de 12.788 mulheres que estavam no Women's Health Iniciative, um grande estudo financiado pelo governo americano que comparou as mulheres que tomavam hormônios e um grupo que recebeu placebo. O estudo foi interrompido em 2002, três anos antes do previsto, porque os pesquisadores descobriram que os hormônios causavam um aumento pequeno, mas significativo, no risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e coágulos nos pulmões.
Esse estudo de 2002 teve um impacto enorme. Antes havia a crença generalizada de que os hormônios reduziriam o risco de doenças cardíacas nas mulheres e poderiam mantê-las atraentes e saudáveis. Na época, 6 milhões de americanas estavam tomando hormônios, mas rapidamente o número caiu pela metade. O índice de câncer de mama também começou a diminuir logo depois, e muitos pesquisadores atribuem essa redução à queda no consumo de hormônios.
O novo relatório aumentou a média de acompanhamento para 11 anos a partir do original, de 5,6 anos. Este é o primeiro relatório do Women's Health Iniciative que inclui as taxas de mortalidade por câncer de mama relacionados ao uso de hormônios na menopausa. Como o estudo anterior já havia mostrado, mulheres que tomam hormônios são mais propensas a desenvolver câncer de mama invasivo. A taxa da doença foi de 0,42% ao ano, em comparação com 0,34% no grupo placebo.
Entre as mulheres com câncer de mama, aquelas que tomaram hormônios estavam mais propensas a ter câncer nos gânglios linfáticos, um sinal de doença mais avançada: 23,7% contra 16,2% no grupo do placebo. E entre as mulheres que usaram hormônios ocorreram mais mortes: 0,03% ao ano, ante 0,01% no grupo placebo. Isso se traduz em 2,6 mortes para cada 10 mil mulheres por ano, entre aquelas que usaram hormônios, o dobro do 1,3 óbito por 10 mil no grupo do placebo. Entre as mulheres que tiveram câncer de mama, as pacientes que tomaram hormônios também tiveram uma maior taxa de morte por outras causas.
Não se sabe ao certo por que as mulheres que tomaram hormônios tinham tumores mais avançados. Mas a pesquisa anterior mostrou que o tratamento hormonal pode causar atrasos no diagnóstico por aumentar a densidade da mama, dificultando a visualização em mamografias.
Outra autora do novo estudo, JoAnn E. Manson, professora de medicina na Escola de Medicina de Harvard e do Brigham and Women's Hospital, disse que as mulheres não devem tomar os hormônios a menos que realmente precisem deles, para sintomas moderados a graves, que afetam muito sua qualidade de vida.
Condensado de http://www.clicrbs.com.br , com edição de ilustração pelo autor
Pacientes de câncer de mama em SP poderão ter óvulos conservados gratuitamente para usar após tratamento.
A Secretaria estadual de Saúde de São Paulo divulgou o lançamento de um programa para congelar óvulos de mulheres com câncer de mama. O objetivo é preservar a fertilidade das pacientes que enfrentam quimioterapia.
O hospital estadual Pérola Byington, na região central da capital, vai oferecer o tratamento, estimado em R$ 8 mil, de forma gratuita e para mulheres até 35 anos. É necessário que a interessada não esteja com a doença em estágio avançado.
A retirada dos óvulos acontece entre a cirurgia de mama e o início das sessões de quimioterapia. O ovário é estimulado e o material é colhido para serem usados no futuro, caso o órgão vá à falência após o tratamento contra o câncer.
Segundo Luiz Henrique Gebrim, diretor do hospital, até 60% das pacientes tratadas com os remédios anticâncer podem ficar inférteis, dependendo da idade, da dose e do tipo de quimioterápico usado. "A quimioterapia destrói a população de folículos primordiais, levando à menopausa precoce", afirma o médico mastologista.
Para entrar no programa, a mulher precisa ser recomendada pelo médico especialista. Sobre o cadastramento, é possível buscar informações pelo telefone (11) 3104-2785.
http://g1.globo.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Exame de sangue prevê com exatidão risco de morte por câncer de próstata com até 25 anos de antecedência


Um exame de sangue aos 60 anos pode prever com precisão o risco de que um homem possa vir a morrer de câncer de próstata nos próximos 25 anos, de acordo com os pesquisadores do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, e Universidade de Lund , na Suécia. Os resultados, publicados hoje no British Medical Journal, podem ter implicações importantes para determinar quais os homens deveriam ser examinados após 60 anos de idade e que não podem se beneficiar substancialmente do rastreio para a prevenção do câncer de próstata.

O estudo analisou amostras de sangue de 1.167 homens nascidos em 1921, coletadas entre 1981 e 1982 como parte do Projeto Preventivo Malmö, na Suécia. Todos os homens foram cuidadosamente seguidos, até atingir  os 85 anos ou tenha morrido. Depois de estudar diversos biomarcadores, os pesquisadores descobriram que o nível de PSA foi um preditor de risco de alta precisão a longo prazo. O teste de PSA tem sido recomendado para a detecção precoce do câncer de próstata há muitos anos, porém estes novos dados sugerem que um valor basal de PSA pode determinar quem deve ou não continuar a ser rastreado visando a prevenção  do câncer de próstata.

Os pesquisadores concluíram que homens com níveis de PSA acima de 2 ng / ml aos 60 anos de idade devem ser considerados com risco aumentado de câncer de próstata agressivo e devem continuar a ser examinados com regularidade.

Os homens com um nível de PSA abaixo de 1 ng / ml indicaram uma chance de 0,2 por cento de morte por câncer de próstata. Os pesquisadores concluíram que homens com níveis de PSA nesta faixa devem ser considerados de baixo risco de morte por câncer de próstata e não precisam ser monitorados no futuro. O estudo também indicou que alguns homens considerados de baixo risco podem, na verdade vir a ter câncer de próstata, porém, não é susceptível de causar sintomas ou encurtar a sua vida.

Traduzido de Memorial Sloan Kettering Cancer Center (September 14, 2010), com ilustração editada pelo autor.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Um lugar incomum, Pará-disíaco em São Domingos do Capim

Tenho consciência de que pertenço a esse grupo de pessoas ranhetas que se vão tornando cada vez mais exigentes em relação a lugares e companhias, à medida que o tempo vai passando. Neste sentido concordo com o filósofo romano Sêneca quando diz que a vida divide-se em três períodos: o que foi, o que é, e o que será. E, destes, o que vivemos é breve, o que havemos de viver, duvidoso e, o que já vivemos, certo. O tempo presente é brevíssimo, amigos. Então por que não procurar aproveitá-lo da melhor maneira possível?
Já ouvi muito se dizer que o que importa, mesmo, é a companhia, o “papo”. O lugar e a ocasião seriam, então, nesta ótica, “secundários”. Concordo, em parte. Nada melhor que uma boa companhia. Afinal, quando o “papo” e a camaradagem fluem até esquecemos do lugar onde estamos e o tempo parece voar. Mas se esse lugar comum (não resisti ao trocadilho) fosse totalmente verdadeiro, não existiria o prazer da variação, da descoberta, do novo, da empatia, da identificação com um local que escolhemos livremente dentro das limitações de um determinado contexto sócio-cultural para se ser, estar
E não é por acaso que na língua francesa e em todos os idiomas germânicos modernos não há diferença entre "ser" e “estar”. Segundo este chavão, o mundo então não haveria de ser este lugar maravilhoso e multifacetado.
Campo-Cidade, Praia-Montanha, Megalópole-Província, Mar-Rio, Dancing-Pub, Tropical-Temperado, Barzinho-Fundo-de-Quintal....E não são dicotomias; apenas opções. Eu diria até que nada melhor que uma boa companhia para se desfrutar de locais e ocasiões singulares, agradáveis, que têm a ver com a gente e com a ambiência natural e cultural. 
Para nós, que vivemos em uma cidade abafada onde vigoram temperaturas médias anuais de 35-37 graus, o vento que sopra nos lugares à beira-mar nas cidades litorâneas representa um prazer quase sensual. Mas nas minhas raras viagens de férias, de lazer, procuro fruir deste prazer fugindo dos lugares comuns, perfunctórios, caça-níqueis, descaracterizados, daqueles lugares que você encontra aos montes espalhados pelo mundo, sem o mínimo de colorido local.
Nessa minha breve estadia em Belém-do-Pará tive o privilegio, a convite de um amigo, de passar dois dias com amigos e parentes em um desses lugares fantásticos, singulares, onde o trabalho do homem e a natureza Amazônica perfeitamente preservada se uniram, no município de São Domingos do Capim, às margens do rio Capim, a 130 km de Belém, cerca de 2 horas por estrada.
Imaginem um paraíso de lagos de águas cristalinas onde os peixes estão pedindo para serem fisgados e uma floresta exuberante, povoada com inúmeras espécies frutíferas nativas, inclusive esta maravilha que é o açaí, que colhemos e preparamos com a participação dos experts da fazenda. 
No mais a alegria, a "cerpinha" bem gelada, a boa comida do Pará, o bom "papo", a camaradagem e o prazer de compartilhar com gente querida.
Um passeio e um lugar pra ficar na memória. Um lugar Incomum.

Créditos das fotos:
Sandrinha: fotos 6, 10, 11, 12 e 14;
Berenice:: fotos 1, 2, 5 e 8;
Eu: fotos 3, 4, 7, 9, 13, 15.
Edição de ilustração: Sandrinha

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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Droga derivada de uma árvore de folha perene do gênero Maytenus, que cresce em vários continentes, mostra-se eficaz no combate ao câncer

Uma potente droga derivada de uma árvore em breve poderá salvar a vida de alguns pacientes com a forma mais letal de câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA, o câncer de mama ceifará cerca de 40.000 vidas nos EUA este ano. Cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, em cooperação com cientistas da indústria farmacêutica, descobriram o mecanismo pelo qual esta droga mata células cancerosas, isolando a ação da droga in vitro, bem como nas células cancerosas.

Os resultados das pesquisas, de autoria de uma equipe de investigadores do UCSB, são relatados em dois estudos publicados como matéria de capa da edição de outubro da Molecular Cancer Therapeutics.

Esta droga anticâncer, chamada Maitansina, quando ligada a um anticorpo monoclonal mostrou resultados promissores no início de ensaios clínicos em doentes com câncer de mama metastático. Apesar de a droga ainda não ter sido aprovada pelo FDA, os ensaios clínicos atuais estão abertos para novos pacientes. E a droga está sendo testada, com bons resultados, em outros cânceres, como o mieloma múltiplo e linfoma de célula-B.

Os primeiros estudos clínicos mostram que o fármaco diminuiu os tumores de um terço dos pacientes no estudo do câncer de mama - um bom resultado, de acordo com os autores. Os estudos explicam que a droga funciona alvejando os microtúbulos das células cancerosas. Os microtúbulos são componentes dinâmicos, de rápido crescimento e ajudam as células a se dividir e multiplicar.

Os pesquisadores descobriram como a droga é levada para dentro das células do tumor onde é metabolizada pelas células cancerosas, inibindo a dinâmica dos microtúbulos celulares, bloqueando assim a mitose dos fusos nas células, fazendo com que morram.

A droga já foi considerada perigosa demais para uso, devido à sua toxicidade para células não-cancerosas. No entanto, a equipe foi capaz de demonstrar que a modificação da droga anticâncer, adicionando-se um anticorpo, faz com que a droga alveje apenas células cancerosas, reduzindo sua toxicidade.

A nova droga, quando ligada ao anticorpo do câncer de mama é chamada trastuzumab-DM1. DM1 é um derivado sintético da Maitansina, uma molécula encontrada em uma árvore de folha perene do gênero Maytenus, que cresce em vários continentes.

Para obter mais informações sobre os ensaios clínicos, os pacientes com câncer interessados em participar, consultem: http://www.immunogen.com / wt / home / home.
Traduzido de http://www.sciencedaily.com, com editorial e edição de ilustração pelo autor.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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Em desenvolvimento teste de urina para detectar risco de câncer de próstata

O câncer de próstata matou cerca de 258.000 homens em todo o mundo em 2008 e é a segunda causa mais comum de morte por câncer nos Estados Unidos. No Reino Unido, cerca de 35.000 homens são diagnosticados com a condição e cerca de 10.000 morrem da doença. Uma proteína presente na urina pode ser um forte indicador de risco de câncer de próstata, de acordo com cientistas britânicos. Segundo eles, a descoberta pode ajudar a desenvolver um teste simples e rápido para detectar a doença no futuro.

Cientistas do Cancer Research UK Cambridge Research Institute e do ICR (Institute of Cancer Research) disseram que a proteína chamada microseminoprotein-beta ou MSMB, é encontrada em níveis reduzidos em homens diagnosticados com a doença e ainda são mais baixas em homens com formas mais agressivas do câncer.

A proteína é fácil detectar, pois ela é encontrada na urina. Potencialmente, seria um teste muito simples para identificar homens com maior risco de desenvolver a doença. Os pesquisadores esperam que os resultados possam ser convertidos em um teste para uso médico em cerca de cinco anos, e esperam que a descoberta também ajude a determinar quais pacientes têm tumores mais agressivos.

Os testes mais eficazes disponíveis atualmente são baseados em um único biomarcador chamado PSA (antígeno prostático específico). Mas esse teste é problemático, pois tem baixa especificidade, o que gera altas taxas de falsos positivos e pode levar a tratamentos cirúrgico e radioterápico desnecessários.

"No momento, o teste do PSA é a melhor maneira que temos para detectar o câncer de próstata, mas existem limitações importantes, por isso há uma necessidade urgente de encontrar novos biomarcadores, como a MSMB, que poderiam ser utilizados na triagem e diagnóstico", disse Rosalind Eeles do ICR e do Royal Marsden Hospital, que também trabalhou no estudo.

A proteína - que regula a morte das células da próstata - é produzida por células normais da próstata. Os cientistas analisaram tecidos e amostras de urina de cerca de 350 homens, com e sem câncer de próstata, para testar os níveis da MSMB.

Os resultados, publicados no "PLos" (Public Library of Science), mostraram que a MSMB encontra-se em níveis significativamente mais baixos na urina de homens diagnosticados com câncer de próstata em comparação àqueles sem a doença. Eles também mostraram que os homens com tumores agressivos estavam sujeitos a ter níveis mais baixos de proteína na urina.

Um teste de urina preciso e confiável para o câncer de próstata seria uma ferramenta valiosa, se for provado ser bem sucedido em grande escala.