sábado, 24 de abril de 2010

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Células-tronco: Cerca de 25 mil pais brasileiros já optaram por congelar o sangue do cordão umbilical de seus bebês.


É necessário desembolsar R$ 3 mil para o congelamento das células umbilicais, a manutenção do material custa R$ 500 por ano e as pesquisas nessa área ainda são experimentais. Vale à pena?
As pesquisas com células-tronco são a grande promessa da medicina para o futuro. Espera-se que nas próximas décadas pacientes com doenças degenerativas, autoimunes, cardiovasculares e até mesmo pessoas que sofreram acidentes e tiveram os movimentos paralisados possam ser beneficiadas com terapias desse tipo. Por enquanto, todas essas possibilidades ainda estão longe de ser tornar realidade. Mesmo assim, há quem aposte nos avanços tecnológicos da medicina e desde já se preocupe em conservar materiais com a esperança de que no futuro eles possam vir a salvar vidas.
O sangue de cordão umbilical e placenta (SCUP) é fonte de células-tronco adultas. Em média, para cada cordão, o casal desembolsa cerca de R$ 3 mil iniciais para que sejam feitos a coleta, os exames e os procedimentos necessários para o congelamento. Depois continua pagando uma anuidade em torno de R$ 500 para a manutenção do material. Com as pesquisas ainda em níveis bastante experimentais, fica a dúvida: vale à pena investir essa quantia sem a garantia de como ou quando esses materiais terão uma aplicação real em tratamentos?
Na opinião do pesquisador do Núcleo de Cardio­mioplastia Celular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paulo Brofman, embora as perspectivas sejam animadoras, ainda há um longo caminho pela frente. “Estão sendo feitos estudos para o tratamento de doenças isquêmicas, lúpus, esclerose múltipla, problemas de circulação, mas isso tudo ainda é experimental. Atual­mente, não há nenhuma terapia disponível que utilize células-tronco, tudo o que está sendo feito ainda está em etapa de pesquisa”, ressalta.
A única aplicação possível para o sangue do cordão umbilical, hoje, é no tratamento de doenças sanguíneas, como uma alternativa ao transplante de medula óssea. Pacientes que sofram de leucemias, linfomas, anemias graves, imunodeficiências congênitas ou erros congênitos do metabolismo, e que precisariam de um TMO, podem ser tratados também com o sangue do cordão umbilical.
Em transplantes, o sangue do cordão umbilical pode ter melhores resultados do que a medula óssea porque possui células-tronco mais imaturas e, portanto, com maior potencial de diferenciação. Além disso, por estar armazenado, esse material já foi examinado e, assim, o transplante pode ser feito em menos tempo do que se dependesse de outro doador.
Enquanto um transplante com doador pode demorar até dois meses – tempo necessário para que todos os exames sejam cumpridos – um feito a partir do sangue de cordão umbilical pode ser realizado dentro de 15 dias. O sangue do cordão tem ainda outra vantagem, a de que pode ser transplantado mesmo com certo grau de incompatibilidade (quando um dos componentes não é totalmente compatível), enquanto que no caso da medula essa compatibilidade tem de ser total.
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