Pesquisadores dos EUA descobriram diversas maneiras com que o melanoma
pode “enganar” um comprimido experimental e promissor no tratamento do câncer
de pele mortal chamado PLX4032, uma descoberta que pode levar a novos
medicamentos e associações para manter este tipo de câncer sob controle.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles descobriram
dois mecanismos de resistência diferentes que explicam como o melanoma deixa de
responder ao tratamento com PLX4032, e uma outra equipe, do Instituto
Tecnológico de Massachusetts e Harvard, em Cambridge, Massachusetts, descobriu
um terceiro.
Eles disseram que as descobertas podem levar a
coquetéis de drogas que possam prolongar a eficácia da PLX4032, uma droga que
está sendo co-desenvolvida pelas empresas privadas de biotecnologia Plexxikon e
Roche.
Até 80%o dos pacientes com uma mutação genética
no gene BRAF respondem a PLX4032, mas o efeito dura apenas sete a nove meses
para a maioria dos pacientes.
"A questão é quando as recidivas ocorrerão
nestes pacientes, e o que acontece?“, disse o Dr. Roger Lo, da UCLA (University
of California, Los Angeles), que
trabalhou em um dos dois estudos publicados nesta quarta-feira na revista
Nature.
Lo e seus colegas têm estudado as mudanças em
tumores retirados de pacientes com câncer antes e após o tratamento com
PLX4032. A esperança é determinar exatamente como o câncer é mais inteligente
que a medicação. O PLX4032 pertence a uma nova classe de drogas que ataca as
células-alvo do tumor com uma mutação em um gene chamado BRAF. As mutações
ocorrem em 50 por cento a 60 por cento dos pacientes com melanoma.
Os pesquisadores inicialmente suspeitaram que o câncer estivesse
desenvolvendo outras mutações BRAF para contornar a droga, porque é assim que
muitos cânceres iludem as drogas alvejadas, mas a equipe não encontrou mutações
secundárias. Em vez disso, eles descobriram que em alguns pacientes o câncer
adquire resistência ao PLX4032 revestindo com uma proteína a parte externa das
células cancerosas, o que lhe permitia sobreviver. Em outro paciente, eles
encontraram mutações em um gene chamado ARN, que permitiu ao câncer a mutação
BRAF, tornando a droga obsoleta.
Lo disse que muitos dos caminhos de
sobrevivência utilizados pelo câncer podem ser atacados com drogas já
existentes ou com as drogas que estão sendo estudadas em ensaios clínicos.
Ao seguir esta linha de trabalho, os
pesquisadores acreditam que serão capazes de desenvolver um coquetel de drogas
que ataquem o câncer e cortem suas rotas de escape, tornando o mais mortal dos cânceres
de pele em uma doença crônica, assim como os coquetéis de drogas têm feito para
o tratamento da AIDS.
A Plexxikon e a Roche estão registrando
pacientes em um ensaio clínico de Fase III da droga, que normalmente é o
estágio final de testes em humanos antes de que um novo medicamento seja
submetido aos órgãos reguladores para aprovação.
Traduzido
e condensado do original
pelo autor.
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