sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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Genoma das esponjas poderá revelar segredos sobre a gênese do câncer


O genoma das esponjas, seres aquáticos extremamente rudimentares e multicelulares (que possuem mais do que uma célula) foi seqüenciado, o que permitirá compreender quais os genes relacionados com a multicelularidade e até dar respostas a algumas questões sobre o câncer. O fato do genoma da esponja ser particular prende-se ao fato de as esponjas serem seres pluricelulares muito primitivos. 

Dentre os 20 000 a 30 000 genes presentes no genoma da esponja, cerca de 4670 famílias de genes (conjuntos de vários genes similares, que desempenham funções bioquímicas semelhantes e resultam da duplicação de um gene original) são comuns a todos os animais, sendo que, desses, 1268, ao não estarem presentes nos seres unicelulares evolutivamente mais próximos das esponjas, estarão muito provavelmente relacionados com a multicelularidade. De fato, algumas das funções desempenhadas por estes genes relacionam-se com a capacidade celular de transmitir sinais químicos entre si, de divisão e de crescimento coordenado e de diferenciação (especialização) celular, o que é essencial para a coordenação e "divisão de tarefas" entre as células de um indivíduo multicelular.

Por outro lado, muitos genes presentes nas esponjas estão envolvidos no aparecimento do câncer. Isto é passível de ser explicado pelo fato dos tumores surgirem devido à divisão descontrolada das células, apenas possível num indivíduo pluricelular. Contudo, as esponjas não apresentam dois genes relacionados com o câncer e que são extremamente importantes no que toca à divisão celular, sendo que ao compreendermos como é que as esponjas "contornam esta situação", poderemos descobrir mais acerca do papel desses dois genes no aparecimento de câncer em seres humanos. 

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