quinta-feira, 18 de novembro de 2010

1

Risco cardíaco da quimioterapia terá normas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia

Sobreviver a um câncer, para logo depois descobrir que a quimioterapia causou danos ao coração e que você pode morrer por isso pode ser uma surpresa muito impactante. O vice, José Alencar, está se recuperando de um infarto agudo do miocárdio muito provavelmente em conseqüência dos vários ciclos de quimioterapia por que passou ao longo dos últimos 15 anos. Em torno de 10% dos pacientes oncológicos correm esse risco, mas até hoje não havia regras claras e reunidas em um só documento sobre como tratar os doentes.
O Brasil criou as primeiras diretrizes mundiais sobre o atendimento cardíaco ao paciente oncológico.
As normas estão sendo editadas pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) e por oncologistas e deverão ser publicadas no início de 2011.

Estudos internacionais mostram que os pacientes que passaram por quimioteraoia têm até 30% mais chances de desenvolver o problema do que a população em geral. Um dos efeitos mais graves é a cardiomiopatia, que causa um enfraquecimento do músculo do coração e leva à insuficiência cardíaca e, em última instância, à morte. As novas diretrizes vão facilitar a vida do médico no sentido de orientá-lo a garantir o controle do câncer com menos chances de complicações cardiovasculares.

Segundo o cardiologista Ricardo Kalil Filho, um dos coordenadores das novas diretrizes, no documento haverá uma lista dos quimioterápicos que podem causar efeitos nocivos ao coração e as recomendações sobre como os médicos devem tratar esses pacientes. Entre os quimioterápicos cardiotóxicos estão as antraciclinas e o trastuzumab, para tumores de mama. O médico será orientado a solicitar um ecocardiograma do paciente dois meses depois do início da quimioterapia.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, diz que o SUS será um dos grandes usuários das diretrizes, já que é responsável pelo atendimento de 80% dos tratamentos de câncer no Brasil.

Interesse mundial – o interesse sobre os efeitos dos quimioterápicos no coração é mundial. Recentemente, a Universidade de Harvard anunciou que abrirá um novo programa cardio-oncológico para estudar as terapias mais indicadas no tratamento dos danos cardíacos.

Nos EUA, há outras iniciativas isoladas. Há três anos, um grupo de cardiologistas e oncologistas da Universidade de Minnesota abriu uma clínica com esse foco. Ele afirma que vem usando medicamentos, como o Carvediol, para prevenir danos ao músculo cardíaco, mas reconhece que ainda é cedo para afirmar o efeito cardioprotetor a longo prazo.
Condensado e adaptado da AMBr. Leia matéria original aqui. Editorial e edição de ilustração pelo autor.
Ervas utilizadas há mais de 1.800 anos potenciam quimioterapia e reduzem efeitos colaterais
Uma combinação de ervas chinesas em uso há mais de 1.800 anos reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia gastrointestinal em camundongos. E, talvez ainda mais importante, o medicamento natural na verdade otimizou os efeitos da quimioterapia. A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, foi publicada na revista Science.
A fórmula utilizada no experimento, conhecida como PHY-906, é composta por quatro ervas e baseia-se em uma receita chamada Huang Qin Tang, historicamente utilizada no tratamento de náuseas, vômitos e diarréia.
A quimioterapia provoca uma série de efeitos colaterais tóxicos que são normalmente tratados com vários medicamentos, com níveis de sucesso que podem deixar muito a desejar. “Causa muita angústia para milhões de pacientes, mas a PHY-906 tem múltiplos compostos biologicamente ativos que podem atuar sobre várias fontes de desconforto," segundo o Dr. Yung-Chi Cheng, coordenador da pesquisa.
Mecanismos múltiplos - A fórmula de ervas reduziu a toxicidade da quimioterapia agindo por múltiplos mecanismos, incluindo a inibição da inflamação e a criação de novas células intestinais. Esses efeitos não podem ser alcançados com os medicamentos alopáticos tradicionais, que geralmente têm como alvo apenas um mecanismo.
Para o coordenador da pesquisa, esta combinação de quimioterapia e plantas medicinais representa um casamento perfeito das abordagens oriental e ocidental para o tratamento do câncer.
Condensado de http://sciencetolife.com.br. Leia matéria original aqui. Editorial e edição de ilustração pelo autor. Mais informação aqui.