terça-feira, 28 de junho de 2011

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Sobreviventes de câncer infantil têm alto risco para tumores múltiplos à medida que envelhecem

O maior estudo já realizado de adultos sobreviventes de câncer na infância descobriu que o primeiro câncer é apenas o começo de uma batalha ao longo da vida contra as diferentes formas da doença, para cerca de 10 por cento destes sobreviventes.
O estudo incluiu sobreviventes cujos cânceres foram diagnosticados entre 1970 e 1986, quando tinham no máximo 20 anos de idade. Os participantes foram tratados em uma das 26 instituições nos Estados Unidos ou Canadá e sobreviveram pelo menos cinco anos após o diagnóstico de câncer.
Depois dos acidentes, o câncer é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil. A cada ano são cerca de 10 mil novos casos de câncer pediátrico, ou infanto-juvenil, segundo as estimativas do Instituto Nacional de Câncer. A boa notícia é que hoje cerca de 70% desses pacientes podem ser curados. Mas um monitoramento rigoroso deve ser seguido por toda a vida

A pesquisa envolveu 14.358 indivíduos que participaram do estudo financiado pelo governo federal Childhood Cancer Survivor (CCSS). Investigadores do St. Jude Children Research Hospital, liderando o esforço, informaram que 1.382, ou 9,6% dos sobreviventes desenvolveram novos tumores não relacionados com o câncer original. Cerca de 30 por cento dos sobreviventes, 386 indivíduos, desenvolveram outros tumores. Quatro ou mais tumores foram encontrados em 153 sobreviventes neste estudo. Os resultados aparecem na edição on-line de 27 de junho do Journal of Clinical Oncology.

Essas descobertas mostram que quando se considera adultos sobreviventes de câncer infantil, isso não tem sido feito de forma adequada para prever  o risco de um câncer subseqüente e de reconhecer que alguns desses pacientes estão em risco de cânceres múltiplos. “Este é o primeiro estudo mais completo para tentar quantificar esse risco ", disse Gregory Armstrong, investigador principal do estudo.

O trabalho ressalta a importância de exames preventivos para o diagnóstico precoce do câncer nestas pessoas. "Geralmente, os sobreviventes ainda não estão recebendo esses cuidados de triagem importantes para a detecção do câncer no início, ou não tão frequentemente o quanto recomendado", disse Armstrong. Como exemplo, o controle com mamografia com início aos 25 anos, em vez de aos 40 anos de idade, é recomendado para as sobreviventes do câncer de mama infantil, cuja terapia incluiu a radiação do tórax.

Estima-se que 366.000 americanos vivos hoje são sobreviventes de câncer infantil. A CCSS foi lançada em 1994 para identificar os desafios enfrentados pelos sobreviventes de câncer infantil e para desenvolver novos métodos para aliviar ou prevenir efeitos tardios. Neste estudo, metade dos participantes tinham sobrevivido pelo menos 23 anos desde sua infância, quando os cânceres foram encontrados.

Quase 70 por cento dos participantes do estudo haviam recebido radiação como parte de seu tratamento bem sucedido contra o câncer infantil. Este estudo reforçou pesquisas anteriores que ligavam a terapia de radiação com um risco aumentado de desenvolver tumores adicionais, malignos e benignos, mais tarde na vida. Sobreviventes do sexo feminino submetidos na infância à radiação para tratamento do câncer foram incluídos entre aqueles com maior risco de tumores mais tarde, particularmente tumores de mama.
Traduzido e condensado de Science News, com editorial pelo autor. Leia release completo aqui.

1 Comentário:

Solange disse...

Olá Daniel, muito interessante sua postagem. E você como tem passado?
Beijos no coração
Sol