A Amazônia mostra o quanto a gastronomia brasileira é diversificada, rica e diferenciada.
(Chef francês Laurent Suaudeau, citado na revista Menu, edição 124, de março de 2009)
Aposto que ninguém até agora tinha ouvido falar em algo parecido: almoçaí. A palavra é nova, me ocorreu agora. Mas pode ser empregada para nomear um hábito antigo aqui na Amazônia, principalmente mais para o leste, nas cidades do estado do Pará.
Consiste em substituir uma refeição, geralmente o almoço, por uma combinação de açaí bem grosso onde se mistura, açucar, farinha de mandioca ou de tapioca (Chibé), acompanhado de algo salgado, como peixe seco ou carne de sol grelhados, ou camarão seco, obtendo-se uma rica e exótica mescla de sabores. É muito saudável e nutritiva. Esta papa de açaí, de tão densa, é mais para comer que para beber, e é rica em antioxidantes.
O peixe geralmente é o Pirarucu, maior peixe de água doce, conhecido como “bacalhau da Amazônia”, que tem suas mantas salgadas e levadas ao sol para secar. Depois de dessalgado e bem lavado com limão, é só assar, bem crocante, de preferência na brasa. O mesmo se faz com a carne de sol.
A farinha vai depender do gosto de cada um: do Uarini, de tapioca, d’água. Eu prefiro da branca, bem torradinha, com um gostinho de biscoito.
Depois é só adoçar o açaí a gosto, misturar a farinha e tá pronto um delicioso almoço. Esse açaí aí da foto foi uma presença feita pelo meu irmão, o Aldo, que mo mandou lá de Belém. Presentão. Que Deus o proteja e o mantenha sempre tão pródigo.
Outra prática centenária é a substituição, de vez em quando, principalmente nos dias chuvosos, do jantar por um suculento tacacá. E aí, o que vocês acham? Poderíamos chamar a isso de jantacacá? :=]
1 Comentário:
Chegando de viagem para recarregar as baterias para o novo ano. Vou experimentar o "chibé". Adoro açaí!
Postar um comentário