Quando a nova Lei for definitivamente
aprovada, o prazo para início do tratamento poderá ser ainda menor que os 60
dias nela previstos, conforme a necessidade terapêutica do caso. Esse prazo
será considerado cumprido quando se iniciar efetivamente o primeiro procedimento
(cirurgia, radioterapia ou quimioterapia). O objetivo da proposta é acelerar o
início do tratamento. Só para exemplificar a insensibilidade do SUS,
atualmente, uma paciente com câncer de mama pode levar até seis meses para
começar a ser tratada. Nesse período, o que era um nódulo já terá vançado para
uma fase mais grave, e a chance de cura cai de 80% para 10%", de acordo com
as estatísticas disponíveis.
O Plenário aprovou proposta que estabelece o prazo máximo de 60
dias, contados do diagnóstico médico, para o paciente começar a receber o
tratamento contra câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). O texto aprovado é o
de uma emenda do relator pela Comissão de Seguridade Social e Família, deputado
Darcísio Perondi, ao Projeto de Lei 3887/97, do Senado. Devido a mudanças no
projeto, a matéria retorna ao Senado.
Perondi afirmou, no entanto, que a aprovação do projeto não garante
bom atendimento no SUS. “Temos de lutar para que essa lei não fique no papel.
Do jeito que está o financiamento da saúde, perdemos para os países africanos”,
disse. A emenda de Perondi foi elaborada com base em outra emenda, de autoria
das deputadas Carmen Zanotto e Flávia Morais.
Carmen Zanotto lembrou que o prazo de 60 dias foi um acordo
possível com o governo para começar o procedimento necessário, mas afirmou que
a intervenção poderá ocorrer em tempo menor, de acordo com o diagnóstico
médico.
Para Flávia Morais, conforme o tipo de tratamento, nem a metade
dos que procuram o SUS conseguem realizá-lo. “Auditoria do Tribunal de Contas
da União (TCU) revelou que a média de espera pela radioterapia é de três
meses”, afirmou. Segundo ela, os dados também revelaram que, dos que deveriam
ter sido atendidos com cirurgia, apenas 46% conseguiram passar pelo
procedimento.
Revisão periódica
De acordo com o texto aprovado, a padronização de terapias do
câncer, cirúrgicas e clínicas deverá ser revista e atualizada sempre que
necessário para se adequar ao conhecimento científico e à disponibilidade de
novos tratamentos comprovados.
Medicamentos contra dor
O principal ponto em torno do qual versava o projeto original do
Senado permaneceu no texto, mas de maneira mais simplificada, prevendo que os
pacientes com dor provocada pelo câncer terão prioridade na prescrição e no
acesso gratuito a analgésicos opiáceos ou correlatos. O texto do
Senado especificava os medicamentos, registros para sua liberação ao paciente e
penalidade para a venda irregular.
Unidades de tratamento
Unidades de tratamento
Outra novidade da emenda aprovada é a obrigatoriedade de os
estados elaborarem planos regionais de instalação de serviços especializados em
oncologia. O objetivo é contemplar áreas que não tenham acesso a esses
serviços. “A partir desse projeto de lei, teremos outro olhar para os
municípios nos quais não há acesso aos tratamentos contra o câncer”, afirmou a
deputada Carmen Zanotto. O deputado João Ananias criticou, no entanto, a falta
de definição dos meios para garantir a expansão das unidades de tratamento de
câncer. "Quem vai prover isso nos municípios pobres?”, questionou.
Para o deputado Marcus, a melhoria no tratamento do câncer depende
de investimentos do governo. Para ele, os recursos atuais têm sido
insuficientes.
1 Comentário:
Sera que vai funcionar?
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