As pesquisas oncológicas avançam, se multiplicam em
suas plataformas conceituais originais e acabam sendo por vezes confrontadas
com resultados empíricos e dramáticos (e até desmoralizantes), como os obtidos
por Mr. Hyde, pai do garoto Cashy, personagem do post publicado ontem. E daqui
a pouco vão acabar me confundindo com o escritor, jornalista e político
Fernando Gabeira por sua atuação na luta pela descriminalização da maconha. Na
luta de vida e morte que travamos não há lugar para preconceitos anacrônicos nem
posturas radicais bobalhonas. E se a maconha, que é um produto 100% natural e
fitoterápico ajudar, por que não?
Conhecida na India e na China há mais de 1500 anos, as primeiras pesquisas realizadas revelaram suas propriedades
altamente benéficas no tratamento de convulsões, inflamações, ansiedade, e
nausea, bem como na inibição do desenvolvimento das células do câncer. Estudos mais
recentes tem mostrado o desempenho efetivo do CBD (cannabidiol)
- um composto encontrado na Cannabis sativa, a popular maconha - como
antipsicótico nos tratamentos de esquizofrenia, e como supressor dos sintomas
da distonia.
Em novembro de 2007, foi relatado que o CBD reduz o
desenvolvimento ‘in vitro’ de células do câncer de mama agressivo e reduz sua
invasividade.
Agora, estudos publicados em abril na revista
científica Molecular Cancer Therapeutics,
realizados por cientistas do California Pacific Medical Center
Research Institute, aumentam as esperanças de que o CBD possa vir a ser
o primeiro agente não tóxico a ser empregado com sucesso no tratamento de formas
de câncer de mama metastático.
"Agora temos mais
opções no tratamento de formas agressivas de câncer", disse Sean McAllister,
Ph.D., pesquisador do câncer no CPMCRI e principal autor do estudo. "Esses
tratamentos, como a quimioterapia, podem ser eficazes, mas também podem ser
extremamente tóxicos e difíceis para os pacientes. Este composto oferece a esperança
de uma terapia não-tóxica, e que poderá alcançar os mesmos resultados sem
nenhum dos efeitos colaterais dolorosos".
Os pesquisadores
usaram o CBD para inibir a atividade de um gene chamado Id-1, que se acredita
ser o responsável pela disseminação agressiva das células cancerosas por todo o
corpo, para longe do local do tumor original.
"Sabemos que
o Id-1 é um regulador-chave da propagação do câncer de mama", disse Pierre-Yves
Desprez, Ph.D., e também pesquisador do câncer no CPMCRI, co-autor sênior do
estudo. "Sabemos também que o Id-1 também foi encontrado em níveis mais
altos em outras formas de câncer. Então, o que é emocionante sobre este estudo é
que se CBD pode inibir Id-1 em células de câncer de mama, então ele pode revelar-se
eficaz em barrar a disseminação de células cancerosas em outras formas da
doença, tais como de cólon e cérebro ou o câncer de próstata."
No entanto, os
pesquisadores ressaltam que eles, apesar dos resultados serem muito
promissores, não estão recomendando que as pessoas com câncer de mama passem a
fumar maconha, pois consideram improvável que as concentrações eficazes da
droga sejam alcançadas pela simples inalação.
Traduzido de Science Daily, com editorial
pelo autor do blog. Leia release original aqui.
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Descoberta proteína que poderia ajudar a impedir o
alastramento do câncer
Pesquisa financiada pela Canadian
Breast Cancer Foundation é a matéria de capa da edição de maio do Journal of
Cell Science, onde se revela a
existência de uma proteína capaz de travar a propagação das células cancerosas da
mama, que poderá conduzir a uma nova terapia para evitar ou limitar a propagação
da doença.
"Os
investigadores do câncer desejam criar novas estratégias terapêuticas em que a
metástase ou propagação de estágio do câncer possa ser bloqueada", explica
Andrew Craig, pesquisador chefe e professor do Departamento de Bioquímica do Queen's Cancer Research Institute.
"Os pacientes tem uma chance muito melhor de sobreviver se o tumor primário
é o único que precisa ser tratado."
A proteína
reguladora, identificada pela equipe do Dr. Craig, inibe a disseminação de
células cancerosas mediante a remoção e/ou a quebra de uma enzima invasiva presente na superfície das células cancerosas.
Se permanecer desmarcada, essa enzima degrada e modifica os tecidos
circunvizinhos saudaveis, facilitando a propagação do câncer pelo corpo.
Os pesquisadores
esperam que as constatações feitas agora possam ajudar a desenvolver terapias
mais específicas, que tenham uma função inibitória restrita sobre a enzima que
está implicada em certos tipos de câncer metastático. As terapias tradicionais,
que têm sido utilizadas para controlar a natureza invasiva da enzima são inespecíficas,
pois também destroem as enzimas que são importantes para a função normal do
corpo fisiológico.
Foi examinada uma gama
de proteínas que são responsáveis pelo controle da forma de agir das células
cancerosas. Elas se concentraram especificamente nas partes da célula que se
projetam em torno dos tecidos normais, permitindo com que a célula cancerosa possa
degradar as barreiras protetoras de tecido circundante.
As células normais
também produzem saliências semelhantes, como parte de um processo saudável de
sua fisiologa, que permite com que elas se movam através dos tecidos do corpo
durante uma resposta imune.
Durante a propagação
do câncer estes mecanismos, normalmente saudáveis, são cooptados por células
cancerosas, permitindo com que o câncer rompa fronteiras e colonize tecidos
distantes. Este processo de disseminação da doença é conhecido como metástase e
é freqüentemente a causa das mortes relacionadas.
Traduzido e condensado de Science Daily. Leia
release completo aqui.
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