No filme “O Resgate do Soldado
Ryan” um grupo de sete homens, comandados pelo capitão Miller
(Tom Hanks), recebe a missão de localizar e levar de volta a salvo para os
braços da mãe um paraquedista, último sobrevivente de quatro irmãos militares
que combatiam na guerra contra o nazismo. Depois de uma busca obstinada por
entre os horrores da guerra no sul da França eles finalmente o encontram, mas
ele se recusa a voltar.
Sim, porque, além de
me ter motivado, fortalecido e preenchido a mente e o tempo ocioso dos meses de
afastamento do trabalho, desde o diagnóstico e durante todo o transcorrer do
tratamento até agora, tenho também aprendido muito com ele. (Mesmo teimoso e
voluntarioso do jeito que sempre fui e mesmo tendo perdido sabe-se lá quantos
neurônios pela neurotoxicidade da quimioterapia, o que certamente me tornou
ainda mais obtuso e desmemoriado do que já era).
Fortaleceu-me porque
me fez descobrir a empatia em outros seres humanos que lutam do mesmo lado da
trincheira contra o mesmo inimigo e que me mostram continuamente, com seus
exemplos, de vida e de morte, mas, sobretudo com suas palavras, que é possível
combater com o mínimo de dignidade este serial
killer cuja simples menção do nome já desperta o medo, e que só em 2008, por
exemplo, matou silenciosamente 7,6 milhões de pessoas e até 2030 deverá matar,
por ano, 13,2 milhões em todo o mundo, segundo a estimativa da International
Agency for Research on Cancer (IARC), das Nações Unidas. Algo avassalador,
de desenvolver complexo de inferioridade até em Hitler e seus nazistas de
merda, com seus 6 milhões de judeus inocentes, metódica e covardemente
assassinados durante os 7 longos anos de guerra.
Motivou-me também porque
me mostrou esta antes inimaginável possibilidade da solidariedade humana e comovente
acima das limitações temporais, espaciais e culturais, privilegiando-me com o contato
com pessoas da mais alta envergadura ética e espiritual, desnudas, como eu,
pela necessidade, pela incerteza, pelo sofrimento e pelo medo, cujos rostos nas
fotos se apagam assim que desligo o computador, mas cujas palavras escritas no
compartilhar das experiências permanecem como as da doce Carolyne, as do jovem Tadeu Nogueira, as da Fabiana Campelo, as do Nelson Sonntag, as da Eliane ... que já se foram, mas que deixaram seus
exemplos, suas palavras de superação e fé reverberando.
Ensinou-me o real
valor, a real necessidade, o peso das palavras a mim, que me considerava
pateticamente um amante delas. E eu escrevi a palavra câncer tantas vezes nesses 2 anos, até que ela se tornasse banal pra mim, assim como, infelizmente, os princípios expressos pelas palavras liberdade,
igualdade e fraternidade, pelos quais o homem tem lutado
desde o início da civilização são hoje nada mais que inscrições em muitos livros de
história, mas perderam a consistência, o sentido. O Ser Humano é único na sua
capacidade de usar a palavra escrita ou falada como meio de comunicação, como o símbolo, a
expressão das suas ideias, sentimentos, emoções. Mas ensinam-nos a sermos
cristãos, judeus, capitalistas, marxistas ou ateus, só não nos ensinam a sermos
humanos....
Bem, quero agradecer a todos os leitores, seguidores ou não, pela companhia e pelo apoio esse tempo todo. Dedico a vocês esta pequena conquista parcial, pois é com vocês, meus irmãos, que eu fico.
Aliás, voltando à história do filme do início do post, estas foram as palavras do soldado Ryan na resposta para o capitão Miller: - Não, não vou voltar! Vou ficar e combater ao lado dos únicos irmãos que me restaram.
Bem, quero agradecer a todos os leitores, seguidores ou não, pela companhia e pelo apoio esse tempo todo. Dedico a vocês esta pequena conquista parcial, pois é com vocês, meus irmãos, que eu fico.
Aliás, voltando à história do filme do início do post, estas foram as palavras do soldado Ryan na resposta para o capitão Miller: - Não, não vou voltar! Vou ficar e combater ao lado dos únicos irmãos que me restaram.
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Foi uma surpresa pra
mim, uma honra e uma alegria estar entre os finalistas deste concurso TOP BLOG
(Qual é mesmo o prêmio, hein?). Sou tão distraído que quem me chamou a atenção
para isto foi a Marina, querida, em um de
seus (infelizmente) raros comentários aqui no blog. Aí eu fui dar uma olhada e
descobri que concorriam exatamente 1.701 blogs na categoria Saúde. E ficar
entre os 100 finalistas não é nada mal, né? Agradeço aos que votaram no
primeiro turno (nem eu havia votado, acreditam?) e aproveito o embalo para
pedir que continuem votando. Agora eu me empolguei, ririri.
Minha saúde? Bem,
obrigado! É como tenho respondido quando me perguntam. Alguns se apressam: - Puxa! Como você tá bem! Gordo! (!), olha só que pele! (e coisas do gênero).
Tirando a falta de memória cada vez maior, a paranoia, a obesidade, o mau
humor, algumas “manchas” de perda da sensibilidade nos dedos das mãos, a
esquizofrenia e um isqueiro virtual que “queima” a sola do meu pé esquerdo
todas as noites quando me deito, blza! Mas qualquer coceirinha besta, qualquer
febrinha e pronto: paranoia na certa! Os exames de controle passaram de
trimestrais a semestrais.
A partir desta sexta-feira e nas seguintes estarei postando comentários
sobre filmes que assisti e que abordam de vários ângulos a problemática do câncer,
com links para download.
1 Comentário:
Bastante atrasado, receba os meus parabéns pela sua tenacidade, pelo seu esmero e boa vontade. Esse blog já me ajudou muito qdo mais precisei de companhia. Só tenho a agradecer, companheiro de trincheira.
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