O
otimismo prevaleceu na 46ª conferência sobre o câncer da American Society of
Clinical Oncology (ASCO), realizada em Chicago, onde foram anunciados
progressos, apesar da doença avançar a passos largos e ter se convertido na
segunda causa de morte no mundo.
"Nossa
compreensão crescente da complexidade do câncer se traduz pelo desenvolvimento
de terapias mais eficazes, mais dirigidas contra uma variedade de
tumores", explicou Douglas Blayney, professor de medicina interna na
Universidade de Michigan (norte dos Estados Unidos) e presidente da ASCO.
Os
resultados mais alentadores revelados durante a conferência do fim de semana
confirmam o crescente papel das terapias dirigidas a funções "vitais"
de tumores ou que dotam o sistema imunológico para destruir as células
cancerígenas, em comparação com a quimioterapia padrão.
Estes
avanços mostraram aumento da sobrevivência, sobretudo em doentes que sofrem de
tipos de câncer avançados ou com mestástase, como o melanoma, contra os quais
existem poucos ou nenhum tratamento.
Um
anticorpo experimental monoclonal (Ipilimumab), que ativa as células T
(timócitos) do sistema imunitário para destruir o câncer, deu pela primeira vez
"resultados muito encorajadores" contra o melanoma avançado, um
câncer de pele cuja incidência disparou há 30 anos.
Uma
terapia experimental (crizonitinib), que neutraliza a enzima cinase de linfoma
anaplásico (ALK), essencial para o crescimento das células cancerígenas, também
revelou-se muito promissora contra a forma mais frequente de câncer de pulmão
avançado em pacientes com um perfil genético particular. O de pulmão é o câncer
mais frequente e mortal do mundo.
Outro
ensaio clínico demonstrou que o tratamento específico Avastin, que bloqueia o
crescimento dos vasos sanguíneos que levam os nutrientes e oxigênio necessários
para o tumor, combinado com uma quimioterapia, permitiu prolongar o período que
transcorre sem que um câncer de ovário progrida.
Um estudo
demonstrou também que a radioterapia combinada com um tratamento hormonal reduz
em 43% o risco de mortalidade dos homens afetados por um câncer localizado e
avançado da próstata. "O tema desta conferência é o avanço da qualidade
dos tratamentos através da inovação", comentou Lynn Schuchter, professora
de medicina na Universidade da Pensilvânia (leste).
"Realmente
queremos melhorar a qualidade de vida dos doentes com terapias que produzem
menos efeitos colaterais, cirurgias e radioterapias mais específicas",
prossegue Schuchter. Mas, apesar de todos esses progressos e da melhora dos
tratamentos, a doença segue muito frequente nos Estados Unidos, lamenta a
Associação americana do Câncer (ACS), segundo a qual foram registrados cerca de
1,5 milhão de novos casos em 2009, que provocaram mais de 560 mil mortes.
Um
recente informe da Organização Mundial de Saúde estima que o número mundial de
mortos por câncer pode duplicar até 2030 e alcançar os 13 milhões. Com o
envelhecimento da população nos países industrializados, cerca de um homem em
cada dois e uma mulher em cada três serão diagnosticados com um câncer durante
a vida, afirma a ACS.
Vários
tipos de câncer (de fígado, pâncreas, ovários, pulmão e cérebro) são altamente
mortais e se mantêm insensíveis às terapias existentes. Mas a incidência do
câncer está fortemente ligada ao modo de vida, o que faz que a prevenção possa
supor uma grande diferença.
Desta forma, cerca de 40% da diminuição da
mortalidade masculina de 1990 a 2006 foi resultado de uma baixa dos
falecimentos do câncer de pulmão, do qual o tabagismo é a principal causa.
1 Comentário:
PARABÉNS PARA O MEU PAI LINDOOOOO!!!!! MUITAS FELICIDADES E SAÚDE!!! PENA NÃO PODER TE ABRAÇAR PESSOALMENTE. TE AMO!!!
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