Pesquisei mas não descobri
nenhum estudo sobre a realidade brasileira neste sentido. Mas certamente por
aqui as coisas são bem piores. Na minha experiência pessoal, quando tomava o
protocolo R-CHOP em regime ambulatorial, vi coisas de arrepiar: um enfermeiro prosaico,
por exemplo, que tinha pavor de manusear as drogas e me olhava como se eu fosse
um pobre condenado, um fudido; enfermeiros sem equipamento, com apenas parte
dele, ou, ainda, com o equipamento inadequado ou simplesmente...sujo.
Outra coisa que chama atenção
neste estudo é a periculosidade destas drogas que tomamos aos litros, ao longo
de um protocolo de tratamento contra o câncer, muitas vezes a um custo muito
mais elevado do que os benefícios proporcionados.
Cerca de 17% dos
enfermeiros que trabalham em centros de infusão ambulatorial de quimioterapia
relataram estar expostos, pele e olhos, às
drogas tóxicas que ministram, de acordo com um novo estudo do Comprehensive
Cancer Center, da Universidade de Michigan.
O estudo pesquisou 1.339 enfermeiros
oncológicos do estado, que não trabalham em unidades de internação. Cerca de 84%
da quimioterapia é ministrada em regime ambulatorial, em grande parte por
enfermeiros. Os resultados aparecem on-line na revista BMJ Qualidade e
Segurança.
"Qualquer exposição não intencional da
pele ou olhos pode ser tão perigosa quanto uma picada de agulha", diz o
principal autor do estudo, Christopher Friese, professor assistente na Escola
de Enfermagem da Universidade de Michigan. "Temos minimizado os incidentes com picada de agulha
para que eles sejam cada vez mais raros.
Orientações de segurança para a administração
de drogas quimioterápicas têm sido emitidas por organizações como o Instituto
Nacional para a Segurança e Saúde Ocupacional. Mas estas orientações não são
obrigatórias. As diretrizes incluem recomendações para a utilização de batas,
luvas e outros equipamentos de proteção quando se manusear este tipo de drogas.
"Esta pesquisa mostra que compensa a
saúde prestar atenção à carga e a qualidade das condições de trabalho, de uma
organização. Não é apenas uma questão de satisfação no trabalho. É muito provável
que esta atenção diminua o risco desses riscos ocupacionais", diz Friese.
Ao contrário de agulhas, onde um vírus
específico poderá estar envolvido e tratamentos preventivos podem ser aplicados,
é mais difícil relacionar a exposição à quimioterapia a um efeito direto na saúde
e prever um tratamento. E isso torna mais difícil aos sistemas oferecerem uma
pronta resposta a estes incidentes. A exposição involuntária pode afetar os
sistemas nervoso e reprodutivo, além de aumentar o risco futuro de câncer no
sangue.
"Se cabe a nós garantir a segurança do
paciente, também devemos garantir a segurança dos funcionários. E o cumprimento
rigoroso das diretrizes de segurança nacional e o ensino e o treinamento profissional
de normas e diretrizes é fundamental, diz Friese.
Editorial
e tradução de Sciencedaily pelo autor. Ilustração editada de Googleimages. Leia
o release completo aqui.
2 Comentários:
eu sempre me perguntei, eles usam toda aquela parafernalha pra nos furar, ficam apavorados se algo não da certo, e a gente toma litros disso via venosa, isso faz bem ou mal? Mas estou de acordo que os profissionais devem ter o minimo de segurança. E nós também, na ultima aplicação sofri pra caramba, porque não tinha agulha fina, só grossa e de-lhe furar a Lilian...Adquiri panico de agulhas.
Dani, dani querido, tu é meu amigo mais querido, desculpa ai o mal jeito em só mandar beijos pras meninas... Espero que esteja bem. Próxima postagem é só sua...
Assim eu choro, Lilian.....
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