terça-feira, 8 de novembro de 2011

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Livro: Cuidados Paliativos Oncologicos - Controle de Sintomas

Prefácio do livro, por Jacob Kligerman, do INCA
A Medicina paliativa, já reconhecida como especialidade em alguns países, visa a tratar pacientes com doença ativa e prognóstico reservado, desviando o foco de suas atenções da cura para a qualidade de vida. A assistência a pacientes com câncer avançado, que não encontram resposta curativa com os tratamentos tradicionais, iniciou o caminho da especialização há cerca de 40 anos. Historicamente o marco de transformação desta assistência se deu na Inglaterra, quando a Drª  Cecily Saunders , médica e uma das fundadoras do   St. Christopher Hospice, em 1967 passou a defender o cuidado a estes pacientes como atribuição de equipe. Equipe que deveria se empenhar em aumentar a qualidade de vida restante de pacientes e familiares que lutavam com uma doença mortal.  

Ao enfocar a diversidade das necessidades destes pacientes, contemplar os benefícios da multidisciplinaridade para o êxito dos objetivos e incluir os familiares na problemática da doença avançada, a Drª Cecily Saunders moldou o futuro do que conhecemos hoje por Cuidados Paliativos.  Os quais diferem da Medicina Paliativa pela interdisciplinaridade.

Para a Organização Mundial da Saúde, Cuidado Paliativo é: “O cuidado total e ativo de pacientes cuja doença não é mais responsiva ao tratamento curativo. São da maior importância: o controle da dor e outros sintomas, como também os psicológicos, espirituais e sociais” WHO 1990.

A magnitude dos termos “cuidado total e ativo” dá a exata dimensão da visão ideal sobre cuidados paliativos. Cuidado, no sentido mais amplo possível, considerando as necessidades destes pacientes em todos os seus aspectos e, ativo, no sentido do afastamento da passividade e conformismo em direção a investimentos pelo aprimoramento e qualificação da assistência.

A ênfase na importância dos sintomas psicológicos, espirituais e sociais amplia as responsabilidades desta assistência que deve atuar para além do controle de sintomas físicos, priorizando o alívio do sofrimento humano e considerando o impacto de suas ações segundo as considerações de qualidade de vida dos próprios pacientes.

A dor é uma das mais frequentes razões de incapacidade e sofrimento para pacientes com câncer em progressão. Em algum momento da evolução da doença, 80% dos pacientes experimentarão dor. Atualmente, 70% dos tumores malignos na infância são curáveis. No entanto, o maior medo enfrentado pelos pais é que sofram neste decurso. Devemos desenvolver e divulgar rotinas multidisciplinares para assegurar que o alívio da dor é possível na maioria dos casos.

O adequado preparo da equipe é estratégia fundamental para o controle da dor e sintomas prevalentes em pacientes com câncer avançado sob cuidados paliativos. É condição imprescindível que os profissionais de saúde saibam como controlar a dor de pacientes com câncer avançado, que reajam contra mitos e conceitos principalmente sobre as drogas disponíveis e que se mantenham atualizados. Para tanto, aborda as possibilidades de tratamento da dor adequado aos recursos disponíveis. Especialmente neste momento em que o Ministério da Saúde, disponibiliza um arsenal suficiente de medicamentos, conforme demonstrado na última parte desta publicação, facilitando às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde a viabilização de condições para que se possa assistir adequadamente os cidadãos brasileiros.
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