Muitos avanços têm sido obtidos ao longo da última década nas técnicas e
no tratamento de pacientes submetidos a transplantes alogênicos de medula. Para determinar o quanto esses avanços têm
melhorado os resultados destes transplantes (o paciente recebe a medula de
outra pessoa), pesquisadores da Universidade de Washington (UGW), Seattle, conduziram um estudo, financiado pelo National Institutes of Health, com resultados muito reconfortantes, publicados
na edição de 25 de novembro do New England Journal
of Medicine.
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oram analisadas as taxas de mortalidade
geral, de mortalidade não precedida por recaída, da recidiva de condições
malignas, a freqüência e a gravidade de complicações do transplante, incluindo enxerto-versus-hospedeiro (GVHD), complicações hepáticas, renais,
pulmonares e infecciosas entre 1.418 pacientes que receberam seu primeiro
transplante alogênico no centro
de Seattle, no período de 1993 a 1997, e entre 1148
pacientes que receberam seu primeiro transplante alogênico no período de 2003 a
2007. Componentes da Avaliação Pré-transplante de Mortalidade (PAM) da
pontuação foram usados em modelos de regressão para ajustar à gravidade da
doença no momento do transplante.
Verificou-se que no período 2003-2007,
em comparação com o período 1993-1997, reduções significativas na mortalidade
não precedida de recaídas, tanto após os primeiros 200 dias pós-transplante (redução
de 60%) como no total (redução de 52%). A taxa de recidiva ou progressão de uma
condição maligna reduziu em 21% e a taxa de mortalidade geral em 41%, após o
ajuste para os componentes do escore de PAM. Os resultados foram similares
quando a análise foi restrita aos pacientes que receberam a terapia de
condicionamento mieloablativo. Encontrou-se também diminuição significativa no
risco de GVHD grave, de doença causada por infecções virais, bacterianas e
fúngicas, e de danos ao fígado, rins e pulmões.
O transplante alogênico é indicado nos
casos de leucemia aguda, anemia aplástica, leucemia crônica, mielofibrose,
mielodisplasia, linfomas que recaem após o transplante autólogo, em pacientes
que não podem fazer o transplante autólogo por não se conseguir coletar sua
medula, em pacientes nos quais a medula está tão contaminada pela doença que
não vale a pena coletá-la. Os tipos de linfoma aonde este tratamento tem
indicação são os foliculares, macroglobulinemia de Waldestrom, linfoma de
Hodgkin e outros menos freqüentes.
Constatou-se uma redução substancial no
risco de morte relacionada ao transplante alogênico de células hematopoiéticas,
bem como um aumento na sobrevida em longo prazo, na última década. Melhores
resultados parecem estar relacionados a reduções de dano aos órgãos, infecções
e GVHD aguda grave.
Matéria traduzida e condensada da edição de
25/11/2010 de New England Journal of Medicine. Leia o texto original aqui.
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