sábado, 23 de outubro de 2010

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Reposição hormonal: novo estudo confirma que aumenta risco de câncer de mama.

Um tratamento de reposição hormonal já conhecido por aumentar o risco de câncer de mama também está associado com o desenvolvimento de tumores mais agressivos. A pesquisa envolveu o medicamento Prempro, que contém estrogênios equinos conjugados e é parente sintético do hormônio progesterona.
Nos últimos anos, as mulheres têm sido instadas a minimizar o uso de hormônios na menopausa, e os novos dados reforçam essa recomendação, segundo o principal autor da pesquisa, publicada hoje na Revista da Associação Médica Americana.
A nova informação vem do acompanhamento contínuo de 12.788 mulheres que estavam no Women's Health Iniciative, um grande estudo financiado pelo governo americano que comparou as mulheres que tomavam hormônios e um grupo que recebeu placebo. O estudo foi interrompido em 2002, três anos antes do previsto, porque os pesquisadores descobriram que os hormônios causavam um aumento pequeno, mas significativo, no risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e coágulos nos pulmões.
Esse estudo de 2002 teve um impacto enorme. Antes havia a crença generalizada de que os hormônios reduziriam o risco de doenças cardíacas nas mulheres e poderiam mantê-las atraentes e saudáveis. Na época, 6 milhões de americanas estavam tomando hormônios, mas rapidamente o número caiu pela metade. O índice de câncer de mama também começou a diminuir logo depois, e muitos pesquisadores atribuem essa redução à queda no consumo de hormônios.
O novo relatório aumentou a média de acompanhamento para 11 anos a partir do original, de 5,6 anos. Este é o primeiro relatório do Women's Health Iniciative que inclui as taxas de mortalidade por câncer de mama relacionados ao uso de hormônios na menopausa. Como o estudo anterior já havia mostrado, mulheres que tomam hormônios são mais propensas a desenvolver câncer de mama invasivo. A taxa da doença foi de 0,42% ao ano, em comparação com 0,34% no grupo placebo.
Entre as mulheres com câncer de mama, aquelas que tomaram hormônios estavam mais propensas a ter câncer nos gânglios linfáticos, um sinal de doença mais avançada: 23,7% contra 16,2% no grupo do placebo. E entre as mulheres que usaram hormônios ocorreram mais mortes: 0,03% ao ano, ante 0,01% no grupo placebo. Isso se traduz em 2,6 mortes para cada 10 mil mulheres por ano, entre aquelas que usaram hormônios, o dobro do 1,3 óbito por 10 mil no grupo do placebo. Entre as mulheres que tiveram câncer de mama, as pacientes que tomaram hormônios também tiveram uma maior taxa de morte por outras causas.
Não se sabe ao certo por que as mulheres que tomaram hormônios tinham tumores mais avançados. Mas a pesquisa anterior mostrou que o tratamento hormonal pode causar atrasos no diagnóstico por aumentar a densidade da mama, dificultando a visualização em mamografias.
Outra autora do novo estudo, JoAnn E. Manson, professora de medicina na Escola de Medicina de Harvard e do Brigham and Women's Hospital, disse que as mulheres não devem tomar os hormônios a menos que realmente precisem deles, para sintomas moderados a graves, que afetam muito sua qualidade de vida.
Condensado de http://www.clicrbs.com.br , com edição de ilustração pelo autor
Pacientes de câncer de mama em SP poderão ter óvulos conservados gratuitamente para usar após tratamento.
A Secretaria estadual de Saúde de São Paulo divulgou o lançamento de um programa para congelar óvulos de mulheres com câncer de mama. O objetivo é preservar a fertilidade das pacientes que enfrentam quimioterapia.
O hospital estadual Pérola Byington, na região central da capital, vai oferecer o tratamento, estimado em R$ 8 mil, de forma gratuita e para mulheres até 35 anos. É necessário que a interessada não esteja com a doença em estágio avançado.
A retirada dos óvulos acontece entre a cirurgia de mama e o início das sessões de quimioterapia. O ovário é estimulado e o material é colhido para serem usados no futuro, caso o órgão vá à falência após o tratamento contra o câncer.
Segundo Luiz Henrique Gebrim, diretor do hospital, até 60% das pacientes tratadas com os remédios anticâncer podem ficar inférteis, dependendo da idade, da dose e do tipo de quimioterápico usado. "A quimioterapia destrói a população de folículos primordiais, levando à menopausa precoce", afirma o médico mastologista.
Para entrar no programa, a mulher precisa ser recomendada pelo médico especialista. Sobre o cadastramento, é possível buscar informações pelo telefone (11) 3104-2785.
http://g1.globo.com

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