segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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Extrato de guaraná reduz fadiga da quimioterapia no tratamento do câncer de mama.


O guaraná, planta nativa aqui da Amazônia de uso muito difundido na medicina popular brasileira como estimulante e energético, pode também tratar a fadiga de mulheres com câncer de mama que passam pela quimioterapia. Esse sintoma afeta de 50% a 90% das pacientes. A conclusão é de um estudo inédito feito por investigadores do Hospital Albert Einstein e da Faculdade de Medicina do ABC.
O trabalho foi controlado e envolveu 75 pacientes, divididas em dois grupos: um recebeu 50 mg de extrato seco de guaraná (Paullinia cupana) duas vezes ao dia, e o outro, placebo. As mulheres foram acompanhadas durante 21 dias e responderam a três questionários que avaliaram o seu grau de fadiga.
Ao final, 66% das pacientes do primeiro grupo relataram melhora, contra 13% do grupo de controle. No início, o grupo que usou guaraná queixou-se mais de insônia, mas o sintoma melhorou nas semanas seguintes.
Segundo Auro del Giglio, oncologista do Hospital Albert Einstein e professor da Faculdade de Medicina do ABC, hoje não existe uma terapia padrão para tratar a fadiga em pacientes com câncer.
Recentemente, alguns estudos avaliaram o uso de metilfenidato (Ritalina®) -remédio usado no tratamento do transtorno de déficet de atenção e hiperatividade nesses casos, mas não houve resultados positivos.
"O guaraná é efetivo, barato e não é tóxico", diz o oncologista, que pretende testar o extrato da planta para sintomas de outros tipos de tratamento de câncer.
O estudo foi baseado numa dissertação de mestrado que será defendida em agosto, feita por Maira de Oliveira Campos, aluna de Giglio.
O próximo trabalho avaliará pacientes com câncer renal que estejam recebendo inibidores da tirosino-quinase, medicações que sabidamente causam fadiga.
Apesar dos bons efeitos do guaraná, a planta ainda não está sendo usada de forma rotineira no Einstein porque os investigadores planejam realizar mais dois estudos que confirmem os resultados positivos do primeiro.

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