Cientistas americanos conseguiram,
pela primeira vez, identificar e compreender o funcionamento de uma proteína
capaz de reduzir as chances de desenvolvimento de tumores de mama. De acordo
com reportagem publicada no periódico especializado Oncogene, pesquisadores da Universidade de
Illinois, nos Estados Unidos, conseguiram reverter o crescimento do tumor
apenas regulando os níveis da substância no tecido mamário.
Batizada
de Runx3, a proteína já era conhecida como um potente supressor do crescimento
do câncer de mama. Não se sabia, no entanto, qual era seu mecanismo de ação. Na
pesquisa, o grupo coordenado por Lin-Feng Chen, professor da Universidade de
Illinois, descobriu que uma quantia significativa de camundongos sem um dos
dois genes Runx3 desenvolveu espontaneamente tumor na glândula mamária após 14
ou 15 meses de vida — o equivalente à faixa etária entre 40 e 50 anos em
humanos.
“Descobrimos
tumores mamários em desenvolvimento em cerca de 20% dos camundongos que não
tinham um dos genes Runx3”, diz Chen. Nenhum dos animais que tinha as duas
cópias do gene, no entanto, desenvolveu o tumor. Assim, a equipe já tinha
indícios de que a ausência de um dos dois genes Runx3 estava relacionada ao
desenvolvimento do câncer. Os pesquisadores descobriram ainda que o
receptor alfa de estrogênio (ER-alfa), um dos envolvidos no desenvolvimento do
câncer de mama, aparecia em excesso no tecido dos tumores dos camundongos. O
ER-alfa é abundante em cerca de 75% dos casos humanos de câncer de mama - o
excesso da substância é especialmente perigoso nesses casos porque
o ER-alfa aumenta a proliferação das células cancerígenas e também a
resistência do tumor aos tratamentos.
Quando
o Runx3 que estava inativo foi reintroduzido no organismo em regiões onde havia
ER-alfa em excesso, o gene conseguiu suprimir o crescimento das células
cancerígenas, além de inibir o potencial de formação de tumores nos
camundongos. “Ao regular os níveis celulares de ER-alfa, o Runx3 controla a
resposta celular ao estrogênio circulante. Assim, a proteína desempenha um
papel importante na inibição do câncer de mama”, diz Chen.
Para
o cientista, o estudo abre portas para a criação de novos tratamentos e
medicamentos contra o câncer. Uma ideia, segundo o pesquisador, seria o
desenvolvimento de testes para medir os níveis de Runx3 nos tecidos mamários.
“Já se sabe que o Runx3 está inativo nos primeiros estágios do câncer de mama.
Esse gene poderia funcionar como um biomarcador dos estágios da doença”, diz.
Fonte aqui
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