(Ou, “Somos o que comemos”)
Um
exame de ressonância magnética. Um tumor no cérebro, seis meses de sobrevida. Esse
foi o diagnóstico e o prognóstico que o pesquisador e neuropsiquiatra francês David Servan-Schreiber recebeu, atônico,
numa tarde ensolarada. Disposto a conhecer a fundo os processos da enfermidade para
então derrotá-la, desenvolveu todo um trabalho de experimentação associando
medicina tradicional a uma alimentação pensada e saudável. Após quinze anos e a
superação de um segundo tumor, compartilha conosco sua experiência pessoal
neste livro.
Muitos são os fatores de
risco conhecidos para o câncer. O alcoolismo, o tabagismo, a exposição a
radiação e a substâncias químicas presentes naturalmente no meio ambiente ou
adicionadas pelo homem, e também presentes na alimentação. Aí estariam incluídos
os alimentos ricos em gorduras – como a carne vermelha, o leite integral e seus
derivados -, e os embutidos – presuntos, bacon, lingüiças, salsichas, entre
outros, e as frituras.
Foi este diagnóstico devastador
que fez com que o Dr. Schreber transferisse o foco de seus estudos para tentar
descobrir formas de controlar o alastramento da doença pelo seu organismo.
Assim percebeu, por exemplo, que o número de casos de câncer só tem aumentado
no ocidente – palco da revolução industrial e dos costumes –, a partir da
década de 40. E destaca três fatores, em suas pesquisas, como diretamente
associados a esse processo: o aumento indiscriminado no consumo de açúcar refinado
(açúcar candy), as transformações introduzidas nos processos de criação de
animais de corte e a exposição humana a produtos químicos não existentes antes.
De fato, uma simples pesquisa
na série histórica da produção e do consumo mundial de açúcar, revela que,
realmente, os ocidentais (nós, né?), expandimos nosso consumo per capita de açúcar
de 2 kg/ano, em 1870, para inacreditáveis 70 kg/ano, atualmente (!).
Após séries de ensaios com
cobaias e de sua própria experiência pessoal, Schreber concluiu (o que já foi
amplamente comprovado de outras maneiras por inúmeras experiências científicas),
que o açúcar alimenta o crescimento desordenado das células neoplásicas, ou
seja, que alimentos com índices glicêmicos elevados atuando em conjunto com a
insulina produzida pelo organismo levam à produção de IGF, uma molécula que
estimula o crescimento celular e que age também como uma espécie de anabolizador
sobre as células cancerígenas, alimentando seu crescimento.
As conclusões são obvias:
recomenda como de fundamental importância evitar o consumo de alimentos com
alto teor de açúcar, em todas as suas formas de apresentação, principalmente o
industrializado (aquele onde os processos de refino deixaram só a sacarose, a
parte branca), balas, guloseimas e doces em geral. Por outro lado, defende
ardentemente a prática de exercícios físicos associados a uma alimentação o
mais natural possível, composta predominantemente de frutas, legumes e fibras naturais,
alem da boa gordura presente na semente de linhaça e no azeite de oliva.
Cita outros alimentos de
origem vegetal como o gengibre, a soja, os cítricos, o tomate e o chá verde,
entre outros, como tônicos das defesas de nosso organismo, capacitando-o a
combater e a ficar mais imune aos riscos de desenvolver a doença e de melhor
resistir a ela, com o auxílio dos tratamentos clínicos disponíveis pela moderna
terapêutica.
1 Comentário:
Olá gostaria de saber quais alimentos são bons para quem tem muitas dores por causa do câncer de linfoma de hodgkin
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