domingo, 15 de novembro de 2009

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Inicia Hidrelétrica de Belo Monte



A energia da projetada hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, oeste do Estado do Pará – será o maior empreendimento do setor elétrico do Brasil, equivalente à construção do Canal do Panamá, em termos de escavações - é vista como essencial para sustentar uma taxa de crescimento do País na casa de 5% ao ano na próxima década.

De acordo com o Plano Decenal de Energia 2008-2017, nesse período, o Brasil terá de acrescentar 27 mil megawatts médios (MW) de energia à matriz atual. E o governo conta com Belo Monte para fechar a conta e evitar o estrangulamento do sistema.

A expectativa é de que a usina, com previsão de 11.233 MW de potência (ou 4.600 MW médios), comece a entrar em operação por volta de 2015, a tempo de suprir as necessidades da Olimpíada de 2016, no Rio. O volume total de investimentos será de R$ 16 bilhões (US$ 9,2 bilhões), o triplo dos US$ 3 bilhões previstos no fim da década de 90.

É esperada para amanhã a liberação pelo Ibama da Licença Prévia para o início das obras, que deverá ser seguida do leilão, previsto para o dia 21 de dezembro, o qual definirá qual grupo de construtoras participará da construção da hidroelétrica. A liberação da licença foi decidida ontem, durante reunião de Lula com Lobão, os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e representantes de outros órgãos do governo que representam os setores de energia e meio ambiente. O presidente do Ibama, Roberto Messias, também participou do encontro. "Tratamos do licenciamento de Belo Monte, que está demorando bastante.

O governo decidiu também que a Eletrobrás vai participar de todos os consórcios que vão entrar na disputa pela concessão do projeto da usina. Segundo o presidente da estatal, José Antonio Muniz Lopes, a estratégia definida prevê que a participação será de até 49% dos consórcios e se dará por meio das subsidiárias da empresa - Furnas, Eletronorte, Chesf e Eletrosul.

Ambientalistas, povos indígenas e radicais da hora prometem não se curvar à decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Até o cantor Sting, que mora bem distante das necessidades energéticas brasileiras, já andou se manifestando contra. "Não vamos desistir agora dos nossos direitos", afirma o cacique da tribo Arara, José Carlos Arara, que teme os impactos da construção da usina em sua aldeia.

Do outro lado, empresários se unem para reforçar o coro a favor do governo para tirar, enfim, do papel o projeto que desde a década de 70 promete desenvolvimento à região. As manifestações começaram na sexta-feira passada, numa caminhada pela cidade. Nos próximos 37 dias, até a licitação da hidrelétrica, os dois grupos vão fazer barulho, com atos que ultrapassam as divisas do Pará.

3 Comentários:

Benzion David disse...

Stephen W. Hawking, em "Uma Breve História do Tempo" perguntava: Qual é o nosso lugar no Universo e de onde ele surgiu em nós mesmos?
Toda a vez que surgem embates "Meio Ambiente versus Desenvolvimento", me pergunto: Onde está a dicotomia, já que não a vejo?
Costumo responder a isso com a afirmativa pessoal - o que lhe confere caráter absolutamente relativo, portanto -, de quem crê no desenvolvimento como caminho de evolução coletiva, que não prescinde da técnica e tecnologia para avançar material e metafisicamente.
Tudo o que se precisa é de cuidado com a sustentabilidade do Planeta - igual ao que deve-se ter com o ser humano.
Crescer e avançar com o mínimo de sacrifícios humano e ambiental, mas, sim, crescer e avançar. Isso, ou, então, "nunca mais comer omeletes".
A dicotimia deixa de existir se pensarmos que Humanidade e Planeta são unos na Criação, por isso, no momento em que um perecer o outro perderá a função; por conseguinte, também, perecerá.
Então, penso que o nosso lugar no Universo é exatamente onde estamos; e, ele surge em nós mesmos quando compreendemos que todo ato - interior ou exterior - se reflete na Obra do Criador.

Anônimo disse...

É preciso analisar os dois lados do projeto tanto o lado da necessidade da energia indispensável pro desenvolvimento do país,tanto o lado do meio ambiente e humano que será afetado com a construção da hidréletrica de Belo Monte.

Anônimo disse...

Normalmente esses radicais que se juntam a meia duzia de indígenas são os primeiros a reclamar quando falta energia no seu Habitat.Esquecem eles, que este tipo de energia é limpo e praticamente não agride o meio ambiente, ainda mais com a imensidão de rios que o nosso país-continente possui.