segunda-feira, 4 de abril de 2011

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Alta dose de oxigênio realça tratamento natural do câncer, dizem pesquisadores

Investigadores da Universidade de Washington publicaram recentemente no Anticancer Research Jornal que um ambiente de oxigênio puro, com três vezes e meia a pressão normal do ar atmosférico, aumenta significativamente a eficácia de um composto natural já testado para eliminar células cancerosas,  a artemisina, amplamente utilizada na Ásia e na África para o tratamento da malária.

  
A artemisinina – um composto isolado da Artemisia annua L., vulgarmente conhecida como losna - é um remédio natural usado para tratar a malária. Em meados da década de 1990 investigadores da Universidade de Washington foram os primeiros a explorar suas propriedades para tratar o câncer.

No novo estudo, a utilização da artemisinina, ou alta pressão de oxigênio sozinho em uma cultura de células de leucemia humana, reduziu o crescimento das células cancerosas em 15 por cento. Usá-los em combinação reduziu o crescimento das células em 38 por cento, um aumento de 50 por cento na eficácia da artemisinina.

"Se você combinar o oxigênio de alta pressão com a artemisinina, você pode obter um efeito muito melhor de cura", disse o autor Henry Lai, professor de pesquisa em bioengenharia da Universidade de Washington. "Nós só medimos os efeitos até 48 horas. Em longos períodos de tempo esperamos que os efeitos sinérgicos sejam ainda mais dramáticos".

No início dos anos 1970, um fazendeiro no centro da China descobriu uma tumba de 2.000 anos, que continha três caixões. Em um deles foi encontrado um rolo de seda descrevendo várias receitas, inclusive da artemisinina no tratamento da malária. Os chineses seguiram as instruções e, assim, redescobriram um antigo remédio.

Nas décadas seguintes, os cientistas descobriram que a artemisinina reage com o ferro dentro de uma célula para formar um radical livre, de partículas altamente carregadas que destroem o parasita da malária, que é rico em ferro, constituindo-se em alvo fácil para a ação da artemisinina.

Desde que a rápida multiplicação das células cancerosas também necessita de ferro para formar novo DNA, Lai teorizou que elas também seriam alvos da artemisinina. Pesquisas posteriores mostraram que ele estava certo.

Lai e seus colegas na Universidade de Washington desenvolveram uma variante vários milhares de vezes mais potente que a artemisinina natural, licenciada em 2004 para uma empresa chinesa.

"A artemisinina é um promissor tratamento para o câncer, de baixo custo, porque é específico, é barato e você não tem que injetá-lo", disse Lai. "É 100 vezes mais específico do que a quimioterapia tradicional", acrescentou. "No câncer de mama, é ainda melhor."

Em 2010, ele colocou sua teoria à prova em uma câmara hiperbárica para estudar a capacidade do oxigênio altamente pressurizado em combinação com a administração da artemisinina. Câmaras hiperbáricas, cheias de oxigênio em alta pressão, são aquelas que ajudam os mergulhadores que emergem muito rapidamente a reajustar progressivamente os níveis normais de oxigênio.

Uma foto do cantor pop Michael Jackson, em meados dos anos 80, dormindo em uma câmara hiperbárica portátil, provocou rumores de que ele estava tentando curar as cicatrizes de cirurgias plásticas, manter sua aparência jovial e estender sua vida útil. A FDA aprovou a oxigenoterapia hiperbárica para várias doenças, incluindo doença de descompressão, intoxicação por monóxido de carbono, feridas e doença de Lyme.

Na prática clínica, o estudo de artemisinina hiperbárica pode levar pessoas ou animais a passarem um tempo definido em uma câmara hiperbárica para aumentar a eficácia da artemisinina.
Traduzido e condensado de sciencedaily.com

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