No episódio de
estréia de The Big C, que foi ao ar no canal a cabo Showtime em 16 de agosto,
Cathy não conta nem ao marido imaturo nem ao filho mimado sobre o seu
diagnóstico de câncer, e eles não conseguem compreender as mudanças em seu
comportamento. Alguns podem até pensar
que seria egoísmo, mas compreendo bem isso. O câncer é assustador e no meio de
um diagnóstico é difícil processar essa informação. Levei certo tempo para
falar às pessoas sobre o diagnóstico. Algumas souberam imediatamente, outras
mais tarde. Mas eu sei de muitos casos de sobreviventes que receberam dos
médicos a notícia de que sua data de validade estaria vencendo, (em alguns
casos só faltaram dizer o dia fatal) e que ainda estão aqui, teimosamente,
vivos, lutando após meses de esgotada a data-limite prevista. A fé, a força da
vontade e o poder da mente são fatores imponderáveis na medicina materialista.
O câncer é uma doença
que vem sendo utilizada com maior freqüência por roteiristas de séries para o
desenvolvimento de uma trama ou de um personagem. A mais conhecida, até o
momento, é Breaking Bad, na qual o personagem descobre sofrer da doença, passando
a ter um comportamento que, simbolicamente, o transforma em um câncer em seu
ambiente familiar.
A doença chega de
mansinho, consumindo o espírito das pessoas que sofrem do mal e daquelas que
convivem com o paciente. Geralmente, é vista pelas produções seriadas como uma
fatalidade ou um recurso do roteirista para criar situações, especialmente nos
melodramas. Agora, pela primeira vez na TV americana (ao menos que se tenha
notícias), o câncer será tema de uma produção divulgada como comédia.
Estrelada por Laura
Linney, a série apresenta Cathy Jamison, uma esposa, mãe e professora de
Minneapolis vivendo uma vida reservada, quase sufocada. Cathy vê seu mundo
virar de cabeça para baixo quando recebe o diagnóstico de câncer de pele, com a
perspectiva de apenas 18 meses de vida.
A doença
transforma-se em ponto de partida para Cathy mudar sua postura diante da vida.
Cansada de ser condescendente, ela passa a fazer e a dizer o que lhe dá na
cabeça. Suas opiniões e suas decisões terão que satisfazê-la, não importa se as
pessoas que a cercam gostem ou não. O tempo urge e Cathy precisa aproveitá-lo.
Até o final de 2020
cerca de 1.5 milhão de americanos devem receber um diagnóstico de câncer de
algum tipo, e mais de 669 mil vão morrer dessa doença, segundo a Sociedade
Americana do Câncer.
Por isso, apesar de o
tema parecer pouco indicado para se fazer humor, a criadora de "The Big
C" acha que já era hora de ser feita uma comédia de humor negro sobre o
câncer.
"Os
sobreviventes do câncer ou pessoas que tiveram contato com a doença se sentem
subrepresentados na televisão. Espero que agora sintam que têm uma heroína com
quem podem rir e chorar", disse Darlene Hunt à Reuters.
A
série tem 13 episódios encomendados para a primeira temporada. A idéia é
retratar um ano da vida de Cathy por temporada, apesar de seu médico ter
previsto que ela teria apenas 18 meses de vida. No elenco também estão os
atores Cynthia Nixon, Liam Neeson e Gabourey Sidibe.
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