terça-feira, 26 de abril de 2011

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Confirmada relação entre implantes mamários e forma rara de câncer, mas causa ainda não está clara


Os implantes de mama parecem estar associados a uma forma rara de linfoma, mas ainda não há provas de que o câncer seria causado por implantes ou que sugiram um mecanismo subjacente de como a doença pode se desenvolver, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da RAND Corporation.
O estudo, publicado online pela revista Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, também considera que a doença tem uma evolução lenta e pode ser controlada através da remoção cirúrgica da cápsula envolvente que se forma após o implante.

As conclusões são baseadas em uma revisão exaustiva da literatura médica sobre os implantes mamários e o linfoma anaplásico de grandes células ou ALCL, um tipo de câncer do sistema imunológico que foi relacionado aos implantes mamários há mais de uma década.

As preocupações sobre uma associação entre os implantes mamários e os ALCL foram colocadas pela primeira vez em 1996, quando médicos publicaram um relatório que descreve uma mulher na qual se tinha desenvolvido câncer no tecido situado junto a um de seus implantes. Desde aquela época, relatos semelhantes foram publicados, estimando que cerca de 1-3 casos seriam diagnosticados anualmente para cada 1 milhão de mulheres com implantes, representando de 0,001 a 0,003% das mamas implantadas.

Devido a preocupações crescentes, a Plastic Surgery Foundation e a Aesthetic Surgery Education and Research Foundation encarregaram a RAND de realizar uma exaustiva revisão da literatura médica e organizar um painel de médicos especialistas para avaliar a existência de um vínculo potencial e as suas implicações.

"Muito mais pesquisa ainda é necessária para investigar a ligação entre os implantes mamários, o ALCL e o significado clínico desta doença rara, mas estes resultados já fornecem informações úteis para pacientes e médicos no curto prazo", disse Soeren Mattke, cientista sênior da RAND, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos.

Mattke e seus colegas identificaram 36 casos publicados de linfoma não-Hodgkin entre mulheres com implantes mamários, dos quais 29 foram diagnosticados como linfoma anaplásico de grandes células - ALCL. Pelo menos 12 destas 29 mulheres tiveram uma história prévia de um tipo diferente de câncer, incluindo oito mastectomizadas por câncer de mama e duas que tiveram uma história prévia de ALCL.

Enquanto algumas pacientes receberam quimioterapia e/ou radioterapia, o tratamento na maioria dos casos consistiu na remoção cirúrgica do implante afetado e do tecido circundante, o que apareceu controlar a doença.

O painel conduzido pela RAND concluiu que as evidências sugerem uma associação entre os implantes mamários e o linfoma anaplásico de grandes células, mas não pode provar definitivamente que os implantes causem a doença, nem explicar como eles podem desencadear ALCL.

Os especialistas recomendaram que o diagnóstico de um saco cheio de líquido próximo a um implante mamário seis ou mais meses após a cirurgia deverá conduzir a uma avaliação minuciosa de diagnóstico de linfoma anaplásico de grandes células. Eles também concluíram que este diagnóstico deve resultar em uma avaliação completa para excluir a possibilidade de propagação da doença para fora da cápsula da mama (o revestimento que se forma ao redor do implante), seguido pela remoção do implante e da cápsula.

A Food and Drug AdministrationFDA, e a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos anunciaram recentemente um esforço para criar um registro que irá coletar informações sobre as mulheres com implantes de mama que foram diagnosticados com linfoma anaplásico de grandes células, a fim de coletar informações que ajudarão a aumentar a compreensão da doença.

Traduzido e condensado de ScienseDaily. Leia release completo aqui.

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