sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Braquiterapia no tratamento do câncer de próstata – um depoimento, uma opção

O diagnóstico do câncer geralmente deixa as pessoas aturdidas e freqüentemente apavoradas, impedindo-as, na maioria das vezes, de adotar serenamente a melhor decisão terapêutica para o seu caso. O depoimento que recebí e publico hoje, pela sua relevância evidente, é um exemplo da importância de se ouvir uma segunda opinião antes de se optar por um tratamento que poderá implicar em seqüelas irreparáveis, sem necessidade.
A braquiterapia é um procedimento cirúrgico muito pouco invasivo, em que materiais radioativos são implantados no paciente nas proximidades do tumor. É utilizada para tratar tumores de pequenas dimensões e permite que uma maior dose de radiação atinja as células neoplásicas, poupando ao máximo os tecidos normais adjacentes.
M
eu nome é Paulo da Luz, tenho 55 anos de idade, sou Técnico de Segurança Sênior, lotado na Petrobrás/Engenharia/IEGA/LAQSMS, morando em Balneário Camboriu/SC e trabalhando no Rio de Janeiro/RJ.

Sempre levei uma vida saudável, sem vícios, praticando esportes e controlando a alimentação com muita salada, frutas, verduras, evitando frituras, gorduras, embutidos, conservantes, refrigerantes, etc.

O relato que se segue visa esclarecer e orientar sobre o procedimento Braquiterapia de Próstata com Implante de Sementes Radioativas para o tratamento efetivo do câncer de próstata:

A partir dos 50 anos de idade, durante a realização anual dos exames periódicos, também devemos medir o índice de PSA, realizar a ultrassonografia abdominal total e consultar o urologista, quando ocorre o toque retal.

Todos os meus exames de ultrassonografia e toque sempre tiveram resultados normais, embora os valores dos últimos PSA fossem um pouco elevados, a saber: 29/07/2008: 2,87 e 13/08/2009: 3,62.

A partir deste último índice, fui ainda mais rigoroso com a alimentação julgando que reduziria o índice do PSA ao consumir bastante tomate, beterraba, grãos, enfim tudo que diziam ser bom para a próstata. Infelizmente os conseguintes exames de PSA que realizei nos dias 23/10/2009: 3,40 e no dia 08/02/2010: 3,56 não foram muito otimistas, embora ainda posicionados dentro da faixa tolerável informada pelos laboratórios, que era de 4,00.

Levei os resultados ao urologista no Rio de Janeiro, que me examinou e embora constatando que a próstata estava normal, solicitou uma biópsia. E no dia 13 de julho de 2010 o médico urologista do RJ, com base no resultado da biópsia, me informou que eu tinha câncer de próstata e que devia me submeter à cirurgia o mais breve possível, dentro de um mês. E na cirurgia, não teria como preservar os feixes nervosos, impossibilitando definitivamente a ereção, de forma irreversível, e que talvez, com o tempo, a incontinência urinária poderia deixar de ocorrer. Enquanto falava, ele prescrevia e me passava diversas receitas de exames pré-operatórios.

Neste momento perdi totalmente o prumo. Estava em um local distante de casa, longe da família e sem saber o que fazer e/ou pra onde ir. Depois de tanta dedicação ao trabalho e próximo do momento de curtir a merecida aposentadoria, surge uma doença deste nível para mudar totalmente nossos planos.

Com minha família distante, foi no meu gerente que obtive o primeiro amparo, naquele dia mesmo, sucedido pelos demais colegas de trabalho, inclusive alguns lotados em Santa Catarina.
O apoio da minha família, especialmente minha mulher e meus filhos foram fundamentais, mas foi na crença do poder de Deus que dia após dia, obtinha persistência para transpor os obstáculos que surgiam. Os demais exames atestaram que o problema estava ainda na sua fase inicial e localizado, já que a descoberta foi precoce.
Assim, durante as várias consultas realizadas com urologistas do Rio de Janeiro, Paraná e de Santa Catarina, descobrimos que a garantia de cura era de 100% pelos vários métodos convencionais, onde a próstata era inteiramente extirpada, seja na Cirurgia Radical, com Vídeo, ou Robótica. Entretanto, nenhuma delas assegurava e/ou garantia a não ocorrência de sequelas, especialmente a perda de ereção e a Incontinência urinária.

Então faltava aquele porto seguro! Aonde ir? Quem era o papa no assunto? Qual a melhor técnica que, além de garantir 100% de cura, não deixaria sequelas irreversíveis?

Foi quando soube de um colega em São Francisco do Sul-SC, que teria há pouco mais de 2 anos se submetido a Braquiterapia de Próstata com Implante de Sementes Radioativas, com quem conversei logo que possível, por telefone e que estava muito bem, sem qualquer tipo de sequelas. Neste momento, convencido da que se tratava de uma técnica eficiente e menos invasiva, decidi me submeter a este tipo de procedimento.

Devidamente orientado pelo colega e amigo Dr. Emano Guimarães Neto, busquei os recursos de última geração do Hospital A.C. Camargo em São Paulo-SP, na pessoa do Dr. Antônio Cássio Assis Pellizzon - Chefe do Serviço de Braquiterapia do Hospital desde o ano de 1997 e introdutor da Técnica de Braquiterapia de Alta Taxa de Dose para tumores da próstata, no Brasil.

Braquiterapia de Próstata com Implante de Sementes Radioativas consiste no implante de “sementes” de iodo na próstata visando à destruição das células doentes. O implante não requer incisão cirúrgica, apenas anestesia da cintura para baixo, quando agulhas finas, transportadoras das sementes, são introduzidas na próstata através do períneo (espaço entre o ânus e a bolsa escrotal). Ao atravessarem a próstata, essas agulhas tornam-se visíveis ao exame de ultrassom transretal. O número de agulhas e sementes requeridas varia de acordo com o tamanho da próstata. O procedimento tem duração de 1 a 2 horas e é feito no Centro Cirúrgico do Setor de Radioterapia do próprio Hospital.

As sementes radioativas usadas na braquiterapia da próstata emitem radiação em dose elevada e confinada somente à próstata, permitindo poupar os tecidos circunvizinhos sadios, como o reto e a bexiga. As sementes são do tamanho de um grão de arroz e uma vez colocadas não precisam ser retiradas.
Este procedimento tem cobertura pela AMS da PETROBRAS, sob o código 96.01.110.6 e só pode ser realizado no estágio inicial da doença.

Depois de algumas idas e vindas, minha internação no Hospital A.C. Camargo ocorreu no dia 14/09/2010, o procedimento foi realizado na manhã do dia seguinte, pelo próprio Dr. Cássio, e minha alta, já sem sonda, urinando normalmente e sem qualquer tipo de sequelas ocorreu no dia 16/09/2010. Retornei ao trabalho já no dia 27/09/2010, menos de 2 semanas após o procedimento. Minha recuperação está sendo excelente!

Finalizo este depoimento com a expectativa de ter esclarecido sobre um novo método de cura para uma doença que nos preocupa, e de ter despertado um pouco mais para os cuidados com a manutenção da nossa saúde, inclusive realizando todos os exames recomendados, dentre eles os índices de PSA e toque retal, de forma a se diagnosticar precocemente eventuais doenças, viabilizando assim a sua cura, sem sequelas.
Grande abraço, com Deus!

Paulo da Luz
Técnico de Segurança Sênior, Matrícula 770.115-1, Rota 817-6212, Externo 21 3212-6212, Celular 21 7565-5983.
Hospital A.C.Camargo (Hospital do Câncer)
Rua Prof. Antonio Prudente, 211 - Liberdade, São Paulo-SP
CEP: 01509-900 - Telefone: 11 2189-5000 / 5104 / 5105
Dr. Antonio Carlos Assis Pellizzon
CRM 59714, Médico Chefe do Dpt° de Radioterapia e Braquiterapia do Hospital A.C.Camargo
Site: http://mce_host/compose?to=3Dacapellizzo=n@hcancer.org.br

5 Comentários:

As Batidas do Coração disse...

Daniel venho qse tdos os dias em seu blog...adoro ler suas postagem....tenho aquele blog ,mas é pessoal nada desse tipo informativo....mas admiro demais essa forma q vc faz aqui...e gostaria de saber como faço pra envia tipo email..a meus contatos..sou meia leiga ..se vc poder me orienta fico grata....meu email é raqueldezopi@hotmail.com
bjoss
Quell

daniel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JP Batista disse...

De grande utilidade pública este depoimento do Paulo. Eu nem imaginava que existia algo parecido. Tenho certeza de que muita gente pode se beneficiar destas informações.Valeu pela divulgação.

Ernesto disse...

Pela primeira vez visitei o seu blog, já agora queria dar a conhecer a minha experiencia,pois fiz braquiterapia em Portugal entrei no hospital num dia durante a manhã e no dia seguinte deram-me alta que podia ir trabalhar, meti-me num taxi e fui para casa, não sofri nada nem tive qualquer dor e tinha a implantação feita e estava curado a partir daqui. Passaram-se 5 anos faço a vida normal e aconselho a quem tenha este problema de prostata e..., que possa pagar, pois não é barato, que o faça, eu fiquei bem

daniel disse...

Sem dúvida, Ernesto, esta é uma alternativa que deve ser divulgada. É pouco invasiva e evita todos os efeitos colaterais altamente indesejaveis da retirada total da próstata.
Obrigado por dar seu depoimento aqui no blog. Seja muito bem vindo e participe sempre. Um abraço.