A entrega da parte física das obras do único Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) da Região Norte, ocorrida no último dia 20 de janeiro, marca as comemorações pelos oito anos de funcionamento, na Fundação Hemopa, do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
O BSCUP, que deverá ser totalmente inaugurado em março deste ano, aumentará as chances de pacientes encontrarem doadores compatíveis de medula óssea, com a disponibilidade de células tronco do cordão umbilical de bebês, recolhidas nas maternidades da Santa Casa de Misericórdia e no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Posteriormente, outras maternidades serão incluídas no programa.
De 2002 até hoje, o Hemopa já contribuiu com mais de 33 mil inscritos no Redome, que também conta com o apoio dos cinco BSCUP’s existentes no Brasil. Mais sete bancos serão implantados, incluindo o do Hemopa, que terá a capacidade de armazenamento de 3.600 amostras, uma média de 960 coletas de sangue de cordão umbilical/ano.
O BSCUP do Hemopa resulta do convênio firmado com a Fundação do Câncer, que coordena a implantação de BSCUP’s em todo o Brasil, e administra os recursos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No Pará, a obra representa um investimento superior a R$ 3 milhões, incluindo estrutura física, capacitação de profissionais, aquisição de equipamentos e tecnologia. O programa é do Ministério da Saúde, que criou a Rede Pública de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Brasilcord).
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que anualmente são realizados cerca de 1.800 transplantes de medula óssea no país. Destes, 1000 são autólogos (quando o material é retirado da medula do paciente), 650 transplantes aparentados e 150 não-aparentados. Hoje, 90% dos procedimentos são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os transplantes de medula óssea são tratamentos indicados para pacientes com doenças como leucemia, linfomas e mielomas, que atacam a medula óssea e impedem a produção de sangue.
A diversidade genética do país é o maior entrave para encontrar doador compatível não aparentado, cujas chances variam de uma em 10 mil no Estado, uma em 100 mil no país, e uma em um milhão no mundo. Dentro da família as chances são melhores: oscilam entre 25% a 35%.
Para a secretária de saúde Sílvia Comaru, após a implantação do BSCUP no Pará o próximo desafio será a instalação do Centro de Transplante de Medula Óssea, que deverá funcionar no Hospital Ofir Loiola, cujo projeto já está pronto. "Isso vai qualificar o SUS e expandir a atuação da saúde pública no Pará", ressaltou.
A implantação de mais sete BSCUP’s nas cidades de Belém, Fortaleza (Ceará), Recife (Pernambuco), Brasília (Distrito Federal), Lagoa Santa (Minas Gerais), Florianópolis (Santa Catarina) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul) aumentará as chances de quem precisa encontrar doador compatível.
Exemplo de vida
O serviço do Redome salvou a vida de Vinícius Torres, 8 anos, que encontrou um doador compatível e não aparentado. O transplante, realizado no dia 27 de novembro do ano passado, foi um presente para toda a família. Segundo a mãe da criança, Michelle Torres, 29 anos, Vinícius lutava contra a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) há cinco anos. Como não ficou curado com o tratamento convencional, o transplante era sua única esperança.
Ele aguardou por um ano na lista de pacientes. "Foram nove meses de busca constante por um doador compatível", relembrou Michelle, acrescentando que após conseguir o doador, o desafio seguinte foi a busca por um leito, conseguido no INCA após quase dois meses. "Meu filho foi transplantado em novembro. No dia 21 de dezembro ele teve alta e agora faz acompanhamento intensivo, até completar 100 dias de pós-transplante", explicou.
Feliz com a recuperação do menino, Michelle não economiza agradecimentos e frisou que a doação de medula óssea significa "muito para quem sofre com a espera por dias melhores. O doador não salva apenas a vida de um paciente, mas de uma família inteira".
Condensado de texto original publicado no blog do Hemopa
2 Comentários:
Pai, dois acessos do RJ hoje: meu e da vovó!! Te amo!!!!
muito bom este artigo,sobre o banco público de cordões umbilicas no Pará, pena que não citam manaus para construção de um. Entretanto temos que adivertir que já existem bancos privados, pois muitas pessoas já se propõem a pagar para conservação dos cordões dos seus bebês, evitando, possíveis problemas médicos no futuro.
Pois estamos entrando numa nova fronteira de pesquisas de células troncos e transplantes de médulas em que com uso dessas células troncos de cordões umbilicais será um salto inimaginável para a medicina, para cura de várias doenças.Entre elas os transplantes de medulas que não teram a obrigatoriedade de altos percentuais de compatibilidade e ate clones humanos para resolver problenas de outras doenças, através dos cordões umbilicais
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