domingo, 9 de maio de 2010

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Pesticidas são associados ao câncer de pele.


De acordo com novo estudo científico, trabalhadores que aplicam certos pesticidas em lavouras estão duas vezes mais propensos de contrair um melanoma, forma de câncer de pele fatal.
Os resultados somam a evidência que sugere que o uso freqüente de defensivos agrícolas pode aumentar o risco de melanoma. As taxas da doença triplicaram nos Estados Unidos nos últimos 30 anos, sendo a exposição ao sol a principal causa identificada.
Pesquisadores identificaram seis pesticidas que, com a exposição freqüente, duplica o risco de câncer de pele entre os fazendeiros e outros trabalhadores que aplicam essas químicas nas plantações.
Quatro das químicas – maneb, mancozeb, metil paration e carbaryl – são utilizadas nos Estados Unidos em diversas plantações, incluindo nozes, vegetais e frutas. Já o benomyl e o paration-etil foram voluntariamente cancelados pelos seus fabricantes em 2008.
“A maior parte da literatura sobre melanoma foca nos fatores individuais e exposição ao sol. Nossa pesquisa mostra uma associação entre diversos pesticidas e o melanoma, fornecendo evidências para a hipótese de que os pesticidas podem ser outra importante fonte de risco de melanoma”, conforme o relatório de epidemiologistas da University of Iowa, do National Institute of Environmental Health Sciences (Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental) e do National Cancer Institute.
As descobertas também podem ter implicações para os consumidores que utilizam pesticidas em suas casas ou jardins. Carbaryl, um dos pesticidas relacionados ao câncer de pele, é o ingrediente ativo no inseticida Sevin, que é amplamente utilizado por consumidores para eliminar pestes em jardins e gramados.

O estudo, publicado no mês passado pelo periódico Environmental Health Perspectives, examinou as taxas de câncer em 56.285 aplicadores nos estados de Iowa e Carolina do Norte como parte de um Estudo de Saúde Agrícola do governo federal, um grande estudo de longo prazo com aplicadores de pesticidas e seus cônjuges.
Os aplicadores de pesticidas foram questionados sobre a freqüência com que eram expostos a 50 tipos de pesticidas. Os pesquisadores então compararam suas taxas de câncer, descobrindo que aqueles que eram expostos a algumas dessas químicas tinham alto risco de melanoma cutâneo em comparação a seus colegas que lidavam com outros componentes químicos.
Um dos principais pontos fracos do estudo é que não há dados sobre a dosagem utilizada por esses trabalhadores. Em vez disso, os pesquisadores fizeram uma aproximação da quantidade de pesticida a que cada pessoa foi exposta, somando os dias de exposição e adicionando informações fornecidas pelos próprios aplicadores sobre como empregaram os componentes químicos e quais equipamentos de proteção utilizaram.
Os pesquisadores descobriram que mesmo que o melanoma não fosse frequente entre os trabalhadores estudados, a frequência era maior entre aqueles que eram mais expostos a vários dos pesticidas.

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