A intenção era
publicar um post, como fiz com as gringas, mostrando dez brasileiras famosas
que tivessem vencido o câncer de mama. Podia ser atleta, artista, empresária, profissional
liberal, política, escritora, modelo, esposa... qualquer área de atuação, desde
que fosse celebridade. Mas, após horas de pesquisas na net Sandrinha e eu
chegamos à conclusão elementar: ou o câncer de mama poupa as mulheres famosas
no Brasil, ou elas simplesmente ficam na moita por preconceito, insegurança, vergonha
ou medo. Fenômeno inverso ao do comportamento verificado entre as
norte-americanas. Tive até dificuldade pra selecionar apenas as dez do post.
Imaginem então o impacto social
quando, há quase uma década, uma atriz jovem, bela e famosa como Patrícia
Pillar resolve tornar pública sua luta contra uma doença que a grande maioria
das mulheres brasileiras esconde e enfrenta calada, na sombra. Botando a boca
no trombone ela não só demonstrou coragem, mas, sobretudo superação para ter o
desprendimento moral de prestar este serviço à sociedade, dando-se como
exemplo. Um belo exemplo.
Desde então sua atitude de encarar o
câncer de frente vem servindo pra despertar a atenção de milhões de brasileiras
para a necessidade de uma prática doméstica bastante simples, o auto-exame da mama, que pode salvar
vidas. A coragem e a objetividade que fizeram com que ela procurasse o médico
imediatamente e em seguida se submetesse à cirurgia foram fundamentais para o sucesso
de seu tratamento.
Seu drama se inclui em estatísticas
que não param de crescer. São 30 mil novos casos de câncer de mama no Brasil
por ano, 82 por dia, mais de três por hora. Nos últimos 20 anos, o número de
casos da doença cresceu 68%.
O exame feito pelo mamógrafo é capaz
de detectar tumores a partir de um milímetro de diâmetro. Mas toda mulher deve,
antes de tudo, como Patrícia, fazer o auto-exame e, na seqüência, procurar o
médico especialista, um mastologista.
Infelizmente, 65% dos casos
diagnosticados no Brasil já estão em estágio mais avançado, quando os tumores
já têm pelo menos cinco centímetros de diâmetro. Poucas mulheres, ainda, têm
acesso à mamografia, a um bom médico, a exames preventivos. E isso pode fazer a
diferença entre a vida e a morte.
Patrícia Pillar
Uma brasileira que nunca
escondeu sua luta contra a doença. Após auto-exame na mama, a atriz suspeitou
de um nódulo no seio esquerdo. A ultra-sonografia realizada no dia seguinte confirmou
a presença de um tumor de 1,5 cm. Três dias após o diagnóstico a atriz passou
por intervenção cirúrgica para retirada do tumor e começou a fazer
quimioterapia. Hoje, aos 44 anos, é um símbolo da importância da prevenção,
diagnóstico e tratamento precoce do câncer.
"É uma sorte muito grande eu ter vencido o meu medo e ter esse hábito de fazer o auto-exame, sempre com medo. Mas o que eu posso dizer é que é muito melhor vencer o medo, porque se encontra no começo (o nódulo) você mantém sua mama, a cicatriz é pequena, a sua chance de recuperação é imensa".
Joana Fomm
Diagnosticada
no Inicio de 2007, em exame preventivo. Chorou, ficou deprimida, mas não
escondeu o câncer de ninguém. Passou por duas mastectomias, mas o medo da morte
surgiu apenas após uma quinta cirurgia, de reconstituição das mamas. “É
impossível estar com essa doença e não pensar nisso. Mas foi um pensamento
passageiro”. Uma batalha seguida de outra, foram três difíceis anos fora da TV e
dos palcos. Aos 70 anos de idade e com 40 anos de carreira, a atriz fará uma participação especial no
seriado As Cariocas, que estreou em
outubro. E dessa vez será mais do que um simples retorno à cena.
"É uma vergonha uma mulher na minha idade falar isso, mas, na verdade, eu quero é namorar. Quero ter 120 anos e estar legal comigo mesma, não me esconder atrás de sutiãs de enchimento".
Elba Ramalho
Aos 59 anos hoje, recebeu em 2009 o
diagnóstico de câncer de mama e imediatamente o tornou público. Após uma
cirurgia logo em seguida para a retirada de um nódulo de 5 mm, e de algum tempo
seguindo um tratamento radioterápico, a cantora está bem (não houve necessidade
de fazer quimioterapia) e seguindo normalmente sua agenda de shows.
"Não sei por que a gente tem câncer... Talvez Deus queira nos dar um puxão de orelha, fazer com que acordemos para alguma coisa. Sempre cuidei bem do corpo, mas também sei que vacilei em questões emocionais. Em vez de colocar para fora, segurava tudo dentro de mim"
Para chegarmos ao
índice de exames dos países mais desenvolvidos, a primeira coisa de que
precisamos é de mais mamógrafos. As estimativas são de que dispomos hoje no
Brasil de apenas 700 destes aparelhos, quando o necessário seria algo em torno
de 3.000. E, o que é pior, desses míseros 700, apenas cerca de 120 aparelhos estão
na rede pública, no SUS. Uma gota d’água no oceano!
3 Comentários:
Mais um post interessante de ser lido e apreciado! Importante utilidade pública! E torcer para que surjam mais Patrícias, Joanas e Elbas para nos dar exemplo! Bjs
Parabéns pelo post, Daniel!
Bacana sua disponibilidade em ajudar...
Beijo carinhoso..........
Tambem estou passando por esse problema hoje com 23 anos detectei o cancer de mama ja fiz uma mastectomia e vou ter q passar por sessoes de quimioterapia ,hoje entao busco for¢as nas pessoas q ja passaram por esse problema , conto para vcs q estou com bastante medo da quimio mas nao adianta tenho q ser forte tenho um filho de7 anos bjos Angelica.
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