Se você quiser
inventariar tudo o que já se tentou na luta contra o câncer terá uma lista impressionante
e longa dos itens mais interessantes possíveis. Radioterapia, quimioterapia, saliva
de carrapato, veneno de cobra, todo tipo de ervas, folhas e cascas, leite
materno, nanotecnologia, biotecnologia, meditação, nutrição, ginástica. Só pra
citar os que recordo nesse momento. E se você acompanha matérias sobre
saúde, deve estar enjoado de ouvir falar sobre os malefícios do stress: que traz
velhice precoce, transtornos cardíacos, que desregula as funções de alguns
órgãos… mas, agora, até o stress pode ter seu lado bom, dizem os bravos
pesquisadores. E não seria uma coisa insignificante, ele poderia ajudar a
combater tumores de câncer.
Bem, não é difícil de
se obter e nunca faltará no mercado. O que me preocupa são os efeitos
colaterais. Haja coração!
Cientistas observaram
isso a partir de experimentos com cobaias. Para começar, injetaram em todos uma
substância chamada melanoma, que provoca câncer de pele nos camundongos, e
deixaram os tumores crescer. Quando isso aconteceu, puseram alguns em jaulas isoladas,
calmas e em silêncio, sem interagir com outros ratos. Os outros foram colocados
em uma grande jaula com mais espaço, mais objetos e muito mais ratos do que o
normal.
Engaiolados em
conjunto, com mais espaço, os ratos se movimentavam muito mais do que os que
foram colocados em jaulas tranqüilas, e chegavam até a brigar uns com os
outros. Essa intensidade deixava sempre alto o nível de estresse nos ratos em
jaulas “ativas”. Em três semanas, não houve nenhuma mudança nos ratos em
gaiolas tranqüilas, e o tumor continuou a aumentar na intensidade esperada. Já
entre os ratos “estressados”, 77% tiveram redução do tumor, e em 17% deles o
câncer sumiu completamente, sem nenhum tratamento.
Para provar que o
motivo da redução era o estresse e não o simples fato de estarem em movimento,
os ratos das gaiolas tranqüilas eram colocados para correr, três vezes por
semana, naquelas rodinhas de camundongos, e o tumor seguiu crescendo neles.
A explicação para
isso está em uma proteína cerebral, chamada de Fator Neurotrófico Derivado do
Encéfalo - BDNF, na sigla em inglês -, que é produzida em maior quantidade
quando os ratos estão estressados. Essa proteína diminuiu no organismo os
níveis do hormônio Leptina, que em excesso é responsável pelo surgimento dos
tumores do câncer de pele (devido à ação do melanoma), mama e próstata. Logo,
quanto mais da proteína BDNF no corpo, menos Leptina, e menos crescimento dos
tumores.
Os investigadores descobriram que um
ambiente estimulante ativa uma via do sistema nervoso que o cérebro usa para se
comunicar com o tecido adiposo. As células da gordura são "ordenadas"
a deixar de liberar a Leptina na corrente sanguínea. A Leptina normalmente
limita o apetite, mas o estudo constatou que também acelera o crescimento do câncer.
A
Leptina não atua da mesma forma nos humanos e nos ratos. Apesar disso, no
entanto, os pesquisadores afirmam que se pode tirar conclusões importantes.
Eles esperam aprender mais sobre o tratamento no cérebro e o controle da
produção de BDNF. Assim, quem contrair algum tumor cancerígeno, no futuro, não
vai precisar começar a viver estressado, a medicina espera que a proteína BDNF
possa ajudar.
1 Comentário:
Olá, meu querido!
Adorei as músicas que estão postadas no seu blog. Muito bom gosto!
Paz e luz!
Bom final de semana!
Beijo
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