A AID é uma
enzima dos linfócitos B que cria mutações deliberadas na codificação do DNA dos
anticorpos, ajudando a produzir uma resposta imune correta. Entretanto, uma
expressão inadequada desta enzima também pode ter efeitos nocivos e levar a
determinadas mutações oncogênicas (causadoras de câncer). Quando encontrada em
um tumor, os níveis descontrolados de AID podem aumentar a taxa de mutação do
gene e, por sua vez, acelerar a progressão da doença.
A recente descoberta científica feita por
pesquisadores do Institut de Recherches Cliniques de Montréal (IRCM), liderados
pelo Dr. Javier Marcelo Di Noia, diretor da Unidade de Pesquisa de Mecanismos e
Diversidade Genética, foi publicado hoje pelo The Journal
of Experimental Medicine. Sua equipe identificou um
mecanismo de regulação de ativação induzida da deaminase
(AID), que pode ser importante para a terapia de alguns tipos de linfoma e
leucemia.
“Ao estudar a regulação da AID, buscou-se
compreender o que restringe o seu acesso
ao núcleo da célula”, explica Alexandre Orthwein, primeiro autor do estudo.
"Se a gente pudesse controlar esse aspecto, poderíamos evitar os efeitos negativos
da AID mutante”. Em seguida, se descobriu que a Hsp90, uma das proteínas mais
abundantes e vitais encontradas nas células, estabiliza o equilíbrio dinâmico
da AID no citoplasma. Ao estabilizar a AID, a Hsp90 determina os níveis da expressão
geral da enzima que se correlacionam com a extensão de suas funções
fisiológicas.
Os pesquisadores descobriram que a inibição
Hsp90 desestabiliza a AID, resultando em uma redução proporcional na
diversificação de genes de anticorpos. Além disso, uma vez que os níveis de AID
também se correlacionam com os efeitos colaterais patológicos, a inibição da Hsp90
impede a mutação descontrolada pela AID.
A ação da Hsp90 pode ser inibida por as drogas
conhecidas, que já são usadas atualmente nos ensaios clínicos para o tratamento
de certos tipos de câncer, reduzindo significativamente a quantidade de AID e,
consequentemente, impedindo a atividade indesejavel desta enzima no DNA. Este
mecanismo regulador determina o nível funcional da AID em células B normais e nas
linhas de linfoma de célula B. Assim, a inibição da Hsp90 fornece os primeiros
meios farmacológicos para regular a expressão e a atividade da AID, que
poderiam ser relevantes para a terapia de alguns tipos de linfoma e leucemia
".
Segundo o The Leukemia & Lymphoma Society of Canada, uma pessoa é diagnosticada com
um câncer de sangue a cada quatro minutos, e alguém morre de câncer no sangue a
cada 10 minutos. Esta estatística representa mais de 54.000 pessoas por ano. Em
2010, cerca de 628.415 pessoas estão vivendo com linfoma ou em remissão.
Traduzido e condensado de sciencedaily, com edição de ilustração e editorial pelo autor. Leia
matéria original aqui.
1 Comentário:
E eu sou uma delas, que vive em remissão. Bom dia para voçê.
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