terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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Leitura no Brasil é uma vergonha


A aversão dos brasileiros aos livros virou assunto da última edição da influente revista britânica The Economist. Para a publicação, a situação precária das bibliotecas públicas e o baixo índice de leitura dos brasileiros constituem "motivo para vergonha nacional", juntamente com o crime e com as taxas de juros. Leia abaixo uma tradução do texto "Um País de não-leitores", publicado pela revista:


Muitos brasileiros não sabem ler. Em 2000, um quarto da população com 15 anos ou mais eram analfabetos funcionais. Muitos simplesmente não querem. Apenas um adulto alfabetizado em cada três lê livros. O brasileiro médio lê 1,8 livros não-acadêmicos por ano - menos da metade do que se lê nos EUA ou na Europa. Em uma pesquisa recente sobre hábitos de leitura, os brasileiros ficaram em 27º em um ranking de 30 países, gastando 5,2 horas por semana com um livro. Os argentinos, vizinhos, ficaram em 18º.
Em um raro acordo, governo, empresas e ONGs estão todos se esforçando para mudar isso. Algumas medidas paliativas estão sendo colocadas em prática, como o lançamento pelo governo do Plano Nacional de Livros e Leitura, além da abertura de novas bibliotecas. A medidas buscam impulsionar a leitura. Está se tornando comum ver personagens nas novelas da TV lendo. Os cínicos lembram que a Rede Globo, maior emissora de TV do país, também publica livros, jornais e revistas.
Outro fator que desencoraja a leitura é o preço. Os livros são muito caros. Na Bienal do Livro de São Paulo, O Código Da Vinci estava à venda por R$ 32,00, mais de 10% no salário mínimo do país. A maioria dos livros tem tiragens baixas, puxando para cima os preços.
Mas a indiferença dos brasileiros pelos livros tem raízes mais profundas. Séculos de escravidão levaram os líderes do país a negligenciar a educação. A escola primária só se tornou universal na década de 90. O rádio era uma presença constante já nos anos 30; as bibliotecas e as livrarias ainda não conseguiram emplacar. "A experiência eletrônica chegou antes da experiência escrita", disse Marino Lobello, da Câmara Brasileira do Livro, um órgão da indústria.
Tudo isso significa que o mercado de livros brasileiro tem o maior potencial de crescimento no mundo ocidental, lembra Lobello. Editoras estrangeiras, como a espanhola Prisa-Santillana, que comprou uma casa editorial local no ano passado, começam a se voltar para o país. Editoras evangélicas americanas miram o mercado de livros religiosos, que superam as vendas de livros de ficção no Brasil.

No ano passado, o diretor da Biblioteca Nacional se demitiu após um mandato controverso. Ele se queixou de ter menos bibliotecários do que precisava e de que as traças já haviam roído muito do acervo. Juntamente com o crime e com as taxas de juros, isso é motivo para vergonha nacional.
Este texto foi editado e condensado de texto original da Folha Online de 16/03/2006. No próximo post vou explicar  o porquê de sua publicação nesta data e comentarei o assunto. :=]



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Kindle diz que tem recorde de vendas em dezembro 

A empresa norte-americana de varejo online Amazon.com disse na quinta-feira passada que seu leitor eletrônico de livros Kindle teve o melhor mês de vendas em dezembro.Sem dar números ou comparativos e com cerca da metade do andamento do mês, a empresa disse que o Kindle foi o produto mais pedido até agora durante as compras de fim de ano ,em dezembro.  


A Amazon vê o Kindle como seu principal veículo de crescimento e está engajada numa forte disputa com os concorrentes da Sony e da Barnes & Noble para ver quem terá o eletrônico de leitura mais vendido. A declaração da Amazon sobre o sucesso do Kindle chega após notícia de quinta-feira passada de que a Sony firmou acordo com a News Corp para disponibilizar o The Wall Street Journal e outras publicações disponíveis em seu leitor eletrônico

Aqui no Brasil ele está custando USD 276,00, mais cerca de 60% de imposto de importação.

 

1 Comentário:

Anônimo disse...

comecei a ler resumos de escritores brasileiros apenas para me preparar para prestar o vestibular em 2001. Acabei desenvolvendo um hábito que cultivo e que tento despertar nas minhas filhas adolescentes. Meus pais não costumavam ler e acho que o exemplo que os pais podem dar é muito importante. Sinto-me outra pessoa desde que comecei a ler, mais segura de minha visão do mundo. voce tem razão, ler é algo libertário. Forte abraço e continue nos brindando com os excelentes e corajosos textos de seu blog. Ahh..e fique com Deus.