sábado, 11 de dezembro de 2010

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Uma aspirina por dia reduz risco de morte por câncer em 21%


A aspirina (ácido acetil salicílico) é mais velha que Hipócrates, o pai da medicina. Extratos de casca de salgueiro (árvore donde é extraído o ácido salicílico), contendo seu princípio ativo, foram utilizados desde o neolítico, por suas propriedades analgésicas, antiinflamatórias e antitérmicas. Desde 1899, a lista de seus benefícios alonga-se constantemente. Já está sedimentada e reconhecida clinicamente a sua ação como antiagregante plaquetário, o que protege o coração de isquemias e o cérebro dos temíveis acidentes vasculares (AVC). Admite-se, doravante, para a aspirina um papel "adjuvante" contra o câncer.

A
 ingestão diária de uma aspirina reduz o risco de morte por câncer em 21% após cinco anos de uso, e os benefícios parecem aumentar com o tempo, persistindo por 20 anos em muitos casos, revelaram investigadores britânicos em um artigo publicado no The Lancet, após a coleta de dados de oito estudos clínicos envolvendo 25.570 participantes que já estavam em terapia com aspirina, pelo menos há quatro anos. Em todos os casos os ensaios colocaram a aspirina em comparação a um placebo.

Eles também descobriram que o risco de morrer por qualquer causa (não apenas de câncer) foi 10% menor para aqueles que tomavam 75 mg de aspirina por dia. As doses de aspirina nos oito ensaios variou de 75mg a 500mg por dia. Os ensaios estudados foram realizados originalmente para a prevenção de eventos vasculares.

Estudos anteriores haviam sugerido que pode haver benefícios na terapia com aspirina a longo prazo contra o câncer de cólon. Este é o primeiro estudo, os autores explicam, para mostrar que a aspirina protege contra outros tipos de câncer, como o de esôfago, pulmão, gastrointestinais, cérebro e pâncreas.

Os autores dizem que suas descobertas têm implicações para as diretrizes de uso de aspirina, bem como na compreenção do processo de desenvolvimento do tumor (carcinogénese) e o impacto da intervenção medicamentosa.

Eles explicaram que suas descobertas levam a crer que os benefícios da aspirina diariamente para aqueles com 45 anos ou mais superam os eventuais riscos de efeitos colaterais. Historicamente, a relação do uso da aspirina a longo prazo com o risco de sangramento intestinal tem feito muitos médicos deixar de prescrevê-la. Contudo, sabemos que a aspirina em baixa dose diária a longo prazo pode proteger de eventos cardiovasculares e acidente vascular cerebral.

Segundo o estudo, aspirina diária e a longo prazo pode reduzir:
- o risco de câncer de próstata em 10%
- o risco de câncer de pulmão em 30%
- o risco de câncer do intestino em 40%
- o risco de câncer de esôfago / garganta em 60%

O líder do estudo, Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, Inglaterra, tem tomado aspirina diariamente nos últimos dois anos. Ele acredita que as descobertas de sua equipe terão um grande impacto nas políticas de saúde pública. E acrescenta que uma aspirina por dia parece ser mais benéfico do que prejudicial.

Os investigadores pensam que o melhor momento para começar a ingestão diária de aspirina seria quando aumenta significativamenteo risco de a maioria dos cânceres surgirem, a partir dos 40 anos.

Mas a aspirina não é a única medida necessária para reduzir os riscos de câncer. Estilo de vida e hábitos saudáveis, não fumar ou beber em excesso e ter uma dieta saudável, em conjunto, têm um papel importante a desempenhar. As pessoas não devem ignorar os sintomas de alerta, como sangramento retal, especialmente se associada a dor abdominal, alteração do hábito intestinal ou perda de peso."
Traduzido e condensado de medicalnewstoday. Leia original aqui.

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