Cientistas de Yorkshire
desenvolveram um processo que utiliza as células luminosas da água-viva para
diagnosticar câncer em profundidade no corpo humano. O método foi desenvolvido
no Laboratório de Pesquisa do Câncer da Universidade de
York, e acredita-se que vai
revolucionar a forma como alguns tipos de câncer são diagnosticados.
Os cânceres em profundidade dentro do corpo são
difíceis de detectar numa fase precoce, e o diagnóstico precoce é fundamental
para o sucesso do tratamento de qualquer tipo de câncer. O processo desenvolvido
envolve a inserção de proteínas derivadas
de células de águas-vivas luminosas em células cancerosas. Trata-se de uma extensão do trabalho desenvolvido
pelo químico americano Roger Y. Tsien, que ganhou um prêmio Nobel em 2008 pela
sua técnica para isolar células luminosas de uma proteína verde fluorescente de
uma espécie de medusa, substância que permite que ela brilhe no escuro.
O que a equipe de investigação do câncer de
Yorkshire tem feito é usar uma forma modificada da proteína para que ela apareça
em vermelho ou azul, ao invés de seu verde original. A cor é importante para
estes testes, pois a maioria das cores do espectro são rapidamente absorvidas e
tumores profundos dentro do corpo se tornam invisíveis.
Com a utilização de uma câmera especialmente
desenvolvida, a luminescência emitida pelas proteínas permite que se possa
distinguir onde estão as células cancerosas. O processo foi denominado
'Virimaging' pelos seus criadores.
Se a pesquisa continuar a caminhar conforme o
planejado, em 5 anos espera-se que o método esteja no ponto para testes
clínicos, e, pronto para uso em diagnósticos médicos alguns anos depois. Tem
que ser testado exaustivamente, pois falhas na detecção de tais cânceres pequenos podem
acarretar sérias conseqüências para os pacientes.
Enquanto o sistema se desenvolve no laboratório,
um grande obstáculo, no entanto, é a
falta de câmeras especializadas. Apenas uma empresa, com sede nos Estados
Unidos até agora tem projetado e construído um sistema de câmera que permite
que as proteínas possam ser vistas dentro do corpo com a resolução desejada. Os
custos da câmera estão em torno de meio milhão de libras, mais de um milhão de
reais.
Traduzido e condensado
de ScienceDaily de 06/11/2010, com editorial e edição de ilustração pelo
autor. Leia matéria original aqui.
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