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esculpem o trocadilho
infame, mas, ficar falando só de doença o tempo todo me parece um pouco ... doentil, não é mesmo? É por isso que de
vez em quando gosto de postar algo, digamos, dissipativo das cruezas desta
realidade mais imediata.
E nem sempre, como
dizem os filósofos de botequim (sem preconceitos, é claro, de vez em quando estou
entre eles), se um é bom, dois é melhor ainda. No mundo da música, por exemplo,
tenho visto duetos que poderiam muito bem ter sido piedosamente evitados. Mas também
não faltam exemplos que mostram encontros fantásticos.
Neste dueto, cantando
What a Wonderful World, de Louis
Armstrong,
unidas pelo milagre da mais atual tecnologia de mixagem de áudio e vídeo, duas
de minhas cantoras prediletas, Eva
Cassidy,
já falecida, e Katie Melua. Adoro este blues com a Eva, mas cantando
com a Katie achei ainda mais emocionante, além de representar ainda um tributo,
por Katie, da influência recebida de Eva.
Em 1991, a cantora Natalie
Cole
inaugurou este tipo de montagem, gravando o tema "Unforgettable",
cantando em dueto com o pai já falecido, o cantor e pianista Nat King Cole, uma mixagem
tecnicamente perfeita a partir da gravação original feita por Nat no início dos
anos 50. Desde então algumas outras foram feitas. Curta este vídeo aqui.
Eva Marie Cassidy (02/02/1963
em Washington, DC a 02/11/1996 em Bowie, Maryland) foi uma cantora americana
descrita pelo jornal britânico The
Guardian como "uma das maiores vozes de sua geração”. Ela tinha um
repertório diversificado que incluía jazz, blues, folk, gospel e pop. Permaneceu virtualmente desconhecida fora de
sua cidade natal, Washington, DC, quando morreu de melanoma (que se espalhou
para os ossos) em 1996. Suas gravações lançadas postumamente, desde então,
venderam mais de quatro milhões de cópias, e no início de 2001, a coletânea Songbird alcançou o 1º lugar nas paradas
do Reino Unido.
No Brasil ela
permanece desconhecida do público e da mídia até hoje. Eu a descobri no início
de 2001. Quando sou fissurado em uma canção tenho a mania de colecionar todas
as gravações e interpretações que conseguir encontrar dela. Numa dessas baixei
da net “Autumn Leaves”, interpretada por uma cantora chamada Eva Cassidy. Esta canção, Feuilles Mortes no original francês, com letra do poeta Jacques
Prévert
e versão inglesa do compositor Johnny
Mercer, é um dos maiores
clássicos mundiais de todos os tempos e já foi gravada por centenas de
interpretes, desde que foi lançada a primeira gravação em 1945, na voz de Yves Montand. (Ainda faltava muito pra eu nascer, mas
como música boa não tem idade...).
Mesmo assim e apesar
disso, a interpretação de Eva é surpreendente, na simplicidade arrepiante do acompanhamento
apenas de seu violão folk e de um
piano intimista - no registro de sua apresentação na Blues Alleys. Ela é original, muito ela mesma, sensível e suavemente
vibrante, introduzindo genialmente elementos da folk music que caíram como uma luva na harmonia. Algo realmente
marcante, novo, belo e emocionante na sua voz cristalina. Maluco delirante,
quando ouço esta canção às vezes imagino que ela está cantando pra mim ;). Curta
este vídeo aqui.
Por sua vez, a belíssima e talentosa britânico-georgiana Katie Melua, outra
ilustre desconhecida no Brasil, parece vir tendo sorte bem diferente. Dona da
voz mais quente que já ouvi alguém usar pra cantar, lançou seu primeiro álbum, Call Off The Search em novembro de 2003,
aos dezenove anos de idade, alcançando logo o topo das paradas do Reino Unido e
vendendo 1,8 milhões de cópias nos primeiros cinco meses. Seu segundo álbum, Piece by Piece, lançado em setembro de
2005, já recebeu quatro discos de platina.
Curtam o vídeo e comentem. Bom fim-de-semana ;)
3 Comentários:
Caro Daniel, que grata surpresa...e que aula de conhecimento musical e de bom gosto!
Adorei o vídeo! Lindo e delicado!!!
Obrigada, meu querido!
Bons dias!
Beijo
Querido Dani, idem ao comentario de Anitha sobre seu bom gosto e intelecto.
realmente é lindo, tocante, dá mais vontade de ficar por aqui, neste mundo maravilhoso. Deus nos conceda essa graça, por muitos anos mais e todos eles sempre juntos, não mais pela doença, mas pela amizade que ficou. Beijos, bom fim de semana e se segura na confeitaria... lilian
Lindo, maravilhoso, incrível, emocionante e de profunda sensibilidade!! Vale repetir e escutar inúmeras vezes! Queria saber cantar assim, já compartilhei!! Bjosssssssss
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