Pela primeira
vez desde o fim da década de 40, quando o Papanicolau
entrou para a prática médica, surge uma tecnologia tão ou mais eficaz na
prevenção ao câncer cervical,
ou câncer de colo do útero. Todos os anos, 18.430 brasileiras recebem o
diagnóstico da doença e 4.800 morrem em decorrência dela. Uma nova geração de
testes tem conseguido reduzir a margem de erro para 1%. Por serem
totalmente automatizados, eles praticamente eliminam o risco de erro
humano e conseguem detectar a presença do HPV
antes de qualquer modificação na arquitetura das células do colo do útero.
Transmitido
principalmente nas relações sexuais, o HPV está associado a 99% dos casos de
câncer de colo uterino. Além de indicarem a contaminação, os exames mais
modernos são capazes de determinar o tipo de HPV responsável pela infecção
(existem cerca de 140 deles) e, com isso, a probabilidade de a paciente vir a
desenvolver o tumor maligno. Ao esquadrinharem o material genético do vírus,
antecipam o diagnóstico da doença em vinte anos - o método tradicional só é
capaz de identificá-la dez anos antes.
Desde 2009, o exame
molecular automatizado do HPV já é usado no sistema público de saúde de vários
países da Europa. Em alguns centros médicos da Inglaterra e da Holanda, ele
substitui o Papanicolau como rotina para a detecção do câncer de colo do útero.
Na Finlândia, a mulher pode escolher entre os dois tipos de exame. O primeiro
teste a ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é
fabricado pelo laboratório Roche e deve chegar ao mercado em maio. Por aqui, a
nova tecnologia só estará disponível, a princípio, em clínicas particulares.
Seu custo nem é tão
alto: 90 reais, o equivalente ao cobrado hoje pelo Papanicolau em laboratórios
privados. Para os padrões do Sistema Único de Saúde (SUS), que paga 7 reais
pelo exame tradicional, 90 reais representam uma fortuna. A expectativa é que,
com a disseminação da técnica, seu preço caia para 10 reais, num processo
semelhante ao ocorrido com o teste de HIV, que chegou ao país em 1996 pelo
equivalente a 255 reais e hoje custa 20 reais.
De cada 100 mulheres
submetidas ao Papanicolau, três apresentam alguma lesão celular. Essas
pacientes passam então por uma colposcopia, que utiliza
uma lente de aumento para localizar a região do colo do útero da qual deve ser
retirado o material para biópsia. Em caso de câncer, a área doente é
cauterizada ou removida cirurgicamente. Com os novos exames, a lógica de
investigação é inversa. Primeiro, procura- se o vírus. O resultado positivo
para os tipos mais perigosos de HPV, especialmente os de números 16 e 18 serve
de alerta para o ginecologista.
"Na imensa
maioria das vezes, o vírus é eliminado naturalmente pelo organismo
feminino", diz o oncologista Glauco Baiocchi Neto, do Hospital A.C
Camargo, em São Paulo. Se em um ano, o HPV ainda estiver presente, o
especialista recorre ao Papanicolau para confirmar se as células uterinas foram
ou não alteradas pela infecção. O Papanicolau, portanto, continua
imprescindível para a manutenção da saúde feminina.
O exame antigo
começou a ser desenvolvido na década de 20, pelo médico grego Georgios Papanikolaou.
Pesquisador da Universidade de
Cornell em Nova York, ele estudava a função do colo do útero no ciclo
reprodutivo da mulher, quando notou que muitas pacientes apresentavam lesões
nas células uterinas. Dez anos depois, Papanicolau associou aquelas alterações
ao surgimento do câncer. A relação entre a doença e o HPV só viria a ser
estabelecida na década de 70, pelo médico alemão Harald zur
Hausen, que, em 2008, ganhou o Nobel de Medicina pela descoberta.
Até recentemente, a
infecção pelo HPV era considerada um problema tipicamente feminino. Um artigo
publicado em março na Revista Científica Lancet derrubou
essa tese. Ao acompanhar 1.159 homens aparentemente sem nenhum problema de
saúde, entre 18 e 70 anos, pesquisadores brasileiros, americanos e mexicanos
constataram que 50% dos voluntários estavam contaminados pelo HPV - entre os
pacientes masculinos, o risco é de câncer de pênis, um tumor raro.
Fonte: Ministério da Saúde
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O SUS mobiliza todo o
país para vacinar crianças contra paralisia infantil e sarampo.
A campanha contra o
pólio será em duas etapas, dias 18 de junho e 13 de agosto. Contra o sarampo,
municípios de oito estados vão vacinar crianças em 18 de junho e os demais, em
13 de agosto.
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1 Comentário:
Querido Daniel, obrigada pelas suas lindas palavras no meu blog e da minha irmã, e principalmente obrigada pelo seu blog, que mantem não somente a mim,mas a todos bem informados em relação a cuidados que podem ser feitos, na medida do possivel, para evitar essa doença.Estamso aqui, firmes e corajosos.
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