terça-feira, 13 de julho de 2010

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Câncer mata instrumentista Paulo Moura, um dos maiores talentos musicais do Brasil.


Depois de uma internação de nove dias na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, morre, aos 77 anos, em conseqüência de complicações de um câncer no sistema linfático (um linfoma) na noite desta segunda-feira, o músico Paulo Moura, considerado um dos maiores instrumentistas da música brasileira . O Ganhador do Grammy por seu disco “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas” era saxofonista, clarinetista, compositor, maestro e arranjador, tinha mais de 40 discos lançados desde 1956 em mais de 50 anos de carreira.

Filho de um mestre de banda e irmão de outros músicos, começou a tocar piano e clarineta em São José do Rio Preto (SP), onde nasceu. Mudou-se mais tarde para o Rio de Janeiro, onde começou a tocar em cassinos, bailes e festas como integrante de famosas orquestras da época. Concluiu o curso de clarineta na ‘Escola Nacional de Música’, onde aprendeu também teoria musical, harmonia, regência, orquestração e arranjo.

Foi primeiro clarinetista da ‘Orquestra do Teatro Nacional’ por 17 anos. Nesse período, viajou pelo México e Rússia, onde chegou a reger a ‘Orquestra Sinfônica de Moscou’. Excursionou até pelo Japão. Sua ligação com o jazz é muito forte, e formou uma das primeiras ‘jazz bands’ do país, tocando saxofone além de clarineta.

Foi contemporâneo, e tocou com grandes nomes como Tom Jobim, Elis Regina, Ary Barroso, Milton Nascimento e o talentoso violonista Raphael Rabello, morto precocemente aos 32 anos com quem gravou ‘Dois Irmãos’, em 1992, ano em que ganhou o prêmio Sharp de melhor instrumentista popular. Sua música é recebida com grande repercussão na imprensa internacional que o considera embaixador da música instrumental brasileira.

É difícil citar todos, mas é impossível não lembrar de trabalhos antológicos, como os álbuns gravados com a pianista Clara Sverner; Paulo Moura Interpreta Radamés Gnattali, de 1959; Confusão Urbana, Suburbana e Rural, de 1976; Mistura e Manda, de 1984; Dois Irmãos, de 1992, com Raphael Rabello; Wagner Tiso e Paulo Moura, de 1996; K-Ximblues, de 2001, em homenagem à obra do genial e pouco lembrado saxofonista e compositor K-Ximbinho; Dois Panos Pra Manga, de 2006, com João Donato; e El Negro del Branco, de 2004, com Yamandu Costa.

Amigos e familiares do músico disseram que ele tocou seu clarinete pela última vez no sábado passado, dia 10, no hospital”: “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho.

Baixe aqui o belo álbum gravado por Paulinho e Raphael em 1992

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