sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Remédio contra câncer só na Justiça


27/10/2009 - 00h00 ( - A Gazeta)
Daniella Zanotti

Em abril deste ano, a ministra da Casa Civil, Dilma Rouseff, foi diagnosticada com Linfoma, um tipo de câncer que mata mais que 3 mil pessoas por ano. Para combater a doença, ela fez uso de um dos medicamentos mais modernos, o MabThera (rituximabe), que combinado com quimioterapia, aumenta em até 25% a chance de cura. Mas nem todo mundo consegue o medicamento. Ou, pelo menos, não para o tratamento todo.

Esse foi o caso do empresário Fábio de Paula Moraes, que morreu aos 28 anos, vítima de câncer linfático, mais precisamente, linfoma Não-Hodgkin, localizado entre o coração e o pulmão. Fábio faleceu no último dia 14, depois de um ano e oito meses de tratamento no Hospital Santa Rita, referência no Estado.

A tia do empresário, Marlene Eloísa de Paula, diz que o sobrinho só conseguiu receber o rituximabe, porque entrou na Justiça. Mas a aplicação do medicamento veio tarde demais, já que o câncer havia se espalhado. "Ele dizia que era muito jovem para morrer". Cada dose do remédio, que não faz parte do protocolo do Ministério da Saúde, custa cerca de R$ 10 mil. Marlene acredita que, se o sobrinho tivesse utilizado o medicamento desde o começo, teria mais chances.

"O tumor reduziu 90%, mas para fazer o transplante com as próprias células, ele precisaria não ter mais nada. O remédio teria ajudado, mas ele perdeu a oportunidade". A médica Rita Rocha, referência em Oncologia da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), afirma que o MabThera não está na lista aprovada pelo Ministério, mas a Sesa compra o remédio para pacientes com indicação médica, após análise da evolução da doença. A Sesa informou que o remédio não foi solicitado para o paciente.

Linfoma: lista de remédios é defasada
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) já solicitou ao governo que inclua o Mabthera na lista dos medicamentos aprovados pelo Ministério da Saúde. Segundo a associação, o Mabthera, combinado com a quimioterapia, garante índices muito maiores de recuperação.

A Abrale protesta que o SUS não possua tratamento adequado para o linfoma, e a lista de medicamentos para esse tipo de câncer não é atualizada há mais de 10 anos pelo gorverno.

A advogada da Abrale, Daniella Zaborowsky Coelho, afirma que a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, e de outros Estados, tem concedido a compra do medicamento, após análise de casos isolados e por meio de ação judicial.

"A Sociedade Brasileira de Hematologia já recomenda o uso desse medicamento, por isso ele deve fazer um tratamento integral, oferecido pelo SUS", defende. Quando diagnosticado a tempo e tratado com os medicamentos certos, os pacientes com linfoma têm 95% de chance de cura.

Bem, amigos, por enquanto estou tendo sorte, pois ainda não tive que brigar para ter acesso à medicação. O hemoam aqui no Amazonas está de parabéns, desde o início de meu tratamento venho usando o Mabthera.

5 Comentários:

Socorro Cunha disse...

As vezes eu me surpreendo pensando no avanço científico e tecnológico que o homem conseguiu alcançar desde os promórdios até os dias atuais. São remédios que aumentam a chance de cura de qualquer doença, computadores super potentes, tv's de plasma... Mas o que eu lamento é que toda essa evolução não pode beneficiar a esmagadora maioria de seres humanos, pessoas que não tem dinheiro para ter acesso a todo esse progresso... Ai eu me pergunto: de que vale tanta coisa maravilhosa sendo descoberta para beneficiar tão poucas pessoas, afinal, não somos todos seres humanos iguais? porque um pobre tem que morrer pela falta de um remédio? Fala sério, isso é desumano e desleal para com as pessoas que necessitam salvar suas vidas, todo mundo tem direito a uma chance de viver, de ser feliz, de ver seus filhos crescerem, enfim... O mundo e principalmente o Brasil, que é o meu país, o lugar onde eu vivo com a minha família, deve levar mais a sério essa questão e priorizar a saúde e a educação de seu povo!!!!! Bj mano.

daniel disse...

Concordo em tudo. Aqui, nestepaiz (com lingua presa), os direitos individuais previstos na Constituição só são reconhecidos depois de muita luta, muito tempo e muitas vidas oerdidas. SÓ não dá pra entender o por quê das diferenças das políticas públicas de saúde. No caso da AIDS, por exemplo, o Brasil tem servido de modelo pra muitos países.

Anônimo disse...

vera disse;meu marido so esta vivo ate hoje apos 7 anos de tratamento porque trabalhou nos Correios e em momento algum nessa luta nos faltou com autorização desse medicamento;

Unknown disse...

estou deixando aqui minha reclamação contra o governo, ano passado tive câncer de mama, carcinoma invasivo,fiz a cirurgia em fevereiro de 2008, fiz quimio e radio, agora preciso tomar minha medicação eo ministério da saúde negando, meu remédio éo nolvadex d 20mg, não posso tomar genérico, tenho que tomar durante 5 anos, paguei durante um ano e agora não estou conseguindo pagar, por esse motivo que pedi ao ministério de saúde a medicação, levei minha documentação toda que os médicos me deram e mesmo assim estão recusando, tirei toda minha mama esquerda, essa documentação foi feita toda direitinha pelo posto de saúde, foi mandado para hospital São vicente de curitiba paraná mesmo assim recusado.

daniel disse...

Bom dia, Ariel:

Só quem já precisou ou ainda precisa obter medicação de alto custo e recorre ao SUS sabe a guerra que isso significa. Mas percebe-se que vc tem muita garra e disposição para fazer valer seus direitos. Siga as instruções do post intitulado "medicação e exames de alto custo no SUS", publicado logo em seguida a este. Lá vc encontrará o passo-a-passo de como obter sua medicação na justiça em pouquíssimo tempo. Fica com DEUS e não esqueça de dar um retorno.Bj