Os protocolos de quimioterapia para
tratamento do câncer linfático
(linfoma) geralmente consomem meses para serem concluídos. Eu segui
um chamado R-CHOP, composto por imunoterapia
com um anticorpo monoclonal (Rituximab, comercialmente conhecido
como Mabthera), e quimioterapia com um coquetel de drogas: Ciclofosfamida, Hidroxidoxorubicina
(doxorubicina), Vincristina (Oncovin) e Prednisona. Ao final desta verdadeira purgação - a minha durou seis meses - a
gente tá louco pra saber afinal qual o resultado. Os médicos tentam explicar
usando termos como remissão, recidiva, cura... Mas, o que significam
realmente estes termos?
Imediatamente
após a conclusão do chamado tratamento
de primeira linha, aquele primeiro que lhe é aplicado logo depois do
diagnóstico, seu oncologista vai ainda aguardar de 4 a 8 semanas para que as
drogas tenham tempo de agir sobre o câncer. Então alguns exames serão feitos
para avaliação antes que ele se pronuncie com mais segurança sobre o assunto.
Remissão completa quer dizer que o tumor foi
eliminado completamente, com ou sem massa residual que não apresente atividade neoplásica. Quando o tumor apenas
diminuiu, os médicos chamam a isso de remissão
parcial. Em se tratando dos linfomas de Hodgkin ou não-Hodgkin agressivo,
que apresentam elevado índice de
cura, eles preferem trabalhar com a expectativa de uma remissão
completa. No caso dos LNH de baixo grau, muitas vezes, uma remissão parcial é relativamente
satisfatória.
Todos os
tipos de câncer têm a possibilidade de retorno, mesmo que o tumor tenha sido
eliminado pelo tratamento, e o linfoma não é uma exceção. Quando isso acontece,
diz-se que houve uma recidiva, ou
seja, a doença retornou. É por esse motivo que os médicos aguardam vários anos
para poder declarar a cura de um
paciente. Para linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin agressivo, a doença tem maior
chance de retorno dentro de dois anos. Os LNH indolentes, de baixo grau, podem
retornar dentro de 2 anos ou depois de vários, tendo-se que conviver com esta
incerteza a cada exame de controle.
Há
tempos assisti a uma entrevista no Youtube, dada em um auditório pelo genial ator
americano Gene Wilder à TV inglesa, em 2007. Ele conta que toda vez que
encontrava a médica que o havia tratado do LNH de baixo grau diagnosticado em
1999 - mesmo depois de vários anos em remissão, sem nenhum sinal de recaída -,
e lhe perguntava se estava finalmente curado, recebia invariavelmente como
resposta uma negativa.
Até
que, 7 anos depois, encontrou-a novamente em uma livraria em Londres: – E então,
doutora, agora posso dizer que estou curado? – E ela: - Ainda não, Gene, curado
é uma palavra... perigosa. Se lhe perguntarem novamente, diga que está em
remissão. Ou melhor, diga-lhes que se sobreviver a mim, sua médica, então
poderá se considerar curado. - Nesse momento, Gene olhou pro entrevistador e
comentou: - Foi então que conclui que minha única chance de cura seria dar um
tiro na minha médica...
No caso de uma recaída ou recidiva, o diagnóstico precoce será
determinante para o sucesso do tratamento
de segunda linha que se seguirá. Por isso é de suma importância o
acompanhamento com exames periódicos. E quanto mais o tempo passa sem sinais de
recidiva, mais se pode ficar tranqüilo sobre a saúde.
E adianta dizer que estresse e angustia não resolvem nada, só
atrapalham? Veja a entrevista com Gene Wilder aqui:
2 Comentários:
Olá Daniel,
Obrigado pela sua visita ao nosso blog e pela contribuição quanto a mais um local onde se faz PET Scan no Brasil. Estamos ampliando o número de máquinas com esta finalidade e isso é muito bom para todos nós.
Quanto a GEAP, não só somos usuários como participantes ativos no processo de construção e melhoramento do nosso plano. Foi ai, em Manaus, num Encontro Regional de Conselheiros (do qual tive a honra de ter participado) que conseguimos incluir as nossas tias no rol de dependentes da GEAP. E foi nossa a proposta, como foi tb com a nossa luta que no Encontro de Belém-PA conseguimos deliberar pela redução no percentual de participação, de 15 para os 10% atuais.
Outras conquistas mais foram emanadas de encontros regionais e nacionais de conselheiros da fundação e deles participei de 1999 a 2007, de forma intensiva e atuante, sempre na defesa dos interesses dos participantes. Ao longo dessa jornada deixamos amigos em várias partes do Brasil, de Manaus podemos citar a Janice, Pinto e outros mais que não me recordo agora.
Sou do Ministério da Saúde, titular do plano desde 1984.
Um abraço, na certeza de ter feito mais um amigo.
Não amigo, não adianta dizer, eu mesma sou um poço de ansiedade, eu devia ter visto esta tal entrevista, teria a brilhante idéia de dar um tiro no meu ex médico e provavelmente não estaria com recidiva do câncer, cujo nodulo ele insistia em dizer que não era nada...Mas ele não merecia um tiro. Enquanto isso vamos sonhando com a remiss~´ao, melhor, com a cura.... beijos
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