terça-feira, 23 de agosto de 2011

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Livro: Por uma vida Inteira

O resultado do trabalho de "Por uma vida inteira" é uma jóia doada por Sylvia a cada uma das mulheres, doentes ou não, que sabem o significado dos seios para sua feminilidade, principalmente quando ameaçados pela tragédia do câncer de mama. Num momento como esse, não é só a vida que fica em jogo, porém a auto-estima e a própria dignidade. Provavelmente, a autora concorda com o ditado: "aquilo que não mata, fortalece ainda mais". E, mesmo não sendo nenhum livro de auto-ajuda, "Por uma vida inteira" é extremamente "pra cima". Vale à pena conferir.

A psicanalista Jacirema Ferreira e os médicos Antonio Nisida, Mauro Speranzini e Roberto Vieira são apresentados logo no início do livro como os seus consultores. Mas, certamente, sem os anos de experiência jornalística de Sylvia, "Por uma vida inteira" não conseguiria ter um tom tão objetivo e linguagem acessível.

O texto é impecável. Mas, o relato expõe que a autora foi vítima deste problema, ocupando hoje a segunda causa de morte entre as mulheres.

Deve ser por isso que, além dos depoimentos de quem venceu a doença, as Marta, Alice, Alda Judith e Antonieta, há, no livro, uma veia poética de alguém que escreveu sobre a própria experiência, sem perder, no entanto, o foco da responsabilidade de informar com a precisão de quem esteve calcada em dados de pesquisas. E o mais saudável do livro é que a jornalista consegue dar uma aula sobre estes membros femininos, apresentando detalhes tão comuns às mulheres. Esse é o caso do capítulo "Seios de muitos significados": "Seio da terra. Não é à toa que assim nos referimos ao âmago, ao mais profundo, ao que é fértil e pródigo. Símbolo da mãe-natureza e, portanto, das entranhas, expressão maior da vida."

No livro, a autora explica de forma convincente o que pode ser natural ou preocupante em relação ao choque de um diagnóstico positivo e aos sintomas em geral. A compreensão de cada etapa do tratamento é fundamental para a própria recuperação da paciente. Confiança nos médicos que as atendem, tudo conta nessa hora. Sylvia traz em seu livro, sobretudo, uma vontade de desmistificar o câncer como uma doença fatal, oferecendo o pragmatismo de que é possível transmitir conselhos úteis para superar o problema.Ela parte do pressuposto de que a dura realidade de se ter câncer de mama pode ser transposta, um dia após o outro. 

Fonte Oncoguia

1 Comentário:

Fabi disse...

Olá Daniel!

Curioso o seu comentário, digo isso porque desde o diagnóstico, tive essa necessidade de alertar as pessoas para o câncer de mama, justamente por ser uma "vítima da má informação". Agora que comecei, notei outra peculiaridade, parece que as pessoas não querem ser informadas! Daí, bate o desânimo, mas não me darei por vencida, já consegui fazer uma amiga procurar o médico! Uma vitória!!

Obrigada pela visita e volte sempre!

Um beijo,
Fabiane