quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Melanoma: estudos mostram como o câncer de pele evita droga promissora

Pesquisadores dos EUA descobriram diversas maneiras com que o melanoma pode “enganar” um comprimido experimental e promissor no tratamento do câncer de pele mortal chamado PLX4032, uma descoberta que pode levar a novos medicamentos e associações para manter este tipo de câncer sob controle.
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 Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles descobriram dois mecanismos de resistência diferentes que explicam como o melanoma deixa de responder ao tratamento com PLX4032, e uma outra equipe, do Instituto Tecnológico de Massachusetts e Harvard, em Cambridge, Massachusetts, descobriu um terceiro.

Eles disseram que as descobertas podem levar a coquetéis de drogas que possam prolongar a eficácia da PLX4032, uma droga que está sendo co-desenvolvida pelas empresas privadas de biotecnologia Plexxikon e Roche.

Até 80%o dos pacientes com uma mutação genética no gene BRAF respondem a PLX4032, mas o efeito dura apenas sete a nove meses para a maioria dos pacientes.

"A questão é quando as recidivas ocorrerão nestes pacientes, e o que acontece?“, disse o Dr. Roger Lo, da UCLA (University of California, Los Angeles), que trabalhou em um dos dois estudos publicados nesta quarta-feira na revista Nature.

Lo e seus colegas têm estudado as mudanças em tumores retirados de pacientes com câncer antes e após o tratamento com PLX4032. A esperança é determinar exatamente como o câncer é mais inteligente que a medicação. O PLX4032 pertence a uma nova classe de drogas que ataca as células-alvo do tumor com uma mutação em um gene chamado BRAF. As mutações ocorrem em 50 por cento a 60 por cento dos pacientes com melanoma.

Os pesquisadores  inicialmente suspeitaram que o câncer estivesse desenvolvendo outras mutações BRAF para contornar a droga, porque é assim que muitos cânceres iludem as drogas alvejadas, mas a equipe não encontrou mutações secundárias. Em vez disso, eles descobriram que em alguns pacientes o câncer adquire resistência ao PLX4032 revestindo com uma proteína a parte externa das células cancerosas, o que lhe permitia sobreviver. Em outro paciente, eles encontraram mutações em um gene chamado ARN, que permitiu ao câncer a mutação BRAF, tornando a droga obsoleta.

Lo disse que muitos dos caminhos de sobrevivência utilizados pelo câncer podem ser atacados com drogas já existentes ou com as drogas que estão sendo estudadas em ensaios clínicos.

Ao seguir esta linha de trabalho, os pesquisadores acreditam que serão capazes de desenvolver um coquetel de drogas que ataquem o câncer e cortem suas rotas de escape, tornando o mais mortal dos cânceres de pele em uma doença crônica, assim como os coquetéis de drogas têm feito para o tratamento da AIDS.

A Plexxikon e a Roche estão registrando pacientes em um ensaio clínico de Fase III da droga, que normalmente é o estágio final de testes em humanos antes de que um novo medicamento seja submetido aos órgãos reguladores para aprovação.
Traduzido e condensado do original pelo autor.  

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