Pesquisas com a nanotecnologia podem, em um futuro próximo, permitir que o tratamento para câncer se torne mais simples e menos tóxico para os pacientes. Nanopartículas criadas na Universidade da Flórida Central pelo professor J. Manuel Perez e sua equipe podem um dia atacar e destruir tumores, evitando que pacientes com câncer sejam expostos à quimioterapia.
Uma droga chamada Taxol, muito comum em tratamentos quimioterápicos, foi utilizada em estudos com cultura de células. O Taxol costuma causar muitos danos ao corpo, pois prejudica tecidos saudáveis, e não apenas as células cancerígenas.
Nanopartículas associadas com Taxol, criadas em laboratório pela equipe de Perez, são modificadas para carregar o medicamento apenas para as células cancerosas, permitindo que tratamentos específicos para estas células não ataquem partes saudáveis do corpo. As nanopartículas carregam ácido fólico, uma vitamina consumida por células cancerosas, e assim se tornam “atraentes” para elas. Um pigmento fluorescente e óxido de ferro magnetizado também fazem parte das nanopartículas, o que permite que médicos acompanhem em imagens ópticas ou em imagens de ressonância magnética a evolução do tratamento no tumor.
A criação também pode ser utilizada para a identificação de câncer. Se o corpo não tem tumores, as nanopartículas não se ligam ao tecido doente e são eliminadas pelo fígado. “O que é único sobre o trabalho é que as nanopartículas têm um papel duplo, no diagnóstico e como agente terapêutico, em um veículo biodegradável e biocompatível”, afirma Perez. “Embora os resultados ainda sejam preliminares, eles são animadores”, diz o pesquisador.
Editado de matéria publicada em sapo.saúde
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