sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Em livro, Patrícia Pillar, Raul Cortez e Giba contam como lutaram contra o câncer.

LIVRO-Sem-Medo-de-Saber- O livro "Sem medo de saber - a importância do diagnóstico precoce do câncer" (Sextante, 271 páginas), de llan Gorin, reúne 40 depoimentos de artistas como Patrícia Pillar, Raul Cortez e do jogador de vôlei Giba (teve leucemia quando bebê). Em comum, todos viveram de perto o drama do câncer, seja na condição de doente, parente ou cônjuge. Num país onde é preciso esperar meses para marcar uma simples consulta no Sistema Único de Saúde (SUS), o livro defende a realização periódica de exames preventivos na população assintomática.

Logo na introdução, Ilan, o autor, conta como o pai, Nelson, teve uma sobrevida de quase quatro anos, após o diagnóstico tardio de um câncer de pulmão. Naquela época, a preocupação da família girava em torno das pontes de safena no coração de Nelson, um fumante inveterado dos 13 aos 40 anos. Com a mesma determinação que mais tarde levou-o a escrever o livro, Ilan tentou convencer o pai a largar o cigarro. Num ato extremo, começou a fumar, alimentando a crença infantil de que o pai, por amor ao filho, deixaria o vício. Nelson seguiu fumando e Ilan também. "Só parei de fumar quando descobri, chocado, que meu pai estava com câncer de pulmão. Antes disso, passei uns dois anos fumando."

Ao descobrirem o câncer, logo os médicos deixaram claro que não havia chance de cura. Apenas a possibilidade de retardar o avanço da doença através da quimioterapia. Desesperado, o tributarista decidiu publicar um anúncio nos principais jornais dos países mais industrializados do mundo - Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido e Alemanha -, incitando-os a investir mais recursos na busca de uma cura. Ele revela que o publicitário Washington Olivetto, que perdera o pai também de câncer, engajou-se no projeto. Mas Nelson Gorin abortou a iniciativa, temendo a exposição. Os anúncios ficaram na gaveta. Estava lançada a semente do livro.

Daí em diante, Ilan mergulhou no assunto. Além dos depoimentos, o livro traz informações sobre o Centro Nacional de Câncer do Japão, instituto que pratica o diagnóstico precoce. Segundo Ilan, 4,95% de pessoas assintomáticas têm a doença detectada em estágios iniciais, em países como Japão, Coréia do Sul e Taiwan, o que se mostra fundamental para a cura.

Num país onde é preciso esperar meses para marcar uma simples consulta no Sistema Único de Saúde (SUS), ele defende a realização periódica de exames preventivos na população assintomática. Sabe que isso é ficção para a maioria dos brasileiros, mesmo para quem tem plano de saúde. O tributarista não dá o braço a torcer: "Outra coisa que me disseram muito foi que este seria um livro elitista, principalmente pelos exames caros que recomendamos aqui. Como se a classe média ou alta devesse ser privada destas informações, em respeito a quem não vai poder ter acesso a estas tecnologias de exames. Como se não fosse obrigação do governo proteger a saúde da população, e como se os planos de saúde não pudessem concluir no futuro que a prevenção é mais viável economicamente".

Para Ilan, o que importa é vencer a doença: "Que de alguma forma a perda de meu pai não tenha sido em vão", conclui.

1 Comentário:

Gigi disse...

Oi Daniel,

consegui através de uma amiga que mora no bRasil, ter acesso a ess livro de testemunhos.

Achei bastante interessante.

Beijos.