sexta-feira, 5 de agosto de 2011

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As mulheres mais altas estariam em maior risco de desenvolver uma ampla variedade de cânceres?

É o que sugere um estudo liderado pela Universidade de Oxford. Um relatório publicado no Online First The Lancet Oncology revela que, nas mulheres, o risco de câncer aumenta em aproximadamente 16% para cada 10 centímetros (4 polegadas) de acréscimo na altura. Estudos anteriores mostraram uma ligação entre a estatura e o risco de câncer, mas esta pesquisa agora estende os resultados para outros tipos da doença e para mulheres de diferentes classes econômicas e com estilos de vida também diferentes.

"Nós mostramos que a ligação entre a maior altura (estatura) e o aumento do risco total de câncer é semelhante em diversas populações da Ásia, Austrália, Europa e América do Norte," disse a Dra. Jane Green, principal autora do estudo, baseado em dados da unidade de Epidemiologia do Câncer, da Universidade de Oxford.

"A ligação entre a altura do individuo e o risco de desenvolver diferentes tipos de câncer parece ser comum a muitos povos, sugerindo a existência de um mecanismo básico comum, talvez agindo sobre o individuo desde o início da vida, quando as pessoas começam a crescer.".

Para investigar o impacto da estatura sobre o risco de câncer em geral, a Dra. Green e equipe avaliaram a sua relação com outros fatores relevantes para o desenvolvimento do câncer e a incidência da doença, no Cancer Research UK, com financiamento do Million Women Study1, que incluiu 1,3 milhão de mulheres de meia idade no Reino Unido, inscritas entre 1996 e 2001. Durante um tempo de seguimento médio de cerca de 10 anos, 97 mil casos de câncer foram identificados.

Verificou-se que o risco de câncer total aumentou com o aumento da altura, assim como o risco de muitos tipos diferentes de câncer, incluindo câncer de mama, melanoma, ovário, útero, intestino e leucemia. Os autores também realizaram uma meta-análise combinando seus resultados com os de dez estudos anteriores.

Embora ainda não esteja claro como a altura possa aumentar o risco de câncer, considera-se também que as influências ambientais, incluindo dieta e infecções na infância - bem como os níveis de hormônio de crescimento - podem estar envolvidos no processo. Os resultados sugerem que aumentos nos padrões de estatura verificados nas populações ao longo do século XX, poderiam explicar algumas das mudanças na incidência de câncer ao longo do tempo.

"É claro que as pessoas não podem mudar a sua altura. Ser mais alto tem sido associado a um risco menor de outras condições, tais como doenças cardíacas. A importância de nossos resultados é que eles podem nos ajudar a compreender como o  câncer se desenvolve", declarou a Dra. Green.

1 (O Million Women Study é um estudo permanente nacional britânico sobre saúde feminina, envolvendo mais de um milhão de mulheres com idades a partir dos 50 anos. Produto da colaboração entre a Cancer Research UK e o Serviço Nacional de Saúde britânico, com financiamento adicional do Conselho de Pesquisa Médica e da Health and Safety Executive, o projeto visa responder a muitas questões pendentes sobre os fatores que afetam a saúde das mulheres nessa faixa etária. O foco principal do estudo está centrado nos efeitos do hormônio usado como terapia de reposição, mas sua dimensão e abrangência acabaram sugerindo que uma gama muito mais ampla de questões de saúde poderiam ser abordadas).

- Traduzido e adaptado pelo autor de matéria publicada em 04.08.2011 em ScienseDaily. Ilustrações do Googleimages

1 Comentário:

Marina da Silva disse...

Daniel,
kkkkkkkkkkk Desculpe-me, mas não resisti no alto dos meus 1.53m.kkkkkk
Altura X câncer diria Humberto Eco "É fazer a ciência daquilo que não deve ser sabido" ou com meu amigo Juca Zokner diz: "este sim, é um tema de transcendental importância para a cura do câncer e saber da humanidade"! A conclusão deste trabalhão todo só pode ser: TUDO DÁ CÂNCER NADA DÁ CÂNCER, MAS A CURA...é para ciência séria!
Abraço. Marina.