Uma nova pesquisa
da North
Carolina State University mostra que as notícias on-line sobre o câncer
têm uma probabilidade muito grande de conter uma linguagem que provavelmente
contribua para aumentar a incerteza do público sobre a doença - uma descoberta
significativa, dado que pelo menos um terço dos norte-americanos, por exemplo,
procuram informações on-line de saúde. Sobre nós, brasileiros, não conheço
nenhum trabalho desta natureza que tenha sido publicado. Mas acho que o
comportamento é proporcionalmente muito parecido.
Estudos anteriores
mostram que mais de 100 milhões de americanos buscam informações de saúde on-line
e que os resultados destas buscas podem afetar suas decisões futuras sobre
tratamentos de saúde a seguir. Mas, enquanto as pessoas que buscam dirimir dúvidas
ou expandir seus conhecimentos sobre questões relacionadas ao câncer são
propensas a buscar informação adicional, a pesquisa revela que existem
características na forma da informação veiculada que se está procurando que podem
realmente exacerbar a incerteza.
A pesquisa mostrou
que quase dois terços dos artigos de notícias sobre o câncer contêm pelo menos
alguns termos incertos - palavras ou frases que refletem uma probabilidade ou uma
ambiguidade, em vez de uma certeza. Os pesquisadores avaliaram mais de 800
reportagens sobre questões relacionadas ao câncer, que vão desde a prevenção ao
diagnóstico e tratamento. Os artigos foram encontrados no Google News, notícias Yahoo, CNN.com e
MSNBC.com.
Especificamente,
os pesquisadores descobriram que os termos, na maioria das vezes, são empregados
de maneira incerta em referência ao tratamento de câncer. Se o que se está
tentando encontrar é clareza sobre as opções de tratamento do câncer, a leitura
dos artigos das notícias on-line podem realmente confundir a questão ainda mais.
Por exemplo, uma das reportagens afirma: Não há evidência de que a adoção da
quimioterapia imediatamente ajude, e pode até piorar as chances dos pacientes.
Segundo os pesquisadores, esta frase cria incerteza para os leitores, porque
indica uma falta de informação (sem provas) bem como a ambigüidade sobre a
eficácia do tratamento (pode até piorar).
Para medir o uso
de termos inequívocos, os pesquisadores desenvolveram um sistema que identifica
cinco "funções de mensagens" específicas, que estão teoricamente
relacionadas à incerteza. Essas funções são: informações conflitantes, informações
complexas, informações ambíguas, muita informação e pouca informação.
Os pesquisadores avaliaram o conjunto de notícias sobre o câncer amostradas para
determinar a medida em que cada uma delas incluía uma ou mais das
características de mensagem de incerteza.
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