terça-feira, 5 de abril de 2011

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Combinação de drogas já conhecidas surpreende no combate às células cancerosas


Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania School of Medicine podem ter encontrado uma maneira de transformar uma resposta adaptativa celular em uma vulnerabilidade para derrotar células cancerosas. Quando as células normais sofrem privação de nutrientes, elas digerem as proteínas existentes e membranas para permanecerem vivas. As células cancerosas têm recorrido a esse processo, chamado autofagia, para sobreviver quando se esgotam os nutrientes e para escapar da morte após os danos da quimioterapia e de outras fontes. Quando os investigadores trataram um grupo de pacientes portadores de diversos tipos de câncer avançado com temsirolimus, um medicamento-alvo molecular contra o câncer, que bloqueia a absorção de nutrientes, combinado com a hidroxicloroquina, uma droga antimalária que inibe a autofagia, viram que os tumores pararam de crescer em dois terços dos pacientes.

Os resultados são muito encorajadores - impressionante, mesmo”, diz o autor sênior Ravi Amaravadi, MD, professor assistente de Medicina no Abramson Cancer Center, vinculado à Pennsylvania School of Medicine “O temsirolimus, isoladamente, tem pouco efeito nesta população de pacientes. Os tumores riem dele, com percentuais de resposta de zero a 5 por cento. Mas, combinando-o com a hidroxicloroquina, descobrimos que 14 dos 21 pacientes mantiveram a doença estável após o tratamento, incluindo cinco dos seis pacientes com melanoma.”

Além de melanoma, outros dos pacientes envolvidos no estudo apresentavam câncer de cabeça, colo e pescoço, mama, gastro-esofágico, próstata, pâncreas, pulmão e câncer renal. 

Além dos pacientes apresentarem taxas substanciais de estabilização da doença com a combinação destas duas drogas, os investigadores relatam que os efeitos colaterais observados foram relativamente limitados, mais comumente restritos a feridas na boca, perda de peso, náuseas e fadiga.

O grupo de pesquisadores foi capaz de ver a evidência da inibição da autofagia em células do sangue periférico em pacientes tratados com esta combinação, e verificaram que a inibição aumentou com doses crescentes de hidroxicloroquina.

Dada a grande proporção de pacientes com melanoma que se beneficiaram desta combinação no grupo inicial de pacientes, os pesquisadores estão registrando atualmente um adicional de mais 12 pacientes em um grupo de expansão, com a dose de 1200 mg de hidroxicloroquina. Eles também estão esperançosos de que esta combinação de drogas também seja útil em pacientes com câncer de cabeça, pescoço e mama.
Traduzido e condensado de sciencedaily.com. Leia original aqui.

Derivado da vitamina A pode inibir formas iniciais do câncer de mama

Uma substância encontrada na cenoura e na batata-doce pode revelar-se fundamental para combater o câncer de mama em estágios iniciais, segundo um novo estudo realizado por investigadores do Fox Chase Cancer Center. Sandra Fernandez, PhD, professora assistente de pesquisa desta instituição, estará apresentando os resultados deste trabalho na 102a reunião anual da American Association Cancer for Reserch-AACR, nesta terça-feira, 5 de abril. Este encontro, aberto no último sábado no Centro de Convenções Orange County, em Orlando, Flórida, com encerramento previsto para amanhã, reúne anualmente há mais de um século toda a comunidade científica, políticos, entidades, empresas, envolvidos na luta contra o câncer.

O ácido retinóico, um derivado da vitamina A, poderá ser uma terapia promissora contra o câncer, pois afeta o crescimento, a proliferação e a sobrevivência celular. Neste momento, sua eficácia está sendo testada em vários ensaios clínicos. Neste estudo, Sandra Fernandes e seus colegas apontam os aspectos críticos do modo de ação do ácido retinóico - o que pode representar um avanço potencialmente importante no desenvolvimento de tratamentos eficazes para os pacientes.

Para identificar as condições específicas em que o ácido retinóico inibe e até reverte o crescimento de massas anormais na mama, os pesquisadores desenvolveram um sistema de cultura composto de quatro linhagens de células que representam diferentes fases do câncer: a) células normais, como as células da mama humana, b) células transformadas (que dão origem a massas sólidas em função da exposição a agentes cancerígenos), c) células invasoras (que são capazes de quebrar as barreiras do tecido do peito e se espalhar para outras partes do corpo) e d) células tumorais (que se formam quando as células invasoras são injetadas na gordura mamária de camundongos e apresentam todas as características das células cancerosas totalmente malignas da mama).

Os resultados sugerem que o ácido retinóico pode deter a progressão do tumor no início, mas não em estágios mais adiantados. "Não parece haver nenhuma maneira de reverter os tumores com ácido retinóico, quando eles se tornam muito avançados", diz Fernandez.
Traduzido e condensado de sciencedaily.com. Leia original aqui.

Contestada eficácia do controle médico contra câncer de próstata

O controle médico reduz de maneira pouco significativa as mortes por câncer de próstata, segundo um estudo do Instituto Karolinska, de Estocolmo, que foi publicado pelo British Medical Journal em sua última edição. A pesquisa, que se estendeu durante um período de 20 anos, destaca também que "há um risco considerável de excesso de tratamento" no caso de homens sem problemas médicos.

O câncer de próstata é um dos mais comuns entre pessoas do sexo masculino no mundo todo, e as revisões médicas são a prática rotineira para a detenção adiantada da doença. As conclusões do estudo se baseiam em um teste clínico que começou na Suécia em 1987 com 9.026 homens de 50 e 69 anos, dos quais 1.494 foram escolhidos ao acaso para serem submetidos a um controle médico com consultas a cada três anos entre 1987 e 1996.

Os outros 7.532 não receberam um atendimento preventivo específico e fizeram as vezes de "grupo de controle", com o qual posteriormente se compararam os resultados do teste. Em 1987 e em 1990, as consultas consistiram unicamente em um exame de toque retal, mas a partir de 1993 foi combinada com um teste antigênico específico da próstata (PSA).

Em 31 de dezembro de 1999, foi feito um acompanhamento específico dos homens que tinham sido diagnosticados com câncer, e em 31 de dezembro de 2008 foi determinada sua taxa de sobrevivência. No caso do grupo de acompanhamento, foram diagnosticados 85 casos (5,7%) de câncer de próstata, enquanto no grupo de controle, 292 (3,9%).

Os tumores no primeiro grupo eram menores e mais localizados, mas o estudo não mostrou que houve uma diferença significativa na taxa de sobrevivência entre um grupo e o outro. 

"Após 20 anos, a taxa de mortes por câncer de próstata não diferiu de maneira significativa entre homens no grupo de acompanhamento e homens do grupo de controle", afirma o texto publicado no BMJ.

Os autores acreditam que, embora as revisões e o tratamento de homens com tumores detectados possam reduzir até em um terço as mortes no caso específico do câncer de próstata, existe também o risco que uma excessiva preocupação por um diagnóstico rápido se traduza em tratamentos "excessivos ou prejudiciais".

Os pesquisadores também defendem que o próximo desafio nesse campo deveria ser encontrar a maneira de distinguir os "tumores indolentes" (de crescimento lento) dos de crescimento rápido, e desenvolver tratamentos menos invasivos para os primeiros.

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