sexta-feira, 3 de junho de 2011

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Genética permite tratamentos personalizados para o câncer


O grupo internacional de cientistas que estava trabalhando no genoma humano anunciou há cerca de 8 anos que a "impressão digital genética" estava completa. Uma vez conhecidas as "instruções" sobre o funcionamento e o desenvolvimento dos humanos, começam a surgir agora os primeiros resultados dos trabalhos dos pesquisadores que desde então puderam começar a desenvolver novas formas de tratamento para doenças como o câncer, o Mal de Alzheimer ou a diabetes, entre outras. Poderemos ter brevemente medicamentos específicos para o tratamento de genes defeituosos ou a prescrição de fármacos de acordo com o código genético de cada pessoa.

O uso de medicamentos anticâncer específicos para alvejar a assinatura molecular de um tumor é mais benéfica aos pacientes que uma abordagem mais ampla, indicam pesquisas que ainda se encontram em fase inicial.

A estratégia não é uma opção possível para todos os tipos de câncer, mas avanços na medicina levaram ao desenvolvimento de várias drogas que atacam mutações de genes específicos em tumores, como o Herceptin, da Roche, para determinado tipo de câncer de mama, ou o Gleevec, vendido pela Novartis.

Um estudo de fase 1, feito no Centro Oncológico MD Anderson, da Universidade do Texas, constatou que adaptar tratamentos — em sua maioria ainda experimentais — a marcadores genéticos leva a índices mais altos de redução dos tumores e sobrevivência em pacientes com câncer em estado avançado. Os resultados foram apresentados na sexta-feira em Chicago na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco).

O estudo envolveu 852 pacientes com câncer inoperável ou que tinha se espalhado fora do local primário. Foi constatado que 27 por cento dos 175 pacientes com uma anomalia em um único gene, que foram tratados com uma droga adequada a essa anomalia, apresentaram encolhimento dos tumores. 

O índice de resposta foi de 5% nos 438 pacientes sem uma anomalia. Os outros pacientes - tratados com drogas que não são voltadas as suas mutações genéticas - apresentaram índice de resposta de 8%. 

A sobrevida média foi 15,8 meses para pacientes com uma mutação tratados com uma droga adequada, contra 9,7 meses para pacientes que não foram tratados com terapia específica para sua mutação. 

Desde a assinatura da Lei Nacional do Câncer, 40 anos atrás, a média de sobrevida de cinco anos de todos os pacientes americanos com câncer subiu 18 por cento, segundo a Asco. 

Isso se deu em grande medida devido a aprimoramentos nas drogas tradicionais usadas na quimioterapia, que atuam interferindo com o sistema de replicação de células do corpo inteiro, causando efeitos colaterais difíceis, como náusea, fadiga e perda de cabelos. 

As drogas mais novas, possibilitadas pela decodificação do genoma humano, visam bloquear caminhos específicos usados pelas células cancerígenas para crescer e se reproduzir. A lista de alvos é uma sopa alfabética de genes como PIK3CA, mTOR, MEK, EGFR, RET e BRAF. 

Elaine Silk, de 54 anos, recebeu o diagnóstico de melanoma, uma forma mortal de câncer de pele, nove anos atrás. 

Ela já passou por várias cirurgias, tratamentos e medicamentos, mas se considera livre do câncer após um ano de tratamento com uma droga experimental que bloqueia o BRAF.


"Há alguns efeitos colaterais, mas nada como antes. Meu cabelo está cacheado", disse Silk. "Tomo três comprimidos duas vezes ao dia. Encaro como medicação para pressão alta, que mantém a doença sob controle."


REUTERS, com editorial pelo autor.

1 Comentário:

Anitha disse...

Olá, Menino!

Obrigada! É sempre um prazer receber a sua visita, assim como ler um recadinho seu...
Pois é, suas considerações, informações, notícias e escritos servem a um belo propósito, que você sabe usar com excelência: ser útil!
Continue...você tem futuro!
Beijo