Depois de uma internação de nove dias na
Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, morre, aos 77 anos, em conseqüência de
complicações de um câncer no sistema linfático (um linfoma) na noite desta
segunda-feira, o músico Paulo Moura, considerado um dos maiores instrumentistas
da música brasileira . O Ganhador do
Grammy por seu disco “Pixinguinha:
Paulo Moura e os Batutas” era
saxofonista, clarinetista, compositor, maestro e arranjador, tinha mais
de 40 discos lançados desde 1956 em mais de 50 anos
de carreira.
Filho de um mestre de
banda e irmão de outros músicos, começou a tocar piano e clarineta em São José
do Rio Preto (SP), onde nasceu. Mudou-se mais tarde para o Rio de Janeiro, onde
começou a tocar em cassinos, bailes e festas como integrante de famosas
orquestras da época. Concluiu o curso de clarineta na ‘Escola Nacional de
Música’, onde aprendeu também teoria musical, harmonia, regência, orquestração
e arranjo.
Foi primeiro
clarinetista da ‘Orquestra do Teatro Nacional’ por 17 anos. Nesse período,
viajou pelo México e Rússia, onde chegou a reger a ‘Orquestra Sinfônica de
Moscou’. Excursionou até pelo Japão. Sua ligação com o jazz é muito forte, e
formou uma das primeiras ‘jazz bands’ do país, tocando saxofone além de
clarineta.
Foi
contemporâneo, e tocou com grandes nomes como Tom Jobim, Elis Regina, Ary
Barroso, Milton Nascimento e o talentoso violonista Raphael Rabello, morto
precocemente aos 32 anos com quem gravou ‘Dois
Irmãos’, em 1992, ano em que ganhou o prêmio Sharp de melhor instrumentista
popular. Sua música é recebida com grande repercussão na imprensa internacional
que o considera embaixador da música instrumental brasileira.
É difícil citar todos, mas é
impossível não lembrar de trabalhos antológicos, como os álbuns gravados com a
pianista Clara Sverner; Paulo
Moura Interpreta Radamés Gnattali, de 1959; Confusão Urbana, Suburbana e Rural, de
1976; Mistura e Manda,
de 1984; Dois Irmãos,
de 1992, com Raphael Rabello; Wagner Tiso e Paulo Moura, de 1996; K-Ximblues, de 2001, em
homenagem à obra do genial e pouco lembrado saxofonista e compositor
K-Ximbinho; Dois Panos Pra
Manga, de 2006, com João Donato; e El Negro del Branco, de 2004, com Yamandu
Costa.
Amigos e familiares do músico disseram
que ele tocou seu clarinete pela última vez no sábado passado, dia 10, no
hospital”: “Doce de Coco”,
de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho.
Baixe aqui o belo álbum gravado por Paulinho e Raphael em 1992
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