Segundo
levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp),
65% dos homens e 25% das mulheres com tumores de bexiga apresentavam histórico
de tabagismo. Nos últimos 12 meses, foram operados cerca de 800 pacientes com
este tipo de câncer nas duas instituições e o maior vilão apontado é o cigarro.Estimativa de
mortalidade do câncer de bexiga é de 18%. Substâncias químicas do cigarro
que são eliminadas pela urina elevam risco de câncer na bexiga.
O estudo também revela que cerca de
40% dos pacientes tratados por neoplasia maligna da bexiga apresentam tumores
com invasão da camada muscular, sendo necessária a retirada completa do órgão.
A proporção vai na contramão das estatísticas apresentadas pela literatura, que
apontam a presença de tumores invasivos em 15% dos casos. No Icesp e no HC,
este índice é maior devido aos atendimentos de alta complexidade.
"A fumaça do cigarro contêm
muitas substâncias químicas que são absorvidas e eliminadas pelo organismo
através da urina, o que aumenta o risco de desenvolver um tumor no sistema
genito-urinário", alerta o chefe dos departamentos de Urologia do Icesp e
do HC, Marcos Dall'Oglio.
O câncer na bexiga é o segundo colocado
entre os tipos de tumores que atingem os sistemas genital e urinário. O
primeiro é a próstata. Apesar da incidência menor, o câncer de bexiga é quase
seis vezes mais mortal que o de próstata. A estimativa de mortalidade das
doenças é de 3,5% e 18%, respectivamente.
Prevenção
Segundo o especialista, diversos
fatores estão relacionados ao desenvolvimento de tumores no órgão, mas o mais
importante é o tabagismo. Entretanto, pessoas com infecções urinárias
recorrentes, as que usam sonda e os deficientes devem ficar atentos, pois
também fazem parte do grupo de risco.
O principal sintoma
manifestado por esse tipo de câncer é a presença de sangue na urina. Também é
importante ficar atento às infecções urinárias frequentes, à ardência ao
urinar, ao aumento da frequência urinária e à sensação de esvaziamento
incompleto - sintomas também presentes em doenças benignas como infecções,
litíase ou crescimento da próstata. Por isto, é importante estar alerta e
procurar por um especialista ao menor sinal de anormalidade.
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