O governo brasileiro destina uma das menores
proporções de seu orçamento à saúde no mundo, inferior à média africana, e o
setor no País ainda é pago em grande parte pelo cidadão. Os dados são da
Organização Mundial da Saúde (OMS) que nesta sexta-feira,
13, apresentou um raio-x completo do financiamento da saúde e escancarou
uma realidade: o custo médio da saúde ao bolso de um brasileiro é superior à
média mundial. Segundo os dados, famílias brasileiras ainda destinam mais
recursos para a saúde que o próprio governo. Em termos absolutos, o governo
brasileiro destina à saúde de um cidadão um décimo do que europeus destinam aos
seus.
Dados da OMS apontam que 56% dos
gastos com a saúde no Brasil vêm de poupanças e das rendas de pessoas. O número
representa uma queda em relação a 2000. Naquele ano, 59% de tudo que se gastava
com saúde no Brasil vinha do bolso de famílias de pacientes e de planos pagos
por indivíduos.
Mesmo assim, a taxa é considerada
como uma das mais altas do mundo. Dos 192 países avaliados pela OMS, apenas 41
tem um índice mais preocupante que o do Brasil. A proporção de gastos privados
no Brasil com a saúde é, em média, superior ao que africanos, asiáticos e
latino-americanos gastam em média.
Para fazer a comparação, a OMS
utiliza dados de 2008, considerados como os últimos disponíveis em todos os
países para permitir a avaliação completa.
Um dos fenômenos notados pela OMS no
País foi a explosão de planos de saúde. Há dez anos, 34% do dinheiro na saúde
no Brasil vinham de planos. Em 2008, a taxa subiu para 41%. Um brasileiro gasta
ainda quase duas vezes o que um europeu usa de seu próprio salário para saúde.
Em média, apenas 23% dos gastos com a saúde na Europa vêm dos bolsos dos
cidadãos. O resto é coberto pelo estado.
A taxa de dinheiro privado na saúde
no Brasil também é muito superior a media mundial, de 38%. No Japão, 82% de
todos os gastos são cobertos pelo governo. Na Dinamarca, essa taxa sobe para
85%. Em Cuba, os gastos privados de cidadãos com a saúde representam apenas 6%
do que o país gasta no setor.
Já países onde o sistema de saúde é
praticamente inexistente, o cenário é bem diferente. No Afeganistão, 78% dos
gastos com a saúde dependem dos cidadãos. No Laos, a taxa chega a 82%, contra
93% em Serra Leoa.
Outro dado revelador para a OMS é a
quantidade de recursos num orçamento nacional que é destinado à saúde, o que
mostraria a prioridade política do governo em relação ao tema. A entidade
alerta que é esse dado que revela quanto de fato um governo está preocupado com
a saúde de sua população, e não os discursos políticos ou anúncios de novos
programas.
Nesse ponto, o Brasil está entre os
24 países que menos destinam recursos de seu orçamento para a saúde. Em 2008,
6% do orçamento nacional ia para a saúde. A taxa representou um salto real dos
4,1% em 2000.
Mas é menos da metade da média
mundial. Em geral, a OMS descobriu que 13,9% dos orçamentos nacionais vão para
a saúde. Nos países ricos, a taxa chega a 16,7%. No Canadá, ela é de 17%.
A proporção do orçamento nacional que
vai para a saúde é ainda inferior à média africana, de 9,6%. Segundo a OMS, o
governo brasileiro destina à saúde menos que o grupo de países mais pobres do
mundo.
Em valores absolutos, o levantamento
da entidade constata que os recursos para a saúde dobraram em dez anos no
Brasil, somando gastos governamentais e privados. Por pessoa, a saúde no País
consome o equivalente a US$ 875,00. Há uma década, esse valor era de apenas US$
494,00.
Desse total, US$ 385,00 são arcados
pelo governo, um valor dez vezes menor que o que gastam os governos da Dinamarca
e Holanda com a saúde de cada um de seus habitantes.
Em Luxemburgo, o governo gasta 13
vezes mais que o brasileiro para cada um de seus habitantes. Quem mais destina
recursos de seu orçamento à saúde é o principado de Mônaco, 17 vezes mais que o
Brasil, cerca de US$ 5 mil.
No outro extremo, o governo de Serra
Leoa gasta US$ 7 por ano por pessoa. Em Mianmar, cada habitante recebe o
equivalente a US$ 2.
Apesar das constatações preocupantes
em relação ao Brasil, os dados da OMS apresentam alguns avanços no País. O
primeiro deles é de que o total gasto por privados e governos com a saúde
aumentou de 7,2% do PIB em 2000 para 8,4% em 2008. A taxa ainda é inferior aos
11% em média destinado á saúde nos países ricos. Mas próximo da média mundial de
8,5%.
Outros avanços também são
registrados. A expectativa de vida passou de 67 anos em 1990 para 73 anos, em
2009. Em geral, o brasileiro vive mais que a média mundial.
A morte de crianças com menos de um
ano também desabou no País. Em 1990, eram 46 por cada mil crianças. Vinte
anos depois, essa taxa caiu para 17.
Fonte: aqui
Saúde do brasileiro – quem paga a conta
Ontem estivemos lá no Hemoam, Sandrinha e eu, para levar os laudos dos últimos exames do controle trimestral. BLZA! Os marcadores tumorais (Desidrogenase Láctea e Microglobulina) estão abaixo do mínimo no exame de sangue, e os outros parâmetros também estão todos no lugar. Só o tal de ácido úrico, que não tem nada a ver com linfomas, está um pouco alto, mas dentro ainda dos limites.
Fonte: aqui
Saúde do brasileiro – quem paga a conta
==============================
É uma
pena que saúde, neste nível de debate, ainda sirva de tema para os cartunistas.
Ontem estivemos lá no Hemoam, Sandrinha e eu, para levar os laudos dos últimos exames do controle trimestral. BLZA! Os marcadores tumorais (Desidrogenase Láctea e Microglobulina) estão abaixo do mínimo no exame de sangue, e os outros parâmetros também estão todos no lugar. Só o tal de ácido úrico, que não tem nada a ver com linfomas, está um pouco alto, mas dentro ainda dos limites.
Comentários:
Postar um comentário