segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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Descoberta promete nova terapia para tratamento de Linfoma e Leucemia

 A AID é uma enzima dos linfócitos B que cria mutações deliberadas na codificação do DNA dos anticorpos, ajudando a produzir uma resposta imune correta. Entretanto, uma expressão inadequada desta enzima também pode ter efeitos nocivos e levar a determinadas mutações oncogênicas (causadoras de câncer). Quando encontrada em um tumor, os níveis descontrolados de AID podem aumentar a taxa de mutação do gene e, por sua vez, acelerar a progressão da doença.
A recente descoberta científica feita por pesquisadores do Institut de Recherches Cliniques de Montréal (IRCM), liderados pelo Dr. Javier Marcelo Di Noia, diretor da Unidade de Pesquisa de Mecanismos e Diversidade Genética, foi publicado hoje pelo The Journal of Experimental Medicine. Sua equipe identificou um mecanismo de regulação de ativação induzida da deaminase (AID), que pode ser importante para a terapia de alguns tipos de linfoma e leucemia.
“Ao estudar a regulação da AID, buscou-se compreender  o que restringe o seu acesso ao núcleo da célula”, explica Alexandre Orthwein, primeiro autor do estudo. "Se a gente pudesse controlar esse aspecto, poderíamos evitar os efeitos negativos da AID mutante”. Em seguida, se descobriu que a Hsp90, uma das proteínas mais abundantes e vitais encontradas nas células, estabiliza o equilíbrio dinâmico da AID no citoplasma. Ao estabilizar a AID, a Hsp90 determina os níveis da expressão geral da enzima que se correlacionam com a extensão de suas funções fisiológicas.

Os pesquisadores descobriram que a inibição Hsp90 desestabiliza a AID, resultando em uma redução proporcional na diversificação de genes de anticorpos. Além disso, uma vez que os níveis de AID também se correlacionam com os efeitos colaterais patológicos, a inibição da Hsp90 impede a mutação descontrolada pela AID.

A ação da Hsp90 pode ser inibida por as drogas conhecidas, que já são usadas atualmente nos ensaios clínicos para o tratamento de certos tipos de câncer, reduzindo significativamente a quantidade de AID e, consequentemente, impedindo a atividade indesejavel desta enzima no DNA. Este mecanismo regulador determina o nível funcional da AID em células B normais e nas linhas de linfoma de célula B. Assim, a inibição da Hsp90 fornece os primeiros meios farmacológicos para regular a expressão e a atividade da AID, que poderiam ser relevantes para a terapia de alguns tipos de linfoma e leucemia ".

Segundo o The Leukemia & Lymphoma Society of Canada, uma pessoa é diagnosticada com um câncer de sangue a cada quatro minutos, e alguém morre de câncer no sangue a cada 10 minutos. Esta estatística representa mais de 54.000 pessoas por ano. Em 2010, cerca de 628.415 pessoas estão vivendo com linfoma ou em remissão.
Traduzido e condensado de sciencedaily, com edição de ilustração e editorial pelo autor. Leia matéria original aqui.

1 Comentário:

Gigi disse...

E eu sou uma delas, que vive em remissão. Bom dia para voçê.