Aplicando uma
aritmética simples sobre os dados revelados pelo IBGE, pra nossa perplexidade, constatamos
que a cada R$ 100,00 gastos em saúde no País, o poder público, o Estado
Brasileiro arca com apenas R$ 41,59 e os Planos de Saúde Privados com R$ 1,02,
cabendo ao cidadão brasileiro o maior ônus, ou seja, R$ 57,39 em despesas com
tratamentos de saúde. Se não fosse dramático eu cantaria a velha canção de Ari Barroso “Brasiiil, meu Brasil
brasileeeiro, vou cantar-te nos meus veeeersos”.
Os resultados de uma
pesquisa feita pela GfK Brasil para mensurar a satisfação da população em
relação aos serviços públicos de saúde, em fevereiro de 2010, apontam que 68% dos
usuários deste serviço público deram notas de 0 a 5, numa escala de 0 a 10. A
média geral alcançada pelo serviço foi 4,22, o que demonstra a grande
insatisfação por parte dos usuários. Cerca de 21% desta fatia dos entrevistados
deram nota zero ao serviço público.
Segundo dados da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE - organização internacional que congrega os
países mais desenvolvidos economicamente e com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nestes países esses números são muito
diferentes, pois lá o estado responde em média por 72% dos gastos com saúde e
as famílias com apenas 28%.
Quem não tem um
seguro saúde particular e não pode esperar pelo atendimento demorado do SUS,
depara-se com outra realidade: apenas com os serviços de médicos particulares as
famílias gastaram 1,7 % do PIB, algo como 10 vezes o valor que o governo pagou
pelos remédios que distribuiu gratuitamente.
A distribuição
gratuita de medicamentos pelo SUS limita-se aos remédios básicos, utilizados
nas Unidades Básicas de Saúde no tratamento das doenças de uso contínuo e de
alto custo. No tratamento do diabetes estão excluídos os análogos de Insulina e
medicamentos orais, mais eficazes e mais modernos.
E o que causa maior
indignação ainda é que sabemos que estes cerca de 2,5 bilhões de reais pagos à
indústria farmacêutica saíram dos nossos bolsos, pois são provenientes dos
impostos que pagamos e que estão embutidos também no preço dos medicamentos.
Alias, apenas sobre os medicamentos foram arrecadados ano passado algo em torno
de 9 bilhões.
A insuficiência da
rede pública leva o Estado a conveniar a rede privada, custeando o atendimento
privado com verbas do SUS. Proliferam os hospitais e casas de saúde criadas tão
somente para abocanhar as verbas públicas. Seus profissionais nem sempre têm
formação e tem sido comum a contratação de indivíduos que jamais ingressaram
numa faculdade de medicina.
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA – é um órgão de controle sobre os medicamentos
com centenas de outras atribuições. Drogas de tecnologia de ponta, da
biotecnologia, modernas, que já foram aprovadas e estão em uso por vezes há
anos na Europa, no Japão e nos EUA tem sua aprovação emperrada no Brasil, pela
burocracia e pela inépcia.
A
situação, historicamente já esteve pior. Mas os dados revelados pelo IBGE,
quando analisados e comparados com outras realidades, de outros países, não dão
margens a dúvidas de que falta planejamento e racionalidade quando se trata de
gastar recurso público com saúde no Brasil, impondo-se, assim, ao cidadão, um
custo muito elevado, um custo que não é apenas econômico-financeiro, mas, sobretudo,
social.
Fonte: IBGE
==========================================
A indústria farmacêutica vai
bater de frente com o governo para evitar a adoção, a partir de janeiro de
2011, do selo de segurança nos remédios, cujo custo será de R$ 400 milhões ao
ano. Este aumento, estimado entre 6% e
10%, deverá ser repassado para a conta do consumidor brasileiro. O
Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
(Sindusfarma) vai ingressar até semana que vem com uma ação judicial para
tentar barrar a Instrução Normativa 11, da Anvisa, de 3 de novembro, que formaliza
a adoção "etiqueta auto-adesiva de segurança" em mais de 4 bilhões de
embalagens.
Leia toda
a matéria aqui
1 Comentário:
Imaginem como seria nossa saude pública se não existisse tanta roubalheira, tanto desvio de verbas
Postar um comentário