Investigadores da Universidade de Washington publicaram
recentemente no Anticancer Research Jornal que um ambiente de oxigênio puro, com três vezes e meia a pressão normal do
ar atmosférico, aumenta significativamente a eficácia de um composto natural já
testado para eliminar células cancerosas,
a artemisina, amplamente
utilizada na Ásia e na África para o tratamento da malária.
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A artemisinina
– um composto isolado da Artemisia annua L., vulgarmente conhecida como losna - é um remédio natural usado para
tratar a malária. Em meados da década de 1990 investigadores da Universidade de
Washington foram os primeiros a explorar suas propriedades para tratar o
câncer.
No novo estudo, a utilização da artemisinina, ou
alta pressão de oxigênio sozinho em uma cultura de células de leucemia humana,
reduziu o crescimento das células cancerosas em 15 por cento. Usá-los em
combinação reduziu o crescimento das células em 38 por cento, um aumento de 50
por cento na eficácia da artemisinina.
"Se você combinar o oxigênio de alta
pressão com a artemisinina, você pode obter um efeito muito melhor de cura",
disse o autor Henry Lai, professor de pesquisa em bioengenharia da Universidade
de Washington. "Nós só medimos os efeitos até 48 horas. Em longos períodos
de tempo esperamos que os efeitos sinérgicos sejam ainda mais dramáticos".
No início dos anos 1970, um fazendeiro no centro
da China descobriu uma tumba de 2.000 anos, que continha três caixões. Em um deles
foi encontrado um rolo de seda descrevendo várias receitas, inclusive da
artemisinina no tratamento da malária. Os chineses seguiram as instruções e,
assim, redescobriram um antigo remédio.
Nas décadas seguintes, os cientistas descobriram
que a artemisinina reage com o ferro dentro de uma célula para formar um
radical livre, de partículas altamente carregadas que destroem o parasita da
malária, que é rico em ferro, constituindo-se em alvo fácil para a ação da artemisinina.
Desde que a rápida multiplicação das células
cancerosas também necessita de ferro para formar novo DNA, Lai teorizou que elas
também seriam alvos da artemisinina. Pesquisas posteriores mostraram que ele
estava certo.
Lai e seus colegas na Universidade de Washington
desenvolveram uma variante vários milhares de vezes mais potente que a
artemisinina natural, licenciada em 2004 para uma empresa chinesa.
"A artemisinina é um promissor tratamento para
o câncer, de baixo custo, porque é específico, é barato e você não tem que
injetá-lo", disse Lai. "É 100 vezes mais específico do que a
quimioterapia tradicional", acrescentou. "No câncer de mama, é ainda
melhor."
Em 2010, ele colocou sua teoria à prova em uma câmara
hiperbárica para estudar a capacidade do oxigênio altamente
pressurizado em combinação com a administração da artemisinina. Câmaras
hiperbáricas, cheias de oxigênio em alta pressão, são aquelas que ajudam os
mergulhadores que emergem muito rapidamente a reajustar progressivamente os
níveis normais de oxigênio.
Uma foto do cantor pop Michael Jackson, em
meados dos anos 80, dormindo em uma câmara hiperbárica portátil, provocou
rumores de que ele estava tentando curar as cicatrizes de cirurgias plásticas,
manter sua aparência jovial e estender sua vida útil. A FDA aprovou a
oxigenoterapia hiperbárica para várias doenças, incluindo doença de
descompressão, intoxicação por monóxido de carbono, feridas e doença de Lyme.
Na prática clínica, o estudo de artemisinina
hiperbárica pode levar pessoas ou animais a passarem um tempo definido em uma
câmara hiperbárica para aumentar a eficácia da artemisinina.
Traduzido e condensado de sciencedaily.com
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