A Associação Brasileira de Linfoma e
Leucemia (Abrale) iniciou no último dia 14 mais uma campanha para mostrar à
população que a doação de medula pode salvar a vida de mais de 2.500 pacientes
brasileiros que não encontram doador compatível na própria família.
Esse é o caso de Yan Cunha, de 6 anos.
Ele sofre de um tipo grave de leucemia e, desde 2007, enfrenta um intenso
tratamento quimioterápico que inclui períodos de isolamento no hospital. Como
os medicamentos diminuem a imunidade, Yan não pode frequentar a escola regular,
mas assiste aulas especiais no Hospital A. C. Camargo, onde é atendido.
Seu
pai, Cledemilton Cunha, conta que quando soube do diagnóstico sua mulher estava
grávida de 5 meses. A família se encheu de esperança, mas infelizmente o sangue
da irmã também não foi compatível com o de Yan. "Agora ele depende
totalmente de encontrar um doador voluntário, pois a chance de cura com a
quimioterapia é de apenas 15%."
Para
ser um doador, basta se registrar no Registro Nacional de Doadores de Medula
Óssea (Redome). Os interessados precisam ter entre 18 e 55 anos de idade, boa
saúde e se cadastrar no hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada
uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações. Em seguida, é
feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA
(características genéticas importantes para a seleção de um doador).
Os
dados do doador são então inseridos no cadastro e, sempre que surgir um novo
paciente, a compatibilidade é verificada. Uma vez confirmada, o doador será
consultado para decidir quanto à doação.
O transplante de medula óssea é um
procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia
geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas. Sob anestesia peridural,
células-tronco do doador são extraídas do osso da bacia. O material extraído vira
uma bolsa de transfusão e é repassado ao paciente por meio de um cateter
inserido na veia cava. As células-tronco doadas se instalam então no local onde
ficava a medula óssea doente.
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