A Política Nacional de Atenção Oncológica criou os
chamados CACON - Centros de Assistência de Alta
Complexidade em Oncologia, definidos como Unidades de Saúde que possuem
as condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos
adequados à prestação de assistência especializada de alta complexidade para o
diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer. Um hospital
particular, para ser credenciado junto ao SUS como um destes Centros, deverá,
obrigatoriamente, oferecer todos os serviços de oncologia, incluindo Cirurgia
Oncológica, Oncologia Clínica e Serviço de Radioterapia e Hematologia, especificados
em Portaria do Ministério da Saúde. A falta de vigilância e de controle sobre
estes prestadores de serviço facilitam e até incentivam a prática asquerosa,
fraudulenta de profissionais de saúde ambiciosos que roubam o País, envergonham
os colegas honestos e usurpam a esperança de vida.
“Em
Rondônia, o Instituto de Oncologia e Radioterapia São Pelegrino Ltda. - Clínica
São Pelegrino - Porto Velho, está ligado diretamente ao Hospital de Base.
Estes estabelecimentos não sofrem, em geral, caso não haja denúncia, nenhum
tipo de auditoria ou controle social de seus tratamentos ou faturamentos. Há
muito médico, proprietário de clínicas, ficando milionário, tamanho é seu
grande faturamento, com a estratosférica margem de lucro. Para se entender como
é a “margem de lucro”, veja o “modus
operandi”, detalhado no artigo do médico hematologista e oncologista
Ricardo Teixeira, publicado no órgão do Conselho Federal de Medicina:
‘O Ministério da Saúde paga “X” reais por cada tratamento para cada Neoplasia, adjuvante e metastático; vamos supor que seja R$ 1.000,00 (hum mil reais) para uma enferma com câncer de mama metastático, o que contempla (tratamento com) Docetaxel e Doxorubicina. Pois bem, eles aplicam Doxorubicina com Ciclofosfamida, que é mais barato, tendo assim uma grande margem de lucro (pois declaram ter seguido o tratamento mais indicado) e privando a paciente de ter maior chance de cura ou sobrevida, tudo por ganância e total ausência de preocupação com as vidas dos pacientes. Esse é o segredo do lucro fantástico’.
Como o DENASUS –
Departamento Nacional de Auditoria do SUS não tem como auditar todas essas
“clínicas” (espalhadas pelo País), usurpa-se a chance de enfermos com câncer,
em todo o Brasil, de ter algum nível mínimo de qualidade de tratamento,
provocando assim, menor sobrevida, uma maior mortalidade por câncer.
O
Instituto de Oncologia e Radioterapia São Pelegrino Ltda. - Clínica São
Pelegrino - Porto Velho, recebeu importâncias referentes a procedimentos
impugnados e/ou não realizados/comprovados, causando um prejuízo financeiro ao
Sistema Único de Saúde - SUS de R$ 52.268,41 (Cinqüenta e dois mil duzentos e
sessenta e oito reais e quarenta e um centavos).
A
auditoria constatou cobrança indevida de serviços não realizados, conforme
constatado na ficha de Planejamento e no prontuáruo médico analisado. Em 05
APAC houve a cobrança indevida de quimioterapia cuja realização não foi
comprovada no prontuário médico, contrariando o que dispõe a Portaria MS/SAS Nº
296/99.
Em 01
prontuário havia 06 folhas de "Controle de Freqüência Individual de
Quimioterapia” previamente assinada pelo paciente, sem aposição de datas. Os
prontuários e respectivas APAC, solicitados com antecedência, não foram
apresentados. Os prontuários auditados não apresentavam ordenamento cronológico
e em 08 deles havia inserção de documentos de outros pacientes.”
Leia a matéria completa aqui
2 Comentários:
É lamentável saber desse tipo de procedimento criminoso, mesmo que fosse praticado por apenas um profissional seria asqueroso e condenável.
Abraços,
Edson, meu amigo, vc sabe que essa roubalheira já se tornou lamentavelmente crônica. Mas eu não consigo me acostumar com isso...
Postar um comentário